Educação e desenvolvimento econômico e social
Nossa preocupação com a qualidade do ensino nas escolas brasileira, com a falta de segurança reinante em seus espaços, com a posição brasileira nos índices que medem a situação da educação básica e até com a formação de professores e seus salários, tem sido expressa constantemente nesta coluna.
Reconhecemos os avanços verificados nas últimas décadas e o empenho constante do governo central em dotar o ensino brasileiro, em especial o ensino básico ministrado nas escolas públicas, da qualidade exigida como meta para o desenvolvimento nacional.
É chocante, entretanto, verificar que pouco resultado vem sendo alcançado. Uma prova disso encontra-se registrada no Anuário Estatístico 2010 da Comissão Econômico para a América Latina e Caribe – CEPAL, indicando que 9,6% da população brasileira ainda carregam o estigma de analfabeto, percentual acima da média da região.
Ao se tomar como referência os brasileiros maiores de 15 anos (89% do total da população composta de 169,75 milhões de habitantes, IBGE, 2010), temos 16,3% de pessoas que ainda não sabem ler e escrever, isto é, alijados de um dos direitos mais elementares do ser humano, trabalho digno, com remuneração adequada que garanta. Para si e para a família, saúde, educação, alimentação e lazer.
Para um país colocado como a 8ª economia do mundo, que necessita avançar ou manter-se nesta posição, o índice da CEPAL aparece como empecilho ao seu desenvolvimento. Sem saber ler nem escrever, essa força de trabalho analfabeta e sem qualificação apresenta-se não só como questão social de exclusão, mas, também, como escassez de mão de obra para os diferentes setores responsáveis pelo desenvolvimento econômico brasileiro.
(Publicado no nº 44, abril a junho de 2011, do Jornal Tudo@Ler, do Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará).