Os caminhos incertos da educação brasileira.

Vivemos numa era altamente globalizada e tecnológica que une muitas ideologias e princípios. Homens e mulheres buscam freneticamente o sustento de suas vidas, vidas estas cada vez mais vazias e sem sentido, pois, o que se busca acima de tudo é a matéria corruptível, deixando de lado os valores essenciais à vida, os sentimentos e as pequenas ações que constroem a boa base para se vivenciar uma vida feliz.

O que se pode fazer ou oferecer às pessoas que precisam cumprir neste planeta o seu curso natural? Como dar aos indivíduos um suporte para que os mesmos possam desenvolver-se e transformar o mundo com competências ? Somente uma palavra pode resolver isto:EDUCAÇÃO.

Outrora como já é de conhecimento de muitos, a Educação era produto raro destinado a uma minoria da sociedade, e era trampolim seguro para a transição de um mundo de trevas para um outro mundo de perspectivas.

Quem podia estudar estudava, comprava os seus livros e os demais materiais e seguia.Quem não comprava continuava, mas com muitas dificuldades ou até parava no meio do caminho, pois, as pedras eram reais, grandes e intransponíveis.

Aí veio a abertura da escola, uma escola para todos, onde ricos e pobres poderiam estudar. O interesse pelo conhecimento nas duas fases da escola ainda era muito bom, todos buscavam ler, escrever,,estudar para as provas, se preparar para os seminários, enfim, a escola tinha um grande fundamento e valor, todos queriam estudar para ser alguém na vida, de forma mais branda e agradável.

Eu mesmo, não quis seguir a minha vida usando uma colher de pedreiro ou outros instrumentos, preferi usar a pena, o papel e os livros.

Meu pai era pobre, trabalhador sem estudo, trabalhava num lugar imundo e inapropriado para seres humanos. Um lugar onde se mexia com couro de animais.Ele trabalhava com uma grande faca de duas pontas, jogava as peles dos animais em uma grande mesa, retirava os restos de carne e gordura e, preparava estas peles para as fábricas de sapatos e bolsas.

Após o expediente, meu querido e grande pai atrelava o seu cavalo à carroça e ia para o centro da cidade, fazer mais outros pequenos trabalhos para complementar a renda que era baixa. Quando voltava de lá. trazia para nós, a carne, o pão, o leite , o danone... Meu pai foi e sempre será o meu grande e híper heroi. Que esteja agora em bom lugar junto a Deus!

Na ânsia de prover o sustento para a sua família, ele trabalhava muito. Quando nós víamos a sua correria da labuta, nos falava: "Estuda meu filho, para não puxar carroça como o seu pai!".Essas palavras gravaram em mim com tintas insolúveis, que nunca serão apagadas nam minha vida.

Seguindo as palavras de meu pai, estudei e me formei professor.Quando comecei a lecionar ainda percebi um bom interesse nos meus alunos, muitos hoje dentistas, médicos, professores, bacharéis em direito. Enfim, já ajudei muita gente nesta vida, pela força de meu trabalho.

No meu tempo, tudo era e foi com muita dificuldade, mas tínhamos interesse em estudar e sabíamos o que queríamos. Não ganhávamos nada do governo, compravámos tudo e tirávamos boas notas.

Do tempo que estudávamos semanas antes das provas.Hoje as coisas são muito diferentes.

Os governos têm se preocupado mais em praticar a política do assistencialismo do que ensinar como pescar o peixe. É caderno, uniforme, mochila, livros e outros materiais que associados à falta de interesse e precariedade do sistema de ensino público, se mostram insuficientes para a obtenção da qualidade de ensino no país.

Quando nada se tinha, muito se aprendia, agora que temos tudo, pouco produzimos. O que estará acontecendo com a atual sociedade, moderna e altamente tecnológica?

Que caminhos a educação percorre e poderá trilhar de agora em diante? Não podemos definir, pois, os mares tempestuosos impulsionam a educação para a incerteza e abstração.

Os valores necessários à vida foram esquecidos e a sociedade, especialmente a juventude anda dificultosamente. A vida vale muito pouco, o que mais se vê é a banalização da sexualidade pelos meios de comunicação que ajuda a deturpar o que a escola e a família construíram.

Quem participa de programas televisivos de conteúdo vazio e ganha notariedade imediata se torna ídolo a ser seguido por uma geração inteira de jovens, mas pouco se vê ou se mostra a vitória daqueles que passaram pelos bancos escolares.

Quem é Machado de Assis? Sei lá! Jogador de futebol talvez. Ronaldinhos e outros, grandes personalidades brasileiras. O senhor "Beltrano", vencedor do BBB! Que beleza de cultura, meu Deus!

Ajudemos pois a educação a trilhar caminhos de certezas e definições, senão o 1984 acontecerá de forma mais intensa e rigorosa.

O momento é agora! Não deixemos acontecer, porque Vandré nos falava: " Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!" E "carpie diem! Carpie diem!" nos ensinou o grande professor em Sociedade dos Poetas Mortos.

SérgioLumell
Enviado por SérgioLumell em 18/04/2012
Código do texto: T3619414
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