Auto-flagelo

A ESCRAVIDÃO AINDA NÃO ACABOU

MAS PIOR MESMO É O AUTO-FLAGELO.

Nosso Brasil comemora ou assinala como uma data histórica, todo dia 13 de maio o fim da escravidão de negros que foram trazidos para cá à força, pelos colonizadores Portugueses.

Assinou a Lei áurea, a princeza Izabel, que não pode ser considerada a princeza da liberdade, exatamente porque se ela não assinasse poderíamos ter enfrentado uma espécie de guerra civil, já que além dos negros que já estavam fugindo e se organizando para lutar por sua liberdade, muitos políticos e pessoas importantes e influentes, já abraçavam a causa da libertação, porque o mundo evoluiu e existia também um fator natural que colaborava para essa conveniência social, - Os miscigenados que somos, todos nós Brasileiros.

De qualquer forma o período de transição foi muito cruel para a população negra que de repente se viu abandonada, sem renda para o sustento, sem teto, já que os fazendeiros da época, preferiram buscar mão de obra remunerada na Europa, do que dar emprego aos ex-escravos. Isto criou uma revolta sem precedentes na historia do Brasil e foi aí que começaram a chegar Italianos, alemães, Poloneses e até mesmo Árabes que vinham para explorar o comércio e a industria.

Muitos afro-descendentes não concordam até hoje com tudo que aconteceu e sofrem de uma espécie de auto-flagelo, o que nos traz constrangimentos e seqüelas no que diz respeito ao convívio social. Alguns mais insuflados ou instigados ficam por aí, perdidos que nem fantasmas em busca da felicidade e da liberdade plena que para eles ainda chegou. Esquecem também que todos esses imigrantes que chegaram na verdade viriam independentemente da Lei áurea, pois a Europa inteira viveu a partir de Napoleão momentos cruéis de guerras sangrentas após o conflito aberto da França com a Inglaterra e muitos deles desembarcaram aqui com seus sonhos e projetos.

Soltam bravatas, ofendem, querem leis protecionistas, querem indenizações (incentivados por uma imprensa sensacionalista) e não reconhecem, não acordam para a realidade, de que tudo na verdade já passou, foi um pesadelo na história da humanidade e mais especialmente no Brasil. A vida é feita de bola pra frente, não adianta remover e desenterrar sofrimentos de dois, três ou quatro séculos, mesmo porque hoje temos pobres desempregados brancos, pardos e negros e todos precisam de uma oportunidade para estudar.

Estamos vivendo aí um passado recente da ditadura militar, que aumentou no mundo inteiro essa onda de escravatura moderna, onde muitos empresários inescrupulosos acabaram criando pequenos campos de concentração com renda mínima garantida pelo governo e o principio é o mesmo de sempre dos senhores feudais, nunca pagar que dê pra sobrar depois de suprir necessidades básicas, para não criar uma independência completa e/ou concorrência. Com a conivência de governos e do cassetete da policia, controlam aquilo que chamam de distúrbios sociais, greves, protestos, etc.

Poucos são os negros ou afro-descendentes que entendem que na verdade hoje existe uma escravidão generalizada de todas as pessoas pobres e humildes que não tinham posses e que tinham necessidade de trabalhar para o próprio sustento. Instituiu-se então um sistema de pagamento de um salário tanto para negros como para brancos e pardos e com esse salário a pessoa tinha que se virar para pagar alimentação, roupas, remédios e moradia e até hoje, basicamente funciona assim.

Pouco depois, iniciou-se a era da industrialização e surgiram as grandes corporações, quando de fato o capitalismo selvagem imperou com seus tentáculos poderosos, onde havia um salário mínimo estipulado sempre por baixo para não comprometer a saúde financeira das empresas. Com o surgimento da alta tecnologia a dependência da mão de obra se inverteu e o desemprego tomou conta em todos os países do mundo.

Hoje a cruel lei de oferta e procura regula também o mercado de mão obra não especializada. A escravidão não é necessária em tempos de robôs e computadores que automatizam tudo de forma cruel e fazem a oferta de mão de obra ser muito maior do que a procura.

Temos hoje portanto, brancos, negros, pardos, amarelos, alguns descendentes de indios, lutando pela mesma causa: A causa da igualdade de oportunidades, a causa do sofrimento daqueles que andam em transporte coletivo e são tratados como gado de abate, a causa dos presidiários (uma grande parte, muito mais vitimas do sistema cruel) que não recebem um tratamento digno, a nossa causa de um modo geral que votamos com boas intenções procurando gente honesta para gerir o Estado, o nosso destino, para que nossas leis se aperfeiçoem e nada disto ocorre.

Portanto, somos um bando de pessoas que deveríamos estar unidos em busca de causas comuns e ficamos, por indução brigando individualmente uns com os outros, procurando o bem estar individual de forma egoísta. O talento e a inteligência sim, são características individuais, em doses maiores, em doses menores e mesmo que não seja o "resultado do meio", deveriam ser dirigidos em beneficio da coletividade e no entanto, somos covardemente induzidos a usá-los de forma covarde e torpe ou cobrando e usando os recursos como meio de subsistência ou para atacar pessoas que consideramos "inimigos".

O verdadeiro trabalho jornalístico, está em detectar essas anomalias no comportamento humano, está em ter inteligência para reconhecer isso publicamente. Está na índole de cada um de nós, não está num diploma de Universidade, não está no perfeccionismo, na concordância verbal ou nominal. Tudo isto tem que estar em nossa consciência, na verdade, na ausência do anonimato principalmente quando se trata de ferir e agredir pessoas.

Está com certeza em pessoas de boa vontade, que amam de verdade o seu semelhante e principalmente naqueles conseguem se despojar do ódio, da inveja em achar que um jornalista de verdade, ou um comunicador autentico, ou ainda um formador de opinião esteja apenas e tão só no egocentrismo ou na auto-suficiência antipática daqueles que pensam que por estarem escrevendo em grandes jornais é que são o tal.

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 14/04/2012
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