Estou sem cristo.
Sei que falo para pessoas condicionadas a pensar de certa forma e que, portanto, de pouco ou quase nada vai adiantar o que expresso... Para alguns, é preciso esclarecer com exemplo físico que tentar fazer alguém condicionado a pensar sobre algo diferente do que pensa equivale a tentar fazer com que um destro escreva fluentemente com a mão esquerda... É essa a dificuldade em conceber algo diferente daquilo a que se está condicionado... Ainda neste passo, também é de bom alvitre registrar que o condicionamento leva à dependência psicológica, como se constata nos casos em que o pensar repetidamente sobre um fato prazeroso, como ganhar na loteria e o que fazer (sonhar) com a obtenção do resultado pode proporcionar de “felicidade” (imaginária)... pensamento esse, repetitivo, que impõe ao indivíduo que jogue, e jogue cada vez mais, na ilusão de que vai ganhar... aqui, as consequências do vício são previsíveis, são desastrosas (e nada se diz, nem se faz a respeito)...
Assim, não passando a educação de condicionamento, a educação religiosa não foge à regra: o religioso é condicionado a não poder pensar de outra maneira que não àquela a que foi e está condicionado (educado). Em verdadeiros rituais, onde se lança mão dos sentidos para “colaborar” com o condicionamento (a audição, a visão, o tato, o paladar, e o olfato), os mentores da educação religiosa (padres, pastores etc.), são experts no manuseio desses estratagemas (condicionadores). Na sequência, Cristo deixa de representar Deus, ou ser Deus, que é Amor, e passa a ser “alguém mágico”, com “superpoderes”, que anda por aí distribuindo saúde, dinheiro, trabalho etc., fazendo “prosperar” àquele que Nele deposita a fé (mas que não se esqueça de depositar, como óbolo, ou em bancos, as oferendas, os dízimos)... Uma vergonha... covardia... para não dizer crime contra a fé pública..., ou, quiçá pior, improbidade contra a própria inocente credulidade dos necessitados de proteção psicológica e material, e de afetividade... quando esses, pobres coitados, enganados, ou que enganam, são os chamados “crentes”...
Mas crentes a respeito do Amor, e com respeito a Deus (temor de não perdê-Lo), ou crentes porque assim são considerados ou se auto intitulam porque “estão crentes” de que vão receber alguma coisa – Deuteronômio 10,15-17 – quando Deus não aceita presentes, não se deixa subornar, isto é, não é corrupto? Uma vergonha, pois se descumpre a palavra, no maior desplante, desde o Antigo Testamento...
O meu Deus, o meu Cristo, é Aquele que me faz Nele pensar o tempo todo, e por isto Ele está presente, vivo, vivíssimo, me norteando que devo tê-Lo no coração com discernimento para evitar, não deixar que aumente, diminua ou extinga a dor-sofrimento de quem quer que seja.
Já o cristo, ou deus, que vai me dar saúde, dinheiro, trabalho ou vai me fazer prosperar eu dispenso. Não quero nada, absolutamente nada deste pseudo (falso) “ente superior” que querem me impor (condicionar) como sendo aquele que vai cuidar dos meus interesses – aqui, juro por Deus, e não juro em vão: estou sem cristo.
Rodolfo Thompson – 29/6/2012.
Ps. Adianto que dentro das minhas limitações... muitas vezes faço o que não quero, e não faço o que quero!