Produção científica brasileira e da UECE
O desenvolvimento da ciência em um país pode ser medido pela comparação entre sua população e a produção científica gerada. O Brasil tem experimentado expressiva expansão na sua capacidade de produzir conhecimento. Entretanto, nossa participação na produção científica mundial representa cerca da metade de nossa participação na população mundial.
Dados oriundos da CAPES dão conta de que entre 1999 e 2001 foram publicados no país 38,8 artigos científicos por um milhão de habitantes. No mesmo período, Coréia do Sul e Taiwan publicaram respectivamente 206,8 e 330,3 artigos por milhão de habitantes. A média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), composta de países desenvolvidos, para o mesmo período, foi de 490,3 artigos por milhão de habitantes.
A produção científica brasileira tem aumentado graças ao maior número de mestres e doutores formados no país. Os títulos de mestres e doutores conferidos a brasileiros entre 1987 e 2003 cresceram 757% e 932% respectivamente. O crescimento anual nos últimos 7 anos, para ambas as modalidades de pós-graduação, tem ficado em torno de 15%. Só em 2003, 27.630 brasileiros concluíam cursos de mestrado e 8.094 o de doutorado. Espera-se que o país chegue a formar cerca de 10 mil doutores. A titulação de doutores nos Estados Unidos ficou estabilizada nos últimos dez anos no patamar de aproximadamente 41 mil doutores por ano, o que vem conferir maior importância aos últimos resultados conseguidos pelo Brasil.
Uma proporção relativamente elevada dos mestres e a quase totalidade dos doutores trabalha em universidades. Levantamento efetuado pelo IBGE, no ano de 2000, informa que cerca de 3 mil pós-graduados encontravam-se em atividade de pesquisa e desenvolvimento em empresas industriais inovadoras brasileiras. Apenas nesse mesmo ano, mais de 18 mil novos mestres e de 5 mil doutores entraram no mercado de trabalho no país. Estes números vêm provar que a produção científica brasileira tem contribuído de modo crescente e significativo para a expansão das fronteiras do conhecimento científico universal.
A contribuição da UECE no que diz respeito à pós-graduação tem sido considerável. Contamos hoje com 19 cursos de mestrado, sendo 11 acadêmicos e 8 profissionais, e um curso de doutorado em funcionamento, em Ciências Veterinárias e outro em processo de aprovação, em Biotecnologia. Somente no Centro de Educação há, em seu quadro de professores, 24 mestres e 15 doutores. Sua produção científica tem sido medida pela apresentação de trabalhos em seminários, encontros e congressos locais, nacionais e internacionais, como a Reunião Anual da SBPC, realizada no Campus do Itaperi, em julho próximo passado, e pela publicação de artigos científicos em periódicos especializados e inseridos no Sistema de Qualificação de Periódicos Qualis.
É preciso, entretanto, que esta prática de produção do conhecimento científico se cristalize entre os professores do Centro de Educação, como estratégica de contribuição à educação do povo brasileiro, e em especial do cearense, e ao desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Gilberto Carvalho Pereira
(Publicado no nº 21 e 22, edição de julho a dezembro de 2005, do Jornal Tudo@Ler, do Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará).