EM BUSCA DA FONTE PERFEITA
DIR/valdirfilosofia@hotmail.com
No nosso último encontro falamos um pouco sobre leitura (superficial e profunda). Discutimos como é importante termos alguma disciplina e organização no processo de leitura, para aproveitarmos o máximo da atividade. Fique claro que as medidas tratadas não são receitas ou passos fixos. Cada pessoa pode encontrar meios outros de lidar com o texto. O importante é reconhecer-se co-sujeito do texto. Criando, juntamente com ele, significados.
(co-sujeito: sujeito que participa da elaboração de algo com outro sujeito)
DAS FONTES
Um instrumento muito importante para os jornalistas, mas não só para eles. Para todos nós que vivemos do conhecimento, do estudo. Em suma, todo ser humano. A criticidade, e não a "cricricidade" reza que devemos ter bom senso e verificar adequadamente todas as fontes que usarmos.
Seja para escrever um texto, seja para indicar uma compra, falar de algum projeto, defender alguma ideia, demonstrar alguma lei, enfim, as fontes são tão necessárias quanto o produto delas. Há alunos (muitos que passaram por minha sala) que ficam iluminados pelo poder da internet, do Google e, principalmente da Wikipédia.
Digo o mesmo em relação aos professores e estudantes universitários. Alguns conhecidos que usam, por exemplo, a Wikipédia com toda a confiança do mundo como se lá encerrasse toda a verdade buscada. Mesmo o site Wikipédia ter vários avisos alertando ao pesquisador das possíveis incoerências e falta de fontes fiáveis.
O interessante é sabermos nos mover com todas essas possibilidades de fontes de conhecimento. Uma das categorias importante da fonte pesquisada é a AUTORIDADE atribuída a ela pela sociedade. Ou seja, é apropriado buscarmos algo sobre o VITAMINAS no site Ciência Hoje para Crianças (http://cienciahoje.uol.com.br/search?SearchableText=vitaminas) do que no Wikipédia, pela simples razão de que o primeiro é uma instituição reconhecida pela comunidade científica e educacional brasileira.
Em síntese, sites são boas fontes de conhecimento e dados se possuem a categoria AUTORIDADE no assunto.
MAS E A WIKIPÉDIA, GOOGLE E SITES DE BUSCA?
Se por acaso, você professor recebeu um trabalho de seu aluno copiado totalmente da Wikipédia (o famoso cltr+c e cltr+v), o que fazer?
Acredito que está aí uma boa oportunidade de agirmos como professores/educadores. Podemos demonstrar que algumas cópias de lugares onde pensam serem credores de toda confiança, na verdade não são. Que contém erros, incoerências e redundâncias.
O certo mesmo, antes de propor uma pesquisa, seria ter contribuído com essa noção primaria, numa aula, onde os alunos poderiam ter discutido sobre o tema e o professor ter indicado meios de pesquisas escolares.
Não é o fim do mundo. Fazer pesquisa no Wikipédia e Google, por exemplo, está valendo, no entanto é necessário ter senso crítico e verificar por diversos meios se as informações ali tratadas são seguras ou foram avaliadas por quem tem autoridade no assunto.
RELAÇÃO ENTRE PROFESSORES
Quero aproveitar a coluna para tratar de um assunto espinhoso entre a classe de professores, da qual pertenço e, com orgulho, quero terminar minhas atividades nela.
É que não raro escuto dizerem que a classe dos professores é um tanto desunida. Eu não tiro a razão da argumentação. Como professor há 10 anos percebo o quanto nós, entre si, discutimos e ferimos quem na verdade deveríamos estar argumentando e auxiliando. Creio que não é diferente em outra categoria profissional, mas na categoria dos docentes isso acaba parecendo contrassenso.
Quando um professor tenta fazer algo de novo, o colega o chama de "puxa-saco". Quando um tenta argumentar contra a opinião da gestão, é chamado de indisciplinado. Às vezes até o riso de um grupo de amigos professores pode contrariar e magoar outro grupo.
Parece até brincadeira, mas o que descrevo na verdade seria mais apropriado a grupos de adolescentes em formação afetiva e intelectual do que professores adultos formados.
É triste perceber-me no meio dessa ebulição, do qual não sou imune. Se é uma crítica, considero uma autocrítica. Deveríamos pensar essa natureza social dos docentes. Pois se já reclamamos que não somos valorizados na sociedade em geral, quiçá dentro da própria categoria.
É isso!