A EDUCAÇÃO E O TERCEIRO MILÊNIO
Abrimos as portas ao terceiro milênio e precisamos analisar, como educadores, qual tem sido a nossa principal tarefa diante destes seres do futuro (nossos educandos) que, por motivos psicológicos, sociológicos ou filosóficos, talvez, alheiam-se aos principais objetivos do seu ser, como também convivem alheios aos grandes problemas da sociedade em que estão inseridos.
Assim como Antônio Petrus Rotger, educador espanhol, também faço uso da mesma citação “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos”, para direcionar ao educador sua principal estratégia ou pilares educativos para o próximo século: ensinar a conhecer, ensinar a fazer, ensinar a ser e ensinar a viver juntos nossos educandos, não apenas na escola, mas principalmente na sua família, na sua sociedade.
Em um mundo no qual se tem anunciado a morte de todas as utopias, a educação se vislumbra cada vez mais com uma utopia necessária, sobretudo pelo compromisso que tem de levar adiante as estratégias que, em última instância, contribuirão para garantir a espécie humana e a melhora da sociedade.
Conhecer, reconhecer, vivenciar e enriquecer valores não pode ser considerado, principalmente por nós, educadores, como uma utopia, mas sim, razão principal das nossas tarefas educativas do ser humano em questão.
Não devemos fazer da escola apenas um lugar para transmitir e ensinar saberes, mas também um espaço onde se aprenda a conviver, a respeitar aos demais, onde as normas, atitudes e valores morais constituam objetivos básicos no processo educativo.
Sempre se tem considerado a escola como sendo um segundo lar do educando, mas nos últimos tempos, um substantivo sem valor tem entrado desmascaradamente, tanto nos lares, quanto na escola e em toda a sociedade: a violência.
Crises existem desde o início deste século, mas tentativas de soluções a crises pouco se tem sentido.
Se os valores estão em crise, então o que nos cabe fazer como educadores e como pais que somos, também?
Que métodos ou estratégias didáticas poderemos empregar na chamada educação em valores?
Os valores são conteúdos que podem ser aprendidos e podem ser ensinados, mas não apenas através da intervenção de educadores e educandos, não apenas através da educação moral e cívica, mas também através da imitação de modelos e práticas próprias da vida cotidiana que nossos alunos deveriam observar em suas famílias e na escola. É claro que, atualmente, o que está acontecendo é uma grande desestrutura familiar, carência financeira e também afetiva que vem provocando degradação dos valores morais e éticos que norteiam a sociedade.
Portanto,todo trabalho educativo deveria possuir como forte pilar para a reconstrução do homem em crise, uma conscientização valorativa do seu trabalho como educador e principal agente para a formação, reestruturação ou reconhecimento dos valores humanos.
Se o nosso educando aprende conteúdos apenas, desconhecendo valores como amor, respeito, justiça, honra, humanismo, solidariedade, honestidade e tantos outros, é óbvio que o império da violência sobressairá.
Nossos educandos precisam aprender antes que todos os conteúdos que lhes serão ensinados, apenas serão “aproveitados” em sua vida futura, quando antes tiverem consciência da importância dos valores (éticos, morais, etc.) e souberem fazer uso deles na prática dos conteúdos que lhes foram ensinados.
Educação sem consciência de valores não é educação, mas somente transferências de conteúdos com gestão plena e infinita da derradeira violência.
Basta parar e observar o que vem acontecendo dentro ou próximo às unidades escolares. É uma lástima!!