Palavras e palavras...
Palavras e palavras.
Você se recorda daquela historinha das aulas de interpretação...? Em resumo: um pai recebe o telegrama (ou e-mail) do filho que está fora do país, que diz: “Pai! Mande dinheiro agora, pô! Tô passando fome, pô”! Lido o texto assim, de forma fria, o pai, revoltado, conta pra mulher sobre essa agressão... A mulher lê o texto do filho e diz: -“Não, meu marido... não é isso... o nosso filho não foi nem é agressivo! Veja e sinta o que ele quis dizer”! E, lendo calmamente, pausadamente, repete aquelas palavras, mas em tom baixo, com simpatia e amor: “Paaai! Mande dinheiro agoora, pôoo! Tô passando fome, pôooo”! Com essa leitura, com real meiguice, o pai se convence (ou é convencido) de que o filho faz uma súplica, um verdadeiro pedido de socorro...
Moral da história: as palavras podem ser agressivas ou não, dependendo do tom (e do contexto)...
Rodolfo Thompson
Ps. Até mesmo esse texto pode não ser “bem interpretado”, seja por deficiência minha, seja por limitação das próprias palavras que podem não transmitir o “tom” (e o contexto)...