O papel do professor tutor em Educação à Distância (EAD)
VALTÍVIO VIEIRA
Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.
SÃO BENTO DO SUL - SC
2012
O papel do professor tutor em Educação à Distância (EAD)
O professor é orientador do ensino. Nele o aluno encontra fonte de estímulos que o leva a reagir para que se processe a aprendizagem. Portanto, é dever do professor procurar entender os seus alunos. Nessa interação professor-aluno, urge ressaltar, a existência de dois aspectos intrínsecos no trabalho docente: o aspecto cognoscitivo que diz respeito à aquisição de conhecimento; e o aspecto sócio-emocional que diz respeito às relações afetivas e sociais.
Outro elemento importante é o dever do professor distribuir seus estímulos, adequadamente, entre seus alunos, de maneira que a leve a trabalhar segundo as suas peculiaridades e possibilidades.
Cabe ao professor, durante sua intervenção em sala de aula e por meio de sua interação com a classe, ajudar o aluno a transformar sua curiosidade em esforço cognitivo e a passar de um conhecimento confuso, sincrético, fragmentado, a um saber organizado e preciso.
É importante ainda, que o professor se torna cada vez mais indispensável, à medida que mais complexa vai tornando-se a vida social, como orientador e guia na formação da personalidade do educando.
O professor não pode ser apenas “aquele que ensina” matérias do programa: Geografia, Português, Didática, Teologia, etc, mas “aquele que educa”, aquele que além de ensinar matérias, está preocupado com a formação do caráter do educando.
Com isso, estamos afirmando que todo o professor deverá ser um educador. Educador é aquele que educa, e educar não é ensinar, é formar a personalidade do aluno. Educar é preparar o indivíduo integralmente para a vida presente e eterna; preparar-lhe o corpo e o intelecto; o cérebro e a alma e, ainda, prepará-lo para viver e ser útil à sociedade.
No entanto, salientamos que “preparação para a vida” não se faz em separado na própria vida. O fenômeno educativo não e como uma viagem, por exemplo, em que se prepara à bagagem hoje para viajar amanhã. A vida é uma viagem constante, desde o dia em que nascemos em direção à perfeição (estatura de Cristo). Temos que nos preparar enquanto viajamos.
Rubem Alves em seu livro: Conversas com quem gosta de ensinar, destaca que aponta alternativa séria e consistente em oposição à educação imposta pelo Estado, e a oposição entre educador e professor. Onde o educador é aquele que trabalha por amor, e o professor é o que trabalha por dinheiro. É uma obra referente à educação na visão de Alves, que foi pastor e filósofo. Gosta de leituras de Santo Agostinho.
O ensino é transmissão de conhecimentos, de informações ou esclarecimentos úteis e indispensáveis à educação, e sempre tem um fim determinado que seja a instrução.
O professor é aquele que ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina, como diziam os medievais “De Magistro”, ou seja, o mestre, que é um homem perito. O professor é remunerado pela sua carga horária, ou seja, ele ganha o seu salário por lecionar. Educador não trabalha por dinheiro, trabalha por amor. Segundo o autor:
Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário não é profissão é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. (ALVES, 1986, p. 11)
O educador cuida da alma do aluno. Em outras palavras, formar é mais necessário que informar. Aquilo que somos é mais importante do que aquilo que sabemos. Um vasto conhecimento, num indivíduo com mau caráter, usado nas mãos do inimigo é uma catástrofe para o indivíduo e para a sociedade.
O relacionamento entre o aluno e o professor especialista ou tutor se desenvolve no ambiente proposto em momentos diferentes, nos espaços presenciais através de aulas ou atividades de tutoria e nos espaços virtuais através do material didático dialógico e interativo proposto pelo professor.
O contrato com outros alunos pode ocorrer a qualquer momento de forma assíncrona (e-mail e fórum) ou síncrona (salas de discurssão). A prática tutorial e desenvolvida por tutores à Distância e tutores locais ou presenciais, na Educação à Distância e tem como objetivo a aprendizagem efetiva dos alunos. A atividade tutorial é desenvolvida através de fóruns, chats, e-mail, telefone e outros meio tecnológicos.
O tutor local ou presencial pode desenvolver algumas atividades dentre elas: criar grupos de estudo trocar informações com os alunos, conceder orientações pessoais, fazer seminários e mesa redonda, atividades de visitas a empresas e instituições públicas para aprimorar e complementar o estudo dos alunos.
As qualidades necessárias para um tutor local são: ser incentivador, motivar os alunos para que os mesmo não desanimem no curso; ser comprometido com o aprendizado do aluno; ter persistência; não desanimar nos momentos de dificuldade; ter empatia com o grupo e com cada aluno em particular; ser desafiador e desafiar os alunos, motivando-os para a busca de respostas e soluções, o tutor ensina aprendendo e aprende ensinando.
REFERÊNCIA
ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Editora Cortez, 16. ed. 1986.
BELONI, M. L. Educação à distância. Campinas: Autores Associados, 1999.
CORTELAZZO, I. B. de C. Fundamentos da educação à distância. Curitiba: IBPEX, 2007.