A Inteligência Lógico-Matemática de Howard Gardner aplicada à Educação à Distância

VALTÍVIO VIEIRA

Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.

SÃO BENTO DO SUL - SC

2012

A Inteligência Lógico-Matemática de Howard Gardner aplicada à Educação à Distância

A Inteligência Lógico-Matemática é a competência para raciocinar de maneira lógico-dedutiva e solucionar problemas envolvendo números e elementos matemáticos. Está presente em cientistas, advogados, físicos e matemáticos. A pessoa que tem esta inteligência: Gosta de cálculos, precisão, resolução de problemas, explicações claras, boa argumentação, experimentar, é a habilidade para lidar com uma série de raciocínios, levantar hipóteses, ordenar, explorar relações e categorias. Reconhecer problemas e resolve-los. Exemplos dessa inteligência são os engenheiros e matemáticos.

O tutor pode trabalhar com problemas matemáticos, experiência com a matemática, jogos lógicos, enigmas, desafios com tarefas administrativas e contábeis e experiências práticas profissionais, trabalhar também com a argumentação.

Gardner descreve sobre a inteligência lógico-matemática:

Em 1983, Barbara McClintock ganhou o prêmio Nobel de medicina ou fisiologia por seu trabalho em microbiologia. Seus poderes intelectuais de dedução e observação ilustram uma forma de inteligência lógico-matemática freqüentemente rotulada como “pensamento científico”. Um incidente é particularmente esclarecedor. Enquanto fazia pesquisa em Cornell, na década de vinte, McClintock deparou-se com um problema: embora a teoria predissesse 50 por cento de esterilidade no milho, seu assistente de pesquisa (no “campo”) estava encontrando plantas que eram apenas 25 a 30 por cento estéreis. Perturbada por esta discrepância, McClintock deixou o milharal e voltou ao seu escritório, onde sentou durante uma meia hora, pensando: Esta anedota ilustra dois fatos essenciais da inteligência lógico-matemática. Em primeiro lugar, no indivíduo talentoso, o processo de resolução do problema geralmente é surpreendentemente rápido – o cientista bem-sucedido lida com muitas variáveis ao mesmo tempo e cria numerosas hipóteses que são avaliadas e depois, por sua vez, aceitas ou rejeitadas. A anedota também salienta a natureza não-verbal da inteligência. A solução de um problema pode ser construída antes de ser articulada. De fato, o processo de solução pode ser totalmente invisível, inclusive para aquele que resolve o problema. Essa necessidade não significa, contudo, que as descobertas deste tipo – o conhecido fenômeno “Ahá” – sejam misteriosas, intuitivas ou imprevisíveis. O fato de isso acontecer mais freqüentemente com algumas pessoas (talvez ganhadores do Prêmio Nobel) sugere o oposto. Nós interpretamos isso como o funcionamento da inteligência lógico-matemática. Juntamente com a associada capacidade da linguagem, o raciocínio lógico-matemático proporciona a principal base para os testes de QI. Esta forma de inteligência foi imensamente investigada pelos psicólogos tradicionais, e é a arquétipo da “inteligência pura” ou da faculdade de resolver problemas que encurta significativamente o caminho entre os domínios. Talvez seja uma ironia, então, que o mecanismo concreto através do qual a pessoa chega a uma solução para um problema lógico-matemático ainda não esteja adequadamente compreendido. Esta inteligência também é apoiada por nossos critérios empíricos. Certas áreas do cérebro são mais importantes do que outras no cálculo matemático. Há idiotas sábios que realizam grandes façanhas de cálculo, mesmo que continuem sendo tragicamente deficientes na maioria das outras áreas. As crianças-prodígio, na matemática, existem em grande número. O desenvolvimento desta inteligência nas crianças foi cuidadosamente documentado por Jean Piaget e outros psicólogos (GARDNER, 1995, p.24-25).

REFERÊNCIA

BELONI, M. L. Educação à Distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: A teoria na prática. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

LITWIN, Edith. Educação a Distância: Temas para Debate de uma Nova Agenda Educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.

MAIA, Carmem. Guia Brasileiro de Educação a Distância. São Paulo: Esfera, 2002.

MARTINS, Onilza Borges. Teoria e Prática Tutorial em Educação à Distância.Curitiba: IBPEX, 2002.

Valtivio Vieira
Enviado por Valtivio Vieira em 02/06/2012
Código do texto: T3701361
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