Metodologias e Gestão para Educação a Distância
PLANO DE GESTÃO PARA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: Aspectos didático-pedagógicos e administrativos
Aluna: Silvia Trevisani
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo apresentar a elaboração de um plano de gestão para qualificação profissional a distância integrando as três disciplinas cursadas no primeiro módulo do curso de Pós-graduação no curso de Metodologias e Gestão para Educação a Distância, da Universidade Anhanguera-Uniderp – Centro de Educação a Distância, a saber: Gestão em EaD: aspectos didático-pedagógicos e administrativos, Planejamento e Implantação de cursos EaD e Gerenciamento de Cursos EaD.
Introdução:
Com o aumento significativo do setor educacional, acende também a necessidade por profissionais cada vez mais qualificados, por este motivo, a cada dia, cresce o número de alunos na Educação Superior. Neste contexto, a Educação a Distância (EaD), encontra-se também em expansão, uma vez que se distingue como uma revés educativa que favorece o acréscimo de oportunidades à formação superior com qualidade e de forma flexível.
Salienta-se que o elevado número de cursos à distância, deve-se ao fato do surgimento do Projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB), em 2006, pelo Ministério da Educação, que vem ao encontro com as iniciativas de favorecer a criação de polos municipais em parceria com universidades Federais.
Os recursos tecnológicos permitem que o aluno desenvolva competência, autonomia e habilidades essenciais para sua atuação no mundo do trabalho, pois são usados de forma integrada, nos diferentes níveis de ensino, favorecendo a construção de currículo mais ativo, expressivo e contextualizado.
Plano de Gestão:
O Plano de Gestão de um curso de modalidade à distância requer uma estrutura capaz de consolidar seu gerenciamento e organização, ou seja, é importante que se tenha um planejamento adequado que possibilite uma visão mais ampla de todo processo.
É importante considerar o Plano de Gestão de um Projeto à Distância numa perspectiva integradora.
1ª ETAPA:
Apresentação: apresentação do plano de gestão em EaD;
O Curso de pós-graduação em educação, “A arte de contar história” oferece um modelo de formação acadêmica com conteúdos multidisciplinares, previstos para atender à crescente exigência do mercado de trabalho, visando à formação continuada do docente das séries iniciais, mais propriamente na Educação Infantil. A prática de contar história nasceu com o próprio homem, pela necessidade de comunicação, incentiva à leitura e à escrita e vai além de uma Ação Educativa Complementar, como uma atividade que abre espaço para a alegria e o prazer de ler, além de desenvolver a escrita e o despertar da criatividade.
A Escola “X” em suas atribuições, tem por objetivo oferecer aos profissionais e estudantes uma prática constante de atualização, por intermédio da EaD (Educação a Distância).Também visa disponibilizar aos participantes, acesso ao ensino de qualidade com eficácia no aprendizado, ministrando as aulas com recursos tecnológicos inovadores, como conteúdo on-line, animações, videoconferência, exercícios de fixação e objetos de aprendizagem, que auxiliam na formação do cidadão contemporâneo, crítico e atuante na sociedade.
Objetivos: definir os objetivos gerais do plano de gestão;
O curso tem como objetivo principal instrumentalizar o participante a utilizar a arte de contar história no dia a dia escolar de maneira atraente, lúdica e prazerosa, utilizando os caminhos ligados à capacidade de reflexão, às sensações, percepções e criações; trabalhando a oralidade, leitura, brincadeiras, jogos dramáticos, focando o desenvolvimento da sensibilidade e o refinamento da humanização das relações sociais e artística, incorporadas no processo ensino-aprendizagem.
Objetivos Específicos:
· Promover a imaginação criativa e a significação individualizada;
· Promover o hábito de ouvir em silêncio e participar na hora oportuna:
· Permitir a troca de ideias, de conceitos, de entendimentos, compreensões entre os participantes;
· Desenvolver um olhar atento, de curiosidade e de interesse para o objeto de leitura;
· Estabelecer uma linguagem comum entre professor e alunos;
· Tornar a “Hora do Conto” algo que represente uma quebra na rotina diária, um momento de prazer;
· Inserir conteúdos desconhecidos, novidades, mas não deixar de repetir outros já dominados, possibilitando o gosto do reconhecimento;
· Criar aulas de leitura diferenciadas dos demais trabalhos rotineiros da escola, que possam ser associados a momentos de prazer;
· Introduzir momentos de dramatizações, para interagir com a história contada no momento:
· Desenvolver a capacidade de atenção e socialização da criança;
· Valorizar outras histórias com mensagens que se identificam com os valores e com o Projeto Educativo da Escola do ano em curso;
· Despertar na criança bons sentimentos, bons hábitos, boas atitudes;
Infraestrutura de apoio e logística: descrever a função e definir a infraestrutura de apoio e logística do curso;
Um programa de EAD desenvolve a montagem de infraestrutura, ou seja, o material deve ser ajustado ao número de alunos, aos recursos tecnológicos envolvidos e à extensão da região a ser alcançada, o que representa um expressivo investimento para qualquer instituição que deseje montar um curso de EAD em nível superior.
A infraestrutura material que dá suporte tecnológico, científico, científico e instrumental ao curso e refere-se aos equipamentos de televisão, Datashow, impressoras, linhas telefônicas, inclusive destinadas para Internet fax, equipamentos para produção audiovisual e para videoconferência, computadores ligados em rede e/ou stand alone e outros, dependendo da proposta do curso. Além disso, deve disponibilizar biblioteca munida de acervo mínimo para possibilitar acesso aos alunos à bibliografia e a pesquisa.
Esses núcleos ou polos devem ser equipados para que os alunos distantes da sede tenham a mesma qualidade de atendimento que aqueles que residem perto e podem beneficiar-se eventualmente da infraestrutura física da instituição.
Polos presenciais: definir os polos como referencial do aluno e critérios de escolha dos polos;
Os polos presenciais devem ser sediados em localidades estratégicas, de fácil acesso, com estrutura mínima que proporcione apoio pedagógico e administrativo às atividades de ensino.
Esses núcleos ou polos devem ser equipados para que os alunos distantes da sede tenham a mesma qualidade de atendimento que aqueles que residem perto e podem beneficiar-se eventualmente da infraestrutura física da instituição.
Os polos presenciais devem ser organizados com toda infraestrutura de apoio humano e materiais necessários, como: computadores conectados à Internet, aulas de informática básica, material impresso, agenda, mural, sala virtual em que ficará disponível todo o material das aulas, fórum de comunicação entre professores e alunos, sala de bate-papo e correio eletrônico, tudo para facilitar os estudos e manter o aluno conectado com o professor permanentemente.
Corpo técnico-administrativo: definir os profissionais e suas funções dentro do corpo técnico-administrativo;
A função do corpo técnico-administrativo é oferecer total apoio para a realização integral e eficaz dos cursos, operando na sede da instituição em parceria com a equipe docente responsável pela gestão do curso e nos polos de apoio presencial.
As atividades desempenhadas por esses profissionais envolvem duas dimensões principais: a administrativa e a tecnológica.
Na área tecnológica, os profissionais devem atuar nos polos de apoio presencial em atividades de suporte técnico para laboratórios de informática e bibliotecas, como também nos serviços de manutenção dos materiais e equipamentos tecnológicos. Esses profissionais atuam nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a distância das instituições, auxiliando no planejamento do curso, servindo de apoio aos professores no desenvolvimento do conteúdo para os materiais didáticos e nos diversos meios de comunicação social, e pelo suporte e desenvolvimento dos sistemas de informática e suporte técnico aos alunos.
Na dimensão administrativa, a equipe deve atuar em funções de secretaria acadêmica, ou seja, no registro e acompanhamento de procedimentos de matrícula, avaliação e certificação dos estudantes, envolvendo o cumprimento de prazos e exigências legais em todos os interesses acadêmicos; bem como no apoio ao corpo docente e de tutores presenciais e a distância, recebimento e distribuição de material didático, atendimento a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas.
Ainda no setor técnico-administrativo o Coordenador do polo de apoio presencial é o principal responsável pelo bom andamento dos processos administrativos e pedagógicos desenvolvidos na unidade. Este profissional necessita conhecer a fundo os projetos pedagógicos dos cursos oferecidos em sua unidade. Cabe a ele a responsabilidade pelos calendários, pela organização das atividades de tutoria presencial, cuidando para que os equipamentos a serem utilizados estejam disponíveis e em condições de uso, enfim prezar para que toda a infraestrutura esteja preparada para a viabilização das atividades.
O coordenador do polo deve possuir experiência acadêmica e administrativa e ser graduado para o bom exercício de suas funções, pois a ele também é atribuído o acompanhamento e a supervisão do trabalho desenvolvido na secretaria da unidade, cuidando para que o registro dos estudantes e todas as ocorrências, tais como notas, disciplinas ou módulos cursados, frequências, transferências, sejam feitas de forma organizada e em tempo hábil.
2ª ETAPA:
Implantação do curso: definir como será a implantação do curso;
A gestão acadêmica de um projeto de curso de educação a distância deve estar integrada aos demais processos da instituição, ou seja, é importante que o estudante de um curso a distância tenha as mesmas condições e suporte que o aluno matriculado no curso presencial.
Planejamento educacional do curso: descrever o planejamento educacional do curso de qualificação profissional;
Por envolver um conjunto de processos integrados, a gestão de um sistema de educação à distância em nível superior é complexa.
A Instituição deve apontar seu referencial de qualidade em seu processo de gestão, apresentando em seu projeto de sistema de educação à distância, o atendimento a serviços básicos como:
a) um sistema de administração e controle do processo de tutoria especificando datas e horários de todos os momentos presenciais e a distância;
b) um sistema de controle da produção e distribuição de material didático;
c) um sistema de avaliação de aprendizagem, especificando a logística adotada para esta atividade.
d) bancos de dados do sistema contendo: cadastro de estudantes, professores coordenadores, tutores, e demais profissionais;
e) cadastro de equipamentos e facilidades educacionais do sistema;
f) sistema de gestão dos atos acadêmicos tais como: inscrição e trancamento de disciplinas e matrícula;
g) registros de resultados de todas as avaliações e atividades realizadas pelo estudante, prevendo-se, inclusive recuperação e a possibilidade de certificações parciais;
h) um sistema que permita ao professor ter autonomia para a elaboração, inclusão e gerenciamento de seu conteúdo, e que isso possa ser feito de maneira amigável e rápida, com liberdade e flexibilidade.
Estratégias de Apoio à aprendizagem
Políticas Públicas: descrever quais são as políticas públicas para a elaboração do curso.
As Políticas Públicas Governamentais vêm incentivando a expansão dos cursos EaD, prova disso é que o Governo do Estado de São Paulo, adotou a medida com o Programa de Formação Docente.
Artigo 80 da Lei 9394 propõe que o Poder Púbico incentivará o desenvolvimento e a veiculação de Programas de Ensino a Distância, em todos os níveis e modalidades de ensino de educação continuada.
A portaria 2253 atualizada pela portaria 4059/2004 possibilitou duas políticas: Uma voltada para que as Instituições familiarize os estudantes de cursos presenciais com 20% do currículo com aulas EaD, quebrando preconceitos. E a outra voltada para a formação de um público alvo para cursos de extensão e Pós-graduação EaD.
Decreto 5800 de 8 de junho de 2006, o Ministério da Educação dispõe sobre o sistema de Universidade Aberta do Brasil – UAB, iniciativa que vem ao encontro com as iniciativas de favorecer a criação de polos municipais em parceria com universidades Federais.
Por último o Programa Universidade para todos (ProUni) que também permitiu o avanço e a ampliação dos cursos EaD nas Instituições Privadas, devido aos valores dos cursos serem mais acessíveis, pautada em uma estratégia de Política Pública para a educação que tem por objetivo garantir as demandas do PNE (Plano Nacional de Educação).
Para um bom desenvolvimento dos cursos EaD é importante a Interlocução constante com a Educação Básica – currículo atualizado de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, ou em âmbitos mais restritos, adaptado às recomendações curriculares dos Sistemas de Ensino Estaduais e Municipais.
3ª ETAPA:
Necessidades de mercado e análise de público alvo: definir, descrever as necessidades do mercado que pretende atender com o curso e o publico alvo;
Para definir as necessidades de mercado e a análise de público alvo é necessário realizar um levantamento de dados por meio de pesquisa de campo, aceitação e interesse dos estudantes, a fim de definir os objetivos, orçamento, cronograma, recursos humanos e tecnológicos necessários e traçar o perfil do público-alvo. Segundo Bittencourt (1999), o levantamento deve conter dados básicos sobre o público-alvo, como por exemplo: "a dispersão geográfica; tipo de tecnologia a que têm acesso; faixa etária; escolaridade; conhecimento anterior sobre o tema; situação motivacional; contexto e informações culturais (p.40)". Araújo (2009) ainda recomenda realizar um mapeamento e analisar todas as variáveis que estão envolvidas no contexto educacional, a fim de incorporar fatores contextuais no projeto.
A fim de promover a correta realização dessa etapa, Pinheiro (2002) sugere as seguintes estratégias:
Identificar a filosofia da organização por meio de entrevistas ou questionários; identificar a missão, visão, objetivos e valores a fim de projetar o curso em sintonia e de acordo com a realidade da organização.
Identificar as necessidades de instrução por meio de pesquisa documental, questionários, entrevistas e discursão com as pessoas envolvidas no projeto; identificar os requisitos e as expectativas da organização.
Identificar o público-alvo utilizando questionários e entrevistas semiestruturadas; identificar a formação, aspectos culturais, experiência com educação à distância, alfabetização tecnológica e condições financeiras do público-alvo.
Identificar a estrutura tecnológica visitando o parque tecnológico ou entrevistar os responsáveis pela Tecnologia de Informação da organização, a fim de identificar a existência de laboratórios, plataforma dos computadores, qualificação dos profissionais e, principalmente, as condições de acesso à internet da organização.
Identificar potenciais mídias através de entrevistas ou visitas verificar as condições para produção de potenciais mídias como vídeos, áudios, materiais impressos e vídeos conferências ou verificar o interesse de terceirização da produção das mídias.
Identificar os custos por meio das análises anteriores e no pagamento de professores, tutores, pessoal de apoio, produção de materiais, preço das mensalidades e demais custos identificados; determinar a relação custo benefício do projeto.
Definir objetivo: baseado em análises com as pessoas envolvidas no projeto definir o objetivo geral e os objetivos específicos, além da definição de carga horária.
Modelo do curso a distância: definir e justificar o modelo do curso;
Para definição desse item, Pinheiro (2002) estabelece as seguintes estratégias por meio das definições: Equipe: definição de um grupo interdisciplinar formado por profissionais especialista em cada função do projeto. Pinheiro (2002) cita alguns profissionais que devem fazer parte desse grupo:
Coordenador de projetos: responsável pela administração e condução do projeto.
Designer Instrucional: responsável por realizar o desenho instrucional. Deve ter conhecimento em fundamentos pedagógicos e tecnológicos. Trabalha em conjunto com professores, técnicos em mídia e pedagogo.
Professor da disciplina: responsável por auxiliar no desenho do curso.
Professor conteudista: responsável pela elaboração do material didático.
Pedagogo: responsável por questões pedagógicas, estratégias para o ensino, avaliação e revisão. Deve ter conhecimento em técnicas para educação à distância e mídias.
Técnicos em mídias: responsável pela produção de mídias. Deve ter conhecimento técnico e experiência na mídia a ser produzida.
Tutores presenciais: responsável pelo acompanhamento do aluno.
Grade curricular: definição dos conteúdos, módulos e, posteriormente, as aulas do curso com carga horária em conjunto com o grupo interdisciplinar.
O MEC (2007) recomenda que a grade contenha um módulo introdutório que contemple os conhecimentos e habilidades básicos, referentes à tecnologia utilizada e/ou ao conteúdo programático do curso, para que a qualidade do curso seja preservada.
Estratégias pedagógicas: baseada em teorias com uma abordagem construtivista definir materiais que instigue o aluno a pensar, a pesquisar, a colaborar e participar de situações desafiadoras. Definir também estratégias de motivação e de resgate de aluno que não esteja participando dos desafios.
Estratégias tecnológicas: definir como a tecnologia será utilizada no processo educativo a fim de garantir a eficácia do processo ensino-aprendizagem. Definir quais ferramentas e qual Ambiente Virtual de Aprendizagem será utilizado para atender as necessidades do público-alvo e organização.
Cronogramas: definir um cronograma detalhado das tarefas e seus respectivos responsáveis e um limite de comprimento.
Referências Bibliográficas:
ARAÚJO, Elenise Maria. Design Instrucional de uma Disciplina de Pós-Graduação em Engenharia de Produção: uma proposta baseada em estratégias de aprendizagem colaborativa em ambiente virtual. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia de Produção, Universidade de São Paulo. São Carlos. 2009
BITTENCOURT, Dênia Falcão. A Construção de um Modelo de Curso "Lato Sensu" Via Internet - A Experiência com o Curso de Especialização para Gestores de Instituições de Ensino Técnico UFSC/SENAI. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 1999.
BRASIL. MEC - Ministério da Educação. S. Referenciais de Qualidade Para Educação Superior A Distância. Brasília, 2007. 31 p.
PINHEIRO, Marco Antonio. Estratégias para o Design Instrucional de Cursos pela Internet: Um Estudo de Caso. 2002. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
http://www.webartigos.com/artigos/gestao-em-educacao-a-distancia-ead/25235/#ixzz1wOVdv1PD – acesso em 28/05/2012.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5800.htm - acesso em 28/05/2012.
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18252/000727582.pdf?sequence=1 – acesso em 05/06/2012.
http://www.linkei.net/publicacao/22/referencias-do-design-instrucional-desenvolvimento-web-com-foco-na-experiencia-do-usuario.- acesso em 06/06/2012