A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E MINHA VISÃO COMO MÃE!
" Ser mãe de uma criança especial, é uma das mais belas missões. Mas ás vezes não é muito fácil, quando temos, e vemos diante dos nossos olhos, a ignorância cega, de pessoas desinformadas, não por não terem como serem esclarecidas - mas por não disponibilizarem suas vidas, abrirem seus corações. Como mãe de uma criança especial, vivo a cada dia, na esperança de que as coisas possam evoluir, as pessoas possam evoluir e se tornem mais humanas, solidárias e menos egoístas. "
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Sempre achei ser impossível pensar em educação inclusiva sem a ajuda de todos os envolvidos no processo – e esses envolvidos, vão desde gestores preocupados e comprometidos com essa causa, incluindo professores, pedagogos, psicopedagogos e até os profissionais de apoio, como vigilantes, zeladores, e também a própria família.
A educação Inclusiva, como tudo que está no começo, tem suas nuances - com seus graus de dificuldades, requerendo aí a estrutura necessária para que se desenvolva nas escolas uma educação de qualidade, voltada para essas crianças com necessidades educacionais especiais. O papel do educador, não é mais apenas transmitir o que sabe para os alunos. Vai mais além - principalmente no tocante á essas crianças. Pois mais do que formação pedagógica, necessitamos de profissionais humanizados, engajados , interessados por essa nova realidade que lhes cerca.
Para lidar com uma criança especial, dentro de uma sala de aula - é necessário envolvimento com a questão do aprendizado diferenciado, buscando alternativas e recursos pedagógicos para que o conteúdo programado possa ser internalizado por eles respeitando suas limitações, de uma forma abrangente e de tal modo que isso se torne interessante para o aluno, contribuindo efetivamente para o seu aprendizado. O Brasil há alguns anos, tenta desenvolver políticas públicas que torne essa realidade cada vez mais próxima da educação básica e algumas leis já vigoram no país como a válvula propulsora que certamente impulsionará o pleno funcionamento, desta educação; mas ao mesmo tempo precisarão " tomar vida" no sentido de serem valorizadas como um todo, refletindo em sua prática, abrindo caminhos e quebrando barreiras muitas vezes impostas pela própria sociedade.
Incluir verdadeiramente, é fazer diferente no ambiente escolar, buscando o objetivo comum : "Educar". E educar quem sabe, não seja ter que transcender á atitudes simplistas, saindo do trivial, do básico e da mesmice. Quem sabe, seja ainda não ter que procurar culpados, quando algo der errado, ou quando não fluir como deveria, sem os atropelos que fazem parte de um processo delicado e que requer tempo, dedicação e amor para seu efetivo funcionamento. Nesse ínterim, temos o papel da professora auxiliar, nas turmas reduzidas com crianças especiais, que é de fundamental importância, pois além de facilitar o trabalho da educadora efetiva da classe, contribui para um melhor desenvolvimento e rendimento da turma.
Esta auxiliar, neste processo entra em cena, como o alicerce que faltava, dando não só sua contribuição pedagógica, mas dedicando parte do seu tempo também em pesquisas, estudando caso a caso, para que possa melhor lidar, com as crianças e suas dificuldades em classe. É o tipo de envolvimento que não pode deixar de existir, quando se é consciente de que este trabalho renderá frutos, dentro e fora da sala de aula, razão pela qual deve ser levado, muito á serio.
Enquanto isso, o que se espera, é que a educação brasileira possa dar o salto que tanto necessita dar, apontando para profissionais formados, capacitados, satisfeitos com seus salários e realizados. Salto este, que fará toda a diferença – pois a contribuição será significativa, não só para o futuro de um pais emergente como o nosso, mas também para essas crianças que clamam silenciosamente em seus mundos por ajuda, e pela chance de serem tratados como iguais e como gente, quando muitos ainda olham para eles, como se fossem insuportáveis e irremediavelmente diferentes.
( Janete Fernandes - 11-11-12)