Letra Feia e ilegível: Sinal de Disgrafia.

LETRA FEIA E ILEGÍVEL: SINAL DE DISGRAFIA.

Sônia do Socorro Ribeiro Martins (1) Claudio Kleina (2)

Resumo:

O aprendizado é um processo complexo, dinâmico, que resulta em modificações estruturais e funcionais permanentes no SNC (Sistema Nervoso Central). As modificações ocorrem a partir de um ato motor e perceptivo, que elaborado no córtex cerebral, dá origem à cognição. O tema escolhido busca conhecer as perturbações que interferem, sensivelmente, em todos os campos de ação da criança no que se refere ao ato de escrever. E Partirá de uma revisão bibliográfica procurando identificar o que a literatura atual oferece para que professores e pais possam identificar e conhecer o problema da disgrafia. Trata-se de uma perturbação no componente motor do ato de escrever, que provoca compressão e cansaço muscular, responsáveis por uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, más elaboradas e más proporcionadas.

Palavras - chave: Aprendizagem. Disgrafia. Letra “feia”. Revisão.

_______________________________________

(1) Pós graduada em Estudos línguísticos e análise literária (Uepa) e Educação especial e educação inclusiva (Uninter). Graduada em Sociologia e Pedagogia professora da disciplina Língua Portuguesa do Centro Educacional Mosaico em Belém/Pa.

(2) Mestre em Educação (PUCPR), Pós-graduado em Educação a Distância, Pós-graduado em Desenvolvimento em Ambiente WEB, Especializado no atendimento de alunos com deficiência, Graduado em Sistemas de Informação, Magistério, orientador de TCC do Grupo Uninter.

Introdução:

Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode ser analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem. Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais.

Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo da aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsicologia, psicologia, educação e pedagogia.

Aprendizagem como um estabelecimento de novas relações entre o ser e o meio ambiente tem sido objeto de vários estudos empíricos em animais e seres humanos. O processo de aprendizagem pode ser medido através das curvas de aprendizagem, que mostram a importância da repetição de certas predisposições fisiológicas, de "tentativa e erro" e de períodos de descanso, após o qual se pode acelerar o progresso.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Associação de Psiquiatria Americana criou o Manual Estatístico e Diagnóstico de Doenças Mentais, o DSM (Diagnostic and Statistic Manual). Atualmente estamos na quarta edição, lançada em 1994, com revisão feita em 2000. A Organização Mundial da Saúde organizou a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, atualmente em sua décima revisão, conhecido por sua sigla CID-10.

Segundo o DSM-IV a Disgrafia é um transtorno da escrita que afeta a forma ou o significado e é do tipo funcional. Aparecendo em crianças com capacidade intelectual normal, com estimulação adequada e sem transtornos neurológicos, sensoriais, motores ou afetivos intensos.

Verifica-se que diante do despreparo dos profissionais, no campo educacional, em compreender as questões patológicas da linguagem, que gera significantes dificuldades em lidar com alunos que apresentam tal dificuldade no decorrer da aprendizagem, às vezes por falta de uma literatura mais eficiente e eficaz que venha a fornecer referências teóricas, para que se possa subsidiar, fomentar e esclarecer o conhecimento dos profissionais da educação.

Este breve artigo busca discutir o problema quanto à falta de informações na literatura atual, e procura fornecer um fio condutor de informações científicas pertinentes a Disgrafia. São reflexões que objetivam promover atitudes menos excludentes, em que o dito aluno “diferente” seja considerado e atendido e que não venha a aumentar os índices do fracasso escolar.

A convivência em sala de aula com crianças que apresentam “letra feia”, onde exige uma preparo mais específico do professor, que vai além dos níveis atuais. O professor precisa ter consciência da necessidade de conhecer as possibilidades e limites do aluno disgráfico.

Na primeira parte do artigo debruçar-nos-emos sobre as concepções mais atuais, por intermédio do resgate das teorias clássicas de alguns teóricos como: Vygotsky e Piaget, bem com tecendo a diferença entre distúrbio de aprendizagem e dificuldade de aprendizagem. Utilizaremos o termo Dificuldade na aprendizagem com forma de melhor explicar e explicitar a patologia.

Na segunda e última parte da pesquisa será apresentada a Disgrafia, através de sua etiologia, caracterização e como melhor trabalhar e avaliar o aluno disgráfico.

1. Resgatando as teorias clássicas da aprendizagem em: Vygotsky e Piaget.

O pensamento verbal em Vygotsky não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico na sociedade humana (Vygotsky, 1993 p. 44).

Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está o indivíduo submetido, entende-se que, o processo de aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto.

Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito seja gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volitiva (Vygotsky, 1991 p. 101).

Há necessidade de estudar as dificuldades de aprendizagem levando em consideração os aspectos afetivos. Avaliar o estágio de desenvolvimento, ou realizar testes psicométricos não supre de respostas as questões levantadas. É necessário fazer uma análise do contexto emocional, das relações afetivas, do modo como a criança está situada historicamente no mundo.

Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que aprendizado não é desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (Vygotsky, 1991 p. 101). A linguagem seria então o motor do pensamento, contrariando assim a concepção desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem. Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrás do processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma seqüencial. (Vygotsky, 1991 p. 102)

A teoria da equilibração, segundo Piaget, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio-ambiente.

Para Piaget todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza. E postula também que todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação. (Piaget,1975, p. 14)

Piaget (1975) define que o equilíbrio cognitivo implica afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas; bem como a conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem sucedidas. Esta equilibração é necessária porque se uma pessoa só assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, esses muito amplos, comprometendo sua capacidade de diferenciação; em contrapartida, se uma pessoa só acomodasse, desenvolveria uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos, comprometendo seu esquema de generalização de tal forma que a maioria das coisas seria vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma classe.

Piaget afirma que: "adquirida à linguagem, a socialização do pensamento manifesta-se pela elaboração de conceitos e relações e pela constituição de regras. É justamente na medida, até, que o pensamento verbo-conceptual é transformado pela sua natureza coletiva que ele se torna capaz de comprovar e investigar a verdade, em contraste com os atos práticos dos atos da inteligência sensório-motora e à sua busca de êxito ou satisfação" (Piaget, 1975 p. 115).

1. 1. Diferenciando Distúrbio de aprendizagem de Dificuldade de aprendizagem.

Encontra-se nas literaturas vigentes sobre aprendizagem, discussões versadas acerca da diferença entre distúrbio e dificuldade, bem como dando ênfase de que ambas são extremamente distintas.

Sem pretensão de esgotar o assunto, apresentamos uma revisão bibliográfica na visão de diversos autores sobre as terminologias adotadas.

Nos estudos de: Lourdes P.de Souza Manhani, Regina Célia T. Craveiro, Rita Cássia A.Rodrigues, Rose Inês Marchiori (agosto/2006) informa que: No Brasil, foi (Lefèvre:1975) que introduziu o termo distúrbio de aprendizagem como sendo:

“síndrome que se refere à criança de inteligência próxima à média, média ou superior à média, com problemas de aprendizagem e/ou certos distúrbios do comportamento de grau leve a severo, associados a discretos desvios de funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), que podem ser caracterizados por várias combinações de déficit na percepção, conceituação, linguagem, memória, atenção e na função motora”.

Após esta data, muito se tem discutido e abordado sobre o assunto, visto a importância no contexto da aprendizagem, surgindo diversos trabalhos e outras definições sobre o assunto.

Nas palavras de (Fonseca: 1995) sobre o distúrbio de aprendizagem afirma que está relacionado a um grupo de dificuldades específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica. Já a dificuldade de aprendizagem é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola.

Enquanto (Ciasca e Rossini: 2000) postulam que dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.

Portanto os fatores neurológicos especificados pelos autores significam que as dificuldades estão relacionadas na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas que se referem às disfunções no sistema nervoso central. Não se esquecendo de considerar que as dificuldades de aprendizagem podem ocorrer concomitantemente com outras situações desfavoráveis, como: alteração sensorial, retardo mental, distúrbio emocional, ou social, ou mesmo influências ambientais de qualquer natureza.

2. DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM: DISGRAFIA

2.1. Etiologia

O termo Disgrafia é usado para designar a doença que afeta a escrita de forma ou conteúdo e mostram crianças sem problemas intelectuais, neurológicos, sensoriais, motoras, afetivas ou sociais.

De acordo com o código apresentado no CID-10 e DSM-IV Disgrafia é o termo geral para uma deficiência na área da escrita física. É geralmente associada à dificuldade de integração visual-motora e habilidades motoras finas.

O termo "dificuldade de aprendizagem" (no original em língua inglesa, "learning disability") aparentemente foi usado pela primeira vez e definida por Kirk (1962, citado em Streissguth, Bookstein, Sampson, & Barr, 1993, p. 144). O autor referia-se a uma aparente discrepância entre a capacidade da criança em aprender e o seu nível de realização. Nos Estados Unidos da América uma análise das classificações de Dificuldades de Aprendizagem em 49 dos 50 estados revelou que 28 dos estados incluíram critérios de discrepância de QI/realização em suas diretrizes para Dificuldades de Aprendizagem (Ibid., citando Frankenberger & Harper, 1987). No entanto, o Joint National Committee for Learning Disabilities (NJCLD) (1981; 1985) preferiu uma definição ligeiramente diferente:

“Dificuldades de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo e presume-se que devido à disfunção do Sistema Nervoso Central. Apesar de que uma dificuldade de aprendizagem pode ocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardo mental, distúrbio social e emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é o resultado direto dessas condições ou influências”.

Ainda nos Estados Unidos, o "Individuals with Disabilities Education Act" (Lei de Educação das Pessoas Portadoras de Deficiência) define uma dificuldade de aprendizagem da seguinte forma:

“(...) [um] transtorno em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou na utilização de linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se em uma habilidade imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos (...). Dificuldades de Aprendizagem incluem condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento”.

Só é procedente referir dificuldades de aprendizagem em relação a crianças que:

1. Apresentam um quociente intelectual normal, muito próximo da normalidade ou mesmo superior;

2. Possuem ambiente sóciofamiliar normal;

3. Não apresentam deficiências sensoriais e nem afecções neurológicas significativas;

4. O seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente insatisfatório.

A escola sempre considerou a ortografia como algo primordial para o qual devem ser voltadas todas as atenções na hora de avaliar os textos escritos por alunos. Porém, devemos saber que quando damos relativa importância especialmente para os erros ortográficos, acaba-se gerando um constrangimento entre o aluno e sua produção escrita. Essas correções excessivas fazem com que o aluno empobreça seus textos, limitando sua capacidade de escrever por medo de cometer muitos erros ortográficos.

Para Gugelmin, analisada sob o ponto de vista gráfico, a escrita é um movimento que fixa sinais sobre um suporte com a ajuda de um instrumento próprio. É um gesto fino, combinação dos movimentos do braço e da mão inscrevendo letras que devem ser fixadas de certo modo sobre tal suporte e, que reproduzem os sons que ouvimos ou que pronunciaríamos se disséssemos o que escrevemos. Requer, pois, de quem escreve, uma certa execução justa dos signos e uma representação dos sons imediata e exata.

Segundo Garcia (1998), a disgrafia é uma dificuldade no desenvolvimento da escrita, mas só se classifica como tal quando, por exemplo, a qualidade da produção escrita mostra-se muito inferior ao nível intelectual de quem a produz. Quanto às outras dificuldades a escrita ruim vem associada a um baixo nível intelectual. Além disso, o mesmo autor também afirma que a disgrafia geralmente apresenta-se com outras alterações superpostas como os transtornos do desenvolvimento na leitura, transtornos no desenvolvimento da linguagem, transtornos do desenvolvimento matemático, transtornos de habilidades motoras e transtornos de conduta de tipo desorganizado.

2.2 - Características

Características disgráficas referem-se a dois tipos de sintomas relacionados. O primeiro, chamado sinais secundários globais, incluem a má postura, ferramenta de suporte impróprio (lápis, caneta, etc.) ou pressão ruim na velocidade de gravação muito rápida ou lenta. Além disso, sintomas específicos coloquem sua atenção em elementos gráficos, tais como enormes próprias cartas, letras inclinadas, deformado espaçamento excessivos entre letras ou muito lotados, ligações impróprias entre grafemas, letras de texto irreconhecível e, finalmente, difícil de entender.

Segundo Gugelmin (apud Portelano Pérez (1985) e Brueckner e Bond (1986) classificaram a disgrafia segundo a sua etiologia, embora tenham utilizado terminologias distintas, concordam em que há disgrafia do tipo maturativa, desenvolvida a partir de fatores próprios do desenvolvimento do indivíduo e há a disgrafia “provocada”, de causa pedagógica, cujo substrato é o ensino inadequado da escrita. Ambos, neste caso, reportam-se tanto ao excesso de exigência quanto à deficiente orientação no processo de aquisição do grafismo da escrita.

A criança disgráfica é vítima de transtornos que provém ora do plano motor, ora do plano perceptivo, ora do plano simbólico. A dificuldade de integração visual-motora dificulta a transmissão de informações visuais ao sistema motor. “A criança vê o que quer escrever, mas não consegue idealizar o plano motor”. Sua escrita é nitidamente diferente da escrita da criança normal, o que não acarreta homogeneidade no interior do grupo dos disgráficos. Disgrafia padronizada não existe, encontram-se diversos tipos de disgrafia, é como se a criança desenvolvesse seu problema de acordo com as modalidades que lhe são próprias, imprimindo-lhe estilo pessoal. (Gugelmin Apud AJURIAGUERRA, 1988).

O aluno identificado com Disgrafia, não apresenta características isoladas, mas um conjunto de alguns sintomas tais como:

-Lentidão na escrita;

-Letra ilegível; escrita desorganizada

-Má postura;

-Traços irregulares (muito forte que chega a marcar o papel ou muito leve);

-Desorganização geral na folha (por não possuir orientação espacial);

-Desorganização do texto (não percebem a margem do papel e amontoam as letras);

-Desorganização das letras (retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras/palavras/números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita: um “S” ao invés do “5” por exemplo);

-Desorganização das formas (tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida);

-Espaço que dá entre as linhas (palavras e letras é irregular);

-Ligamento de letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

Os profissionais da educação desconhecem ou pouco sabe sobre disgrafia. Mesmo trabalhando há vários anos na área educacional, nem sequer ouviram falar dessa denominação. Observa-se, frequentemente, o desconhecimento dos mesmos no que tange compreender as questões patológicas da linguagem

Não esquecendo que precisa ser separado o real do mito, pois por falta de conhecimento, o aluno disgráfico se orgulha de sua “letra feia” às vezes atribuindo a “letra de médico”, e por esse desconhecimento ou muitas vezes, por falta do olhar do profissional da educação o mito irá acompanhá-lo eternamente durante sua vida escolar. Que em outros momentos, o aluno disgráfico poderá ser penalizado por determinado professor, que não consegue “traduzir” a letra do aluno nas avaliações.

2.2.1. Tratamento

A literatura nos fornece como informação, apesar de raríssimas, no caso da dificuldade na aprendizagem, o tratamento da disgrafia é multidisciplinar envolvendo os seguintes profissionais: Neurologistas, Psicopedagogos, Fonoaudiólogos e Terapeutas.

Para Raquel Caruso (do Edac - Equipe de Atendimento Clínico) o ponto de partida é trabalhar com o corpo, com exercícios como manusear a argila e massagens, e depois partir para o específico, que é a escrita e outros problemas, como o de memória. Explica:

“Vemos apenas o produto final, que é a letra ilegível, mas existe muita coisa por trás disso”.

O tratamento pode levar meses e até anos, variando conforme o caso. O objetivo não é atingir a letra bonita, mas, sim, legível. E dar condições para o processo de aprendizagem do aluno disgráfico (Raquel Caruso).

REFERÊNCIAS

COQUETEL. Patrick Ramon Stafin - Neuropsicologia - Curitiba: Editora IBPEX - 1ª Edição. 2011.

CIASCA, Sylvia M. Distúrbio de Aprendizagem: Proposta de Avaliação Interdisciplinar. S.P: Casa do Psicólogo, 2003. Pp 19 – 29.

DSM-IV - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 1995.

GUEBERT. Mirian Célia Casttelain - Inclusão uma realidade em discussão - Curitiba: Editora IBPEX - 2ª Edição. 2007.

FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

LEFRÈVE, AB. (Coord.) Disfunção Cerebral Mínima. São Paulo: Editora Sarvier, 1975.

MATUI. Jiron. Construtivismo - Teoria construtivista sócio-histórica aplicada ao ensino. São Paulo, Editora Moderna, 1998.

MINETTO. Maria de Fátima - Currículo na educação Inclusiva: Entendendo esse desafio - Curitiba: Editora IBPEX - 2ª Edição. 2008.

OLIVEIRA. Marta Kohl de - Vygotsky Aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. São Paulo: Editora Scipione - 4º edição. 1998.

PAN. Mirian Aparecida Graciano de Souza - O direito à diferença: Uma reflexão sobre a deficiência intelectual e educação inclusiva. Curitiba: Editora IBPEX - 2ª Edição.

PIAGET, Jean. Como se desarolla la mente del niño. In: PIAGET, Jean et allii. Los años postergados: la primera infancia. Paris UNICEF, 1975.

PIAGET, Jean. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes: Petrópolis, 1996.

Revista do educador - Ciranda da inclusão - A edição Janeiro a Dezembro de 2010.

Revista Nova escola - edição de Fevereiro a Dezembro de 2011. (assinatura)

SILVA. Aline Maira da - Educação Especial e Inclusão Escolar: História e Fundamentos - Curitiba: Editora IBPEX - 2010.

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1993.

ZILIOTTO. Gisele Sotta - Fundamentos Psicológicos e Biológicos das Necessidades Especiais - Curitiba: Editora IBPEX - 2ª Edição 2007.

Textos da internet

Disponível em: www.datasus.gov.br/cid10/v2008/webhelp/cid10.htm (acesso em 20/11/11).

Disponível em: cissaude.blogspot.com/2010/08/diferença-entre-dificuldade-de.html (acesso em 20/02/12)

Disponível em: http://pablo.deassis.net.br/ (acesso em 20/02/12)

Disponível em :www.webartigos.com/artigos/conhecendo-a-disgrafia/32352/ (acesso em 20/02/12)

Disponível em: lainemar.wordpress.com/2009/05/30/disturbio-x-dificuldade (acesso em 18/02/12)

Disponível em: monografias.brasilescola.com (acesso em 18/02/12)

Disponível em: http://www.psiquiatriageral.com.br/ (acesso em 14/12/11)

Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem (acesso em 14/12/11)

Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Dificuldades_de_aprendizagem (acesso em 14/12/11)

Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Dificuldades_de_aprendizagem (acesso em 05/02/12)

Disponível em: reginapironatto.blogspot.com/2008/04/disgrafia.html (acesso em 28/08/11)

Disponível em: revistaescola.abril.com.br (acesso 15/12/11)

Disponível em: site.psicopedagogia-sp.com/distorbio-ou-transtorno.html (acesso em 21/11/11)

Disponível em: veja.abril.com.br/letrafeia-não-e-so-pressa-ou-preguiça (acesso em 28/08/11)

Disponível em: www.dislexia.com.br/dilex_disgrafia.html (acesso em 28/08/11)

Disponível em: WWW.inicepg.univep.br/INCI_2009/anais/.../0765_0403_01.pdf (acesso em 22/02/12)

Disponível em: www.neuropediatria.org.br (acesso em 28/08/11)

Disponível em: www.opoderenergeticodavoz.fnd.br/disgrafia.htm (acesso em 28/08/11)

Disponível em: www.parana-online.com.br/.../213665/?...TRANSTORNOS... (acesso em 19/02/12)

Disponível em:www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1206/1021

(acesso em 15/01/12)

Disponível em: www.proec.ufpr.br/.../23%20-. (acesso em 15/01/12)

Disponível www.psicodiagnosis.es/.../trastornodelaescriturad. (acesso 05/02/12)

Disponível em: www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=339 (acesso em 15/01/12)

Disponível em: www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm (acesso 25/02/12)

Disponível em www.puc-campinas.edu.br/cca/.../Afetividade_aprendizagem.PDF (acesso em 25/02/12)

www.revistadoprofessor.com.br/system/biblioteca/materiais/disgrafia (acesso 28/08/11).

Disponível em: www.webartigos.com/artigos/a-afetividade...aprendizagem/1233/ (acesso em 25/02/12)

Disponível em: www.webartigos.com/artigos/conhecendo-a-disgrafia (acesso 05/02/12) (acesso em 25/02/12)

Disponível:revistaepoca.globo.com/.../0,,EMI64957-15257,00-QUANDO+A+L.. (acesso em 26/02/12).

Disponível em: veja.abril.com.br/.../letra-feia-nao-e-so-pressa-ou-preguica-pode-ser-... (acesso em 26/02/12).

Disponível em: educaja.com.br/2010/05/disgrafia-e-disortografia-exercicios.html

(acesso em 26/02/12).

Disponível em: www.guiadasemana.com.br › São Paulo › Filhos (acesso em 26/02/12).

Sônia Martins
Enviado por Sônia Martins em 06/03/2012
Reeditado em 09/05/2019
Código do texto: T3539510
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.