UM DIVISOR DE ÁGUAS
UM DIVISOR DE ÁGUAS
“Quando olhamos para trás e vemos a distância percorrida nestes últimos anos, não podemos duvidar das grandes coisas que o homem é capaz de realizar”. (Henry Ford).
Diz Eric Berne, que os vencedores são aqueles que sabem o que fazer se perderem. Os perdedores são aqueles que não sabem o que fazer se ganharem. Immanuel Kant, alemão de nascimento foi o fundador da Filosofia Crítica. Era também um grande pensador e são atribuídas a ele várias frases famosas, entre elas: “Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço”. “A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir”. “A missão suprema do homem é saber o que precisa para ser homem”. “A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.” Existem muitas outras que poderemos citar nas entrelinhas dessa matéria.
A Filosofia tem pelo menos dois pensadores reconhecidos como “Divisores de água”: Sócrates e Kant. Enquanto Sócrates mudou o olhar empreendido pelos pensadores anteriores (por isso, chamados de pré-socráticos), Kant traçou os limites do conhecimento humano, no período em que a crença na “Razão” propalava a ideia de que o homem tudo podia conhecer. Ele nasceu em Koenigsberg, onde viveu, estudou e faleceu. Koenigsberg localiza-se na grande Prússia Oriental, uma cidade universitária centro comercial muito ativo, para onde migravam homens de muitas nacionalidades, entre eles: ingleses, holandeses e poloneses. A sentença: “Divisor de águas” surgiu quando em cumeeiras e serras duas vertentes se encontram e a partir das quais o fluxo das águas em sentidos opostos.
O conjunto dos divisores de águas de uma área individualiza uma bacia hidrográfica. De uma forma geral os divisores de água superficiais também o são para as águas subterrâneas livres, isto é para os aquíferos freáticos, mas raramente o são para os aquíferos confinados ou semi-confinados. (Fonte: http://www.dicionario.pro.br).
No entanto, mesmo para aquíferos freáticos podem existir certas situações geológico-estrutural, que acabam permitindo que uma água subterrânea livre possa fluir sob um divisor de águas e alcançar a bacia hidrográfica adjacente. Esta possibilidade é colocada em casos de camadas inclinadas ou por fraturas profundas, dependendo de sua geometria. Alguns historiadores dizem que a vida de Kant foi austera, e regular como um relógio. Dizem também que as crianças, assim que começam a falar, fazem perguntas “filosóficas”, do tipo que iniciam sempre com “como” ou “por que”.
Assim sendo, não seria descabida a comparação da “infância” como o período do nascimento da filosofia entre os gregos, uma vez que aqueles antigos pensadores começaram também a indagar sobre o Universo perguntando-se “Como o Cosmos foi formado?” ou “Por que os seres nascem e morrem?”, por exemplo. Antes disso, houve todo um período mitológico, no qual narrativas simplórias preenchiam a curiosidade das pessoas, tal quais os vários contos de fadas, construídos em um mundo de fantasias, são contados até hoje às crianças, visando simplesmente aplacar seus medos ou adverti-las de certos perigos.
Segundo Jaya Hari Das, a humanidade pode parecer à mesma para alguns, os filhos podem parecer sempre pequenos para os pais, mas, na verdade, algo muda inexoravelmente. Com o passar do tempo, todos começam a fazer perguntas diferentes. E isso é um sinal de que estão crescendo e evoluindo. Kant tinha como costume levantar-se muito cedo, às cinco horas da manhã, fosse qualquer clima, inverno ou verão e deitava-se todas as noites às dez horas e seguia o mesmo itinerário para ir de sua casa à Universidade.
Em duas circunstâncias ele perdeu a hora: na publicação do Contrato Social Rousseau, em 1762, a notícia da vitória francesa em Valmy, em 1792. Segundo afirma Fichte, Kant foi a “razão encarnada”. A obra de Kant pode ser dividida em dois períodos fundamentais: o pré-crítico e o critico. O primeiro (até 1770) corresponde à filosofia dogmática, onde é notória a influência de Leibniz e Wolf.
Nesta fase realiza importantes estudos na área das ciências naturais e em particular da física de Newton. Entre as suas obras deste período, destaca-se a História Universal da Natureza e Teoria do Céu (1755), onde apresenta a célebre hipótese cosmológica da "nebulosa" para explicar a origem e evolução do nosso sistema solar. Mostra-se partidário da existência de vida em outros planetas, procura mostrar que Deus existe partindo da ordem e da beleza do universo.
A partir de 1762, Kant começa a manifestar um vivo interesse pelas questões filosóficas, em especial para a crítica das faculdades do homem. O segundo período corresponde ao despertar do "sono dogmático" provocado pelo impacto que nele teve a filosofia de Hume. Escreve então obras como a Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Critica da Faculdade de Julgar, nas quais demonstra a impossibilidade de se construir um sistema filosófico metafísico antes de ter previamente investigado as formas e os limites das nossas faculdades cognitivas.
Respondendo às questões colocadas por Hume, afirmou que todo o conhecimento começa com a experiência, mas não deriva todo da experiência. A faculdade de conhecer tem uma função ativa no processo do conhecimento. Este não representa as coisas como são em si mesmas, mas sim como são para nós. A realidade em si é incognoscível, tal como Deus. Esta teoria irá permitir a Kant fundamentar o dualismo "coisa em si" e o "fenômeno" (o que nos é dado conhecer). Concepção que irá ter profundas repercussões na filosofia até aos nossos dias. “Kant era, justamente, com tal propósito delirante, o bom filho do seu século, que mais que qualquer outro pode se denominado de o século do delírio [...]”.
“Também ele foi mordido pela tarântula moral de Rousseau, também ele tinha no fundo da alma o pensamento moral [...]”. As obras de Kant: Pensamentos sobre o verdadeiro valor das forças vivas (1747), História Universal da Natureza e Teoria do Céu (1755), Monodologia Física (1756), Meditações sobre o Otimismo (1759), A Falsa Subtileza das Quatro Figuras Silogísticas (1762), Dissertação de 1770. Sobre a Forma e os Princípios do Mundo Sensível e do Inteligível (1770), Prolegômenos a toda a Metafísica Futura (1783), A Religião nos Limites da Simples Razão, Crítica da razão pura (1781, 1º. ed., 1787, 2ª. ed.), Fundamentação Metafísica dos Costumes (1785), Crítica da Razão Prática (1788), Crítica da Faculdade de Julgar (1790). Rousseau era problemático em termos psicológicos, não possuía força lógica para estabelecer um sistema coerente.
Seu interior sensível, melhor entendido nas obras autobiográficas, ajusta-se melhor às batidas cordiais e suas intuições não podem ser pensadas de modo racional. A suposta incoerência dos textos leva à atribuição de atitudes opostas em Rousseau: de um lado, o liberalismo e, de outro, o totalitarismo. “Para ele, como para a maioria dos totalitários, um extremo pessimismo era a base para a recusa dos princípios constitucionais.
Enquanto o liberal consistente deve acreditar não apenas que o povo comum deve assumir responsabilidades pelo seu próprio destino político, mas também ele deve ser capaz, na base de sua própria razão e experiência, para manter a ordem social”. Uma vez que só importa em Rousseau o estilo e a língua, pouco serve estudar aqueles elementos no Emilio e no Contrato Social. Eles devem ser buscados nas Confissões, nos Devaneios do caminhante solitário, etc. Sainte-Beuve deixa escapar, de vez em quando, algumas razões da sua escolha.
“O momento atual não é muito favorável a Rousseau, a quem se imputa ter sido o autor, o promotor de muitos males por nós sofridos”. Pode-se dizer “judiciosamente”, acrescenta ele citando Joubert, “que não existe escritor mais apto a tornar o pobre soberbo”. (2001, p. 80). Segundo preceitua Paulo Ghiraldelli Jr. filósofo, escritor e professor da UFRRJ (2011) na famosa ditadura do amor - A raiva das mulheres contras os que denunciam a ditadura do amor é tamanha que não espante o leitor inteligente quando ler os comentários de mulheres gritando contra mim: “eu sou feliz por brincar com meus filhos, sou feliz, sou feliz, sou feliz”.
Vão esgoelar – duvidam? Outras dirão que não sei de nada, e que elas arrumam tempo para não só cuidar dos filhos como também brincar com eles. Outras falarão do quanto é importante não só para os filhos, mas também para os adultos, aprenderem a brincar com seus próprios filhos – aliás, já há profissionais da psicologia dizendo isso por aí. O romantismo disseminado pelo filósofo que Nietzsche chamava de “a tarântula moral”, Rousseau, sempre teve algo de malévolo, ditatorial e, enfim, como todos sabem conservador. (grifo nosso). É claro que do ponto de vista dos sociólogos, o mundo nunca tem problema.
Entendendo pouco dos componentes subjetivos da vida, uns vão dizer que a questão se resolve com creches, através de uma política social democrata, outros vão dizer que o socialismo, criando uma nova sociedade, também disporá dos meios de fazer a criança brincar na escola. Ou seja, que se arrumem mães em algum lugar! O que não pode parar é a ditadura do amor. Adoro dizer a todo o mundo de sua simpatia, de sua beleza, de sua inteligência, de sua perspicácia, do seu incentivo, adoro ler suas escritas e perceber que o sangue chega em cheio as minhas faces.
Nunca mais a vi, mas se eu tivesse a oportunidade de vê-la agora, com certeza eu iria dizer: como te amo meu amor. Essa ditadura do amor foi uma invenção nossa, de homens e mulheres, mas não tem trazido felicidade real para nenhum de nós, embora suas verdades sejam mostradas como verdades para todo sempre-certezas tão certas que… banais. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE