Proposta de aula sobre a Proclamação da República
Reflexão para o professor de História
Antes de lhe fornecer o plano de aula, uma sugestão, que precisa ser enriquecida pela crítica e experiência dos professores do ensino fundamental e médio, quero dizer algumas palavras, muito mais importantes do que a própria aula do professor.
1.É comum, quando converso com estudantes adolescentes, dizerem que não gostam de História, alguns, por consequência, não gostam dos seus professores. Quando pergunto as razões, percebo que o ensino de História em nossas escolas ainda sofre dos mesmos problemas que foram denunciados em 1940. A mera descrição, mitologização dos personagens, datas e nomes, decoreba, dominam o cotidiano da sala de aula; Por respeito ao tempo que investimos numa faculdade de História, nossa imagem como professores, precisamos nos preocupar com isto. Como entramos para a história de vida dos nossos alunos?
2.Os livros didáticos que atualmente circulam nas escolas, até representam um esforço de adequação do ensino de História às novas descobertas e concepções da Educação e da Filosofia. Mas fico com coração apertado ao folhear suas páginas. Conteúdos confusos, misturados, difíceis para o nível de abstração e raciocínio das idades com as quais trabalhamos.
3.Só sei que um bom professor de História tem que se preocupar com a discussão teórica do ensino de História (Didática) e com leituras paralelas de novos livros editados, revisita aos bons compendêndios das décadas passadas, revistas e temáticos. Não há como viver papagaiando na sala de aula, confundindo destruição de textos, figuras e contextos, como se fosse uma análise crítica dos fatos históricos, coisa que alguns professores se arvoram fazer e fica pior, o remendo que o rasgão.
4.Para não cansar com bibliografia cara e exaustiva, sugiro três obras fundamentais para um professor que deseja melhorar sua performance em ensinar a parte de História do Brasil. “Caminhos da história ensinada” - Selva Guimarães Fonseca. EXCELENTE. Depois, “História e materialismo histórico no Brasil” - Nelson Werneck Sodré. FUNDAMENTAL. Finalmente, a coleção “História nova do Brasil” - volumes 1 e 4, autores, Joel Rufino e Nelson Werneck Sodré. Este último encontrado nos sebos (www.livronauta.com.br). Muita dificuldade, me escreva.
Proclamação da República
Explique aos seus alunos que o Brasil (1500-2012) foi durante 389 anos uma monarquia, tendo depois de 1822 seus próprios imperadores. Somos inexperientes na história republicana, 123 anos.
A concepção ingênua sobre a proclamação da república: a república foi uma quartelada causada por motivos de baixos salários, pelo Exército que não representava os interesses sociais.
a) Ela é anticientífica
b) perpectiva ingênua
c) Ignora atuação de Rui Barbosa, Floriano Peixoto
d) Exemplos: Vicente Tapajós (1954).
Teoria dos bestializados: defende a permanência da monarquia
a) O imperador era querido pelo povo;
b) A imagem paternalista do imperador: pró-abolição, pró-república
Teoria dos bestializados
a) Revolta do Vintém em 1879
b) apoio popular e estudantil a Floriano Peixoto quando da Revolta Armada
c) morte de Vargas
d) reação antiditatorial do Exército em 11/11/1955
e) o Exército foi interprete das várias forças, não apenas da classe militar – representando a classe média.
f) Em 1887 Deodoro foi apoiado ao Senado com pelos abolicionistas e republicanos.
Significado do Império:
a) Escravidão
b) Voto para alguns, Constituição de 1824 é classista.
c) Prevaleciam os grandes proprietários de terras
d) Legislação que intimidava os movimentos sociais (1840-1850).
e) Grandes proprietários e capitalistas vão se aliando aos capitalistas
inglêses.
f) Para ser deputado: brasileiro nato, ser católico apostólico romano, renda líquida superior a 400$000 reis por ano.
g) Deputado tinha mandato de 4 anos e o senador era vitalício. Para ser senador tinha que possuir uma renda líquida superior a 800$000 reis.
h) Ser político era privilégio de quem tinha posse e riqueza.
Bibliografia:
José Enio Casalecchi. A proclamação da república. São Paulo: Brasiliense, 1981;