Os Sofismos na Educação Contemporânea...
Na Grécia antiga, existia a figura dos sofistas. Podemos classificá-los como mestres itinerantes que cobravam altas taxas para propagar o seu conhecimento. Mediante pagamento, uns poucos abastados, tinham acesso ao conhecimento que na época era hermético. Haja vista, a verticalidade no que tangia(e tange) as questões de acessibilidade ao mesmo.
Nos dias atuais, nos confrontamos com a escassez da qualidade do ensino público. Tal fenômeno, se dá dentre outras coisas, por questões político/especulativas, bem como pelo descaso da sociedade que não provoca a máquina estatal no sentido das melhorias sócioeducativas. Mas, tudo isso é muito simplista, se nos defrontarmos com as macro questões.
Todavia, especula-se, o que seriam as partes integrantes desse macro ? Podemos pontuar por exemplo, as questões referentes as classes socioeconômicas. Ou seja, as classes A e B, querem ascender para a AA. Sendo que a classe C e D por exemplo, ficam achatadas nesse processo capital. Por conseguinte a elite (AA) não quer a ascensão das outras castas econômicas, pois precisam delas para continuar na mesma posição.
O que tem estes aspectos financeiros a ver com a formatação educacional? Na verdade, tudo está diretamente ligado, pois o pano de fundo histórico está atrelado ao modelo econômico vigente. Assim sendo, o reflexo se dá na área educacional, levando em consideração, que não se satisfaz como interesse comunal dos detentores sistemáticos estabelecidos, a melhoria do ensino ofertado ao povo.
Por outro lado, fazendo um paralelo com a contemporaneidade. Os sofistas pós modernos, traduzem-se nas instituições de ensino particulares que proliferam visando pegar um nicho mercadológico tido como promissor. Mas diferente dos antigos gregos. Tais instituições, se adaptam a nova realidade, dando subsídios através de ações governamentais para que as classes menos favorecidas economicamente tenham acesso à educação. Mas não o fazem por serem bonzinhos, mas por detectarem que outra estratégia de atuação os tiraria de mercado. Embasados, estão também, por pesquisas de marketing, que comprobatoriamente, sinalizam estas classes como potenciais consumidoras dos bens e serviços, sejam eles tangíveis ou não.
O processo histórico é cíclico, muito embora se renove. Caracterizando-se num museu de grandes novidades(vide Cazuza). Dessa forma, o modelo pedagógico, nada mais é do que um resquício de outrora, uma palidez que carece ser reformulada...