1- Assisti no começo da última madrugada o Programa do Jô. Vi o momento inicial quando ele anuncia os seus entrevistados.
Sobre os convidados, não me entusiasmaram, por isso desliguei logo a TV e fui dormir.
Mas, antes dele anunciar tais pessoas, ele destacou frases encontradas nas ruas as quais costumam ser denominadas “pérolas”.
Vamos a um exemplo: Uma placa ou cartaz que diz “Vendo exelente terreno!”.
O famoso gordo sempre costuma trazer tais pérolas, muitas vezes destacando também frases ou redações de universitários.
Ele as vai citando enquanto escutamos ao fundo mil gargalhadas das pessoas que estão presentes no local.
O meu artigo nasce das seguintes indagações:
Jô e todos que ali estão riem do quê?
Qualquer telespectador, sintonizando com tais risadas, acha engraçado o quê?
Outra pergunta oportuna seria:
Estamos rindo de quem ou do quê?
Dos que escreveram tais frases?
Do conteúdo escrito?
Da nossa educação triste e deplorável?
Da condição cultural dos brasileiros?
Do ridículo?
Afinal de contas, de que droga estamos rindo?
2- Recordo que, na ocasião que transmitiram a grande final do primeiro BBB, Jô Soares recebeu Kleber Bambam no seu programa naquela mesma noite realizando assim o que era para muitos a entrevista do momento.
Nesse caso será que alguém riu do simpático entrevistador o qual, realizando a citada entrevista, deve ter contribuido demais para o crescimento intelectual e moral de quem infelizmente o assistia?
Realmente lastimo com veemência o ato de rir das pérolas que encontramos nas universidades, nas ruas, nas estradas, no raio que o parta.
3- Há um filme interessante que tem o seguinte título no Brasil: Um caso à três
Quando li tal título a primeira vez, demorei para perceber que a crase existe por estar subtendida a palavra “moda”.
Devemos entender a frase assim: Um caso à moda três.
Quando eu percebi isso, fiquei fascinado, aplaudindo meu aprendizado assim como o uso da crase.
Se eu leio algo que contraria as nossas regras gramaticais, que agride nossa ortografia, fico às vezes triste, pensativo sobre a causa desse fato, refletindo sobre o fenômeno lingüístico, avaliando as implicações e conseqüências da ocorrência, filosofando, imaginando alternativas, qualquer coisa desse tipo ou o somatório de tudo que falei, porém jamais posso simplesmente achar engraçada a ocorrência.
Sabem por quê? Porque não é engraçado!
4- É comum, na ausência de opiniões bem fundamentadas, a inveja e a mesquinhez levar alguém a citar que Roberto Carlos não se posiciona sobre questões políticas.
Uma vez Faustão condenando essa crítica, ressaltou bem que “Se eles que ganham para isso mostram não entender, por que Roberto Carlos tem que ser punido por não saber?”
Outro comentário sobre Roberto Carlos que costumo ouvir surgiu, por exemplo, no CQC. Oscar Filho, aproveitando que Marcelo Tas falou algo sobre a perna de alguém ter ficado assim ou assado (a reportagem destacava Roberto Carlos), disse “Mas de qualquer jeito é uma perna, né?” fazendo referência ao fato do cantor ter tido parte de sua perna amputada na infância.
Podemos considerar isso uma piada?
É um comentário engraçado?
Do mesmo jeito,
*fazer alarde de que as pessoas revelam um conhecimento ortográfico desprezível, e mais ainda, de que praticamente não existe nenhum interesse em revisar o que se escreve,
*constatar que universitários pouquíssima habilidade demonstram quanto ao nosso idioma.
*Também não é engraçado!
5- Nesse momento os professores baianos estão numa greve que já ultrapassou trinta dias.
A volta imediata deles não apagaria o problema já causado por tantos dias letivos parados, pois não basta apenas depois seguir um novo cronograma.
Os estudantes precisam aprender com eficiência, as escolas precisam verdadeiramente preparar os alunos, os professores devem estar realmente comprometidos, precisam de fato ganhar mais, enfim, a nossa educação de qualidade, presente em vários discursos, deve começar a acontecer caso o Brasil queira sair dessa situação caótica em que está mergulhado.
6- Resumindo:
Jô Soares deve perceber que rir das pérolas como ele costuma fazer significa rir de si próprio, rir de uma estrutura que só vai piorando com a omissão dos ricos, com o descaso dos governantes, com nosso baixo exercício da cidadania etc.
Na verdade a situação pede um tonel de lágrimas, nunca risos ou gargalhadas.
Nós recantistas temos que desempenhar um papel fundamental a fim de mudar esse triste quadro ou, no mínimo, conscientizar ao máximo as pessoas sobre a realidade que nos cerca.
É possível alcançar o sucesso.
Vamos acreditar e tentar torná-lo real!
Um abraço!
Sobre os convidados, não me entusiasmaram, por isso desliguei logo a TV e fui dormir.
Mas, antes dele anunciar tais pessoas, ele destacou frases encontradas nas ruas as quais costumam ser denominadas “pérolas”.
Vamos a um exemplo: Uma placa ou cartaz que diz “Vendo exelente terreno!”.
O famoso gordo sempre costuma trazer tais pérolas, muitas vezes destacando também frases ou redações de universitários.
Ele as vai citando enquanto escutamos ao fundo mil gargalhadas das pessoas que estão presentes no local.
O meu artigo nasce das seguintes indagações:
Jô e todos que ali estão riem do quê?
Qualquer telespectador, sintonizando com tais risadas, acha engraçado o quê?
Outra pergunta oportuna seria:
Estamos rindo de quem ou do quê?
Dos que escreveram tais frases?
Do conteúdo escrito?
Da nossa educação triste e deplorável?
Da condição cultural dos brasileiros?
Do ridículo?
Afinal de contas, de que droga estamos rindo?
2- Recordo que, na ocasião que transmitiram a grande final do primeiro BBB, Jô Soares recebeu Kleber Bambam no seu programa naquela mesma noite realizando assim o que era para muitos a entrevista do momento.
Nesse caso será que alguém riu do simpático entrevistador o qual, realizando a citada entrevista, deve ter contribuido demais para o crescimento intelectual e moral de quem infelizmente o assistia?
Realmente lastimo com veemência o ato de rir das pérolas que encontramos nas universidades, nas ruas, nas estradas, no raio que o parta.
3- Há um filme interessante que tem o seguinte título no Brasil: Um caso à três
Quando li tal título a primeira vez, demorei para perceber que a crase existe por estar subtendida a palavra “moda”.
Devemos entender a frase assim: Um caso à moda três.
Quando eu percebi isso, fiquei fascinado, aplaudindo meu aprendizado assim como o uso da crase.
Se eu leio algo que contraria as nossas regras gramaticais, que agride nossa ortografia, fico às vezes triste, pensativo sobre a causa desse fato, refletindo sobre o fenômeno lingüístico, avaliando as implicações e conseqüências da ocorrência, filosofando, imaginando alternativas, qualquer coisa desse tipo ou o somatório de tudo que falei, porém jamais posso simplesmente achar engraçada a ocorrência.
Sabem por quê? Porque não é engraçado!
4- É comum, na ausência de opiniões bem fundamentadas, a inveja e a mesquinhez levar alguém a citar que Roberto Carlos não se posiciona sobre questões políticas.
Uma vez Faustão condenando essa crítica, ressaltou bem que “Se eles que ganham para isso mostram não entender, por que Roberto Carlos tem que ser punido por não saber?”
Outro comentário sobre Roberto Carlos que costumo ouvir surgiu, por exemplo, no CQC. Oscar Filho, aproveitando que Marcelo Tas falou algo sobre a perna de alguém ter ficado assim ou assado (a reportagem destacava Roberto Carlos), disse “Mas de qualquer jeito é uma perna, né?” fazendo referência ao fato do cantor ter tido parte de sua perna amputada na infância.
Podemos considerar isso uma piada?
É um comentário engraçado?
Do mesmo jeito,
*fazer alarde de que as pessoas revelam um conhecimento ortográfico desprezível, e mais ainda, de que praticamente não existe nenhum interesse em revisar o que se escreve,
*constatar que universitários pouquíssima habilidade demonstram quanto ao nosso idioma.
*Também não é engraçado!
5- Nesse momento os professores baianos estão numa greve que já ultrapassou trinta dias.
A volta imediata deles não apagaria o problema já causado por tantos dias letivos parados, pois não basta apenas depois seguir um novo cronograma.
Os estudantes precisam aprender com eficiência, as escolas precisam verdadeiramente preparar os alunos, os professores devem estar realmente comprometidos, precisam de fato ganhar mais, enfim, a nossa educação de qualidade, presente em vários discursos, deve começar a acontecer caso o Brasil queira sair dessa situação caótica em que está mergulhado.
6- Resumindo:
Jô Soares deve perceber que rir das pérolas como ele costuma fazer significa rir de si próprio, rir de uma estrutura que só vai piorando com a omissão dos ricos, com o descaso dos governantes, com nosso baixo exercício da cidadania etc.
Na verdade a situação pede um tonel de lágrimas, nunca risos ou gargalhadas.
Nós recantistas temos que desempenhar um papel fundamental a fim de mudar esse triste quadro ou, no mínimo, conscientizar ao máximo as pessoas sobre a realidade que nos cerca.
É possível alcançar o sucesso.
Vamos acreditar e tentar torná-lo real!
Um abraço!