SABEDORIA E CONHECIMENTO

A vida não vale pelas riquezas que acumulamos, mas pela sabedoria e pelos conhecimentos que adquirimos. Por este princípio, não se estuda simplesmente para saber muito, mas para viver bem. Isto significa que os estudos se destinam a aprendermos a viver sabiamente. Para adquirirmos esta sabedoria é necessário seguir um caminho, isto é, nos orientarmos por um método, respeitando algumas regras. E que regras são estas? O filósofo Descartes aconselha a, inicialmente, duvidarmos de tudo. Pois, quem começa com certezas, com dogmas, estudando terá dúvidas, e quem começa com dúvidas, finalmente descobrirá algumas certezas. Por isto, a primeira regra para alcançar sabedoria é ser humilde. Os humildes confessam saber pouco, e se dispõem a aprender mais. Os soberbos querem saber tudo. A segunda regra é começar a busca da sabedoria ainda menino, pois o caminho para chegar à casa da sabedoria é longo. Mas é muito louvável o idoso, mesmo com o pé na sepultura, quando ainda busca a sabedoria. A terceira regra é informar-se, ouvindo lições, participando de palestras, dedicando-se com grande ânimo e aplicação aos estudos. A quarta regra consiste em examinar e avaliar criticamente o que os grandes mestres, os sábios, nos comunicam. A quinta regra, em tempo de estudos, é ser sóbrio em comidas, bebidas e divertimentos. Bons costumes e uma vida com paz interior e exterior podem ser considerados como a sexta regra, pois vida desregrada e agitação em excesso não combinam com concentração mental, necessária para o estudo. Importante, como sétima regra, é a constância no estudo e estar sempre disposto a perguntar o que ainda não se sabe, ou se quer saber melhor. Perguntar e duvidar são caminhos importantes para o conhecimento e a sabedoria. O saber não é apenas utilitário, mas deve visar o bemviver. Outra regra, a oitava, é estudar com amor. Para isto é necessário escolher uma área de conhecimento da qual se gosta. O sábio não sabe tudo sobre tudo. Há múltiplas áreas de conhecimento e sabedoria! A nona regra aconselha a procurar a companhia e a amizade dos sábios. Participar de seus congressos e assembleias. Observando estas e outras regras no ensino e na educação, pode-se ter esperança fundada de viver, em breve, numa república mais feliz, numa sociedade mais ditosa, em que os governantes são politicamente sábios, os cidadãos conscientes, e a justiça social impera.

Inácio Strieder é professor de filosofia- Recife-PE.