GOTEIRA NA SALA DE AULA

GOTEIRA NA SALA DE AULA

Estudo de comportamentos

Eugênio Gioppo

Percebemos em sala de aula um fenômeno crescente que são as goteiras em sala de aula. Nos meios acadêmicos encontramos alunos pinga-pinga. São aqueles que chegam atrasados e sem levar em consideração o que está acontecendo comportam-se da maneira como bem entendem.

Observamos alguns padrões diferenciados de comportamento, tem os que chegam atrasados e entram em silencio, este pouco atrapalha, porque apenas provoca o desvio de olhares dos colegas que rapidamente voltam ao que faziam anteriormente.

Existem também os que não entram em sala esperam o sinal bater e só depois entram.

O fato curioso e surpreendente são aqueles alunos que tiram a atenção causando uma perturbação no andamento da aula. Fazem comentários, cumprimentam com aperto de mãos os colegas mais chegados, falam em voz alta ignorando completamente que já havia algo acontecendo antes da sua presença em sala. Deixam quase transparecer que tudo aquilo não tem a menor importância sem a sua presença. O professor? Ah! Talvez seja um engano, o que será que ele faz ali mesmo? Matéria? É tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço.

Atrasos são normais podem ocorrer dificuldades no trajeto ou situações inesperadas que impedem de chegar pontualmente. Estas situações são esporádicas.

No caso das goteiras elas são periódicas, sempre os mesmos alunos chegam atrasados e o mais interessante é que chegam atrasados com precisão britânica sempre se atrasam o mesmo período de tempo então o professor já consegue até prever o que vai acontecer. Em sete minutos chegará o ... , dois minutos depois vai entrar agora o, ..., aquela garota que senta na terceira carteira hoje esta atrasada dois minutos além dos nove habituais, enfim cada professor sabe dos seus.

Outro fator importante a observar é que dificilmente o que sempre chega atrasado é o ultimo a sair de sala normalmente cinco minutos antes do sinal bater, este já guardou todo o material e em alguns casos fica até em pé de prontidão.

As perguntas surgem no decorrer e os assuntos já tratados precisam ser todos revistos, mais isso ainda é uma condição razoável, o problema é quando se pergunta alguma coisa no meio de uma explicação sem ter ouvido todo o embasamento inicial perdendo a construção do pensamento, e ainda afirma enfaticamente o ponto de vista.

Não podemos esquecer o livro de presença.

- Professor o senhor já fez a chamada? – Vinte e cinco minutos não podem ser considerados como falta, eu praticamente assisti a metade da aula. Agora eu tenho que sair preciso passar na secretaria, no banheiro, na pedagogia, ligar para minha mãe. Depois eu copio do colega. Eu esqueci o caderno em casa e não tenho caneta.