Escola ?Para que? Para quem?
Escola? Para que? Para quem?
Iniciei esse texto há algumas semanas,(no segundo semestre de 2011) quando li em jornais que o MEC havia enviado à rede pública livros de Língua Portuguesa que abordava de maneira questionável o uso correto da língua (chamada de forma culta), dizendo que esta não precisava ser utilizada sempre, apenas quando necessária, para que o falante não sofresse de preconceito lingüístico por aqueles que faziam questão da forma culta.
Obviamente muitos questionaram tal postura do livro e infelizmente não acompanhei o desfecho da questão, onde foi sugerido o recolhimento do livro. Inicialmente pensei só em comentar esse fato, entretanto, não consegui concluir o texto e logo em seguida surgiu novo “escândalo” do MEC. Enviaram livros de matemática, onde, por questões ainda não bem explicadas, havia inúmeros erros de cálculos simples de subtração.
Após esses dois eventos, retomei meu texto, li, reli, apaguei, repensei e percebi que não cabia discutir mais as questões do uso da norma culta da língua portuguesa, ou como devemos ensinar matemática, mas que a questão maior era pensar sobre uma constante pergunta que escuto de pais, alunos e pacientes: “Para que preciso aprender isso? Onde vou usar?” “Eu nunca falo assim, por que devo escrever com todas essas regras??” E por aí seguem perguntando da utilidade do ensino e da escola.
Sempre respondo a essas questões da mesma forma e para todos, sejam crianças ou adultos: “Não sei para que vá lhe servir, assim como não sabia quando fui ensinada sobre todas essas coisas, mas uma coisa posso lhe afirmar: aprender é algo que nos modifica e acho que isso é o mínimo que a escola deve fazer por nós.” Complemento esse pensamento com a seguinte questão:
“De que adiantaria estudar tanto, dedicar tempo, dinheiro e esforço se continuássemos sendo sempre os mesmos? Falando sempre do mesmo jeito, contando nos dedos as adições e subtrações, não sendo capazes de escrever dez linhas sobre o que pensamos ou queremos?”
Acho que essa é a questão principal que esquecemos. Aprender é algo transformador, algo que nos tira do lugar conhecido, que nos desafia, nos obriga a pensar, mas, que no final, ao olharmos para trás, veremos o quanto ficamos renovados, o quanto crescemos, o quanto estamos pronto para o Amanhã, porque o Amanhã é como ir à guerra... Não sabemos exatamente como está preparado o inimigo, e por isso, é bom termos o maior número de armas possíveis para nos defendermos e atacar se necessário for.
Ao ver publicações como essas do MEC, fica em mim um questionamento:
“Com que armas estão equipando os alunos para enfrentar a Guerra do Amanhã?”