A POSTURA DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR: Atitudes que fomentam a formação do conhecimento

A POSTURA DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR: Atitudes que fomentam a formação do conhecimento

Andrea Socorro Negrão de Souza

Jeová Lima Pereira

Mara Rubia Moraes Teixeira

RESUMO

Este artigo científico pretende fazer uma reflexão acerca da postura do professor no ensino superior, na qual demonstrou a necessidade de discutir a educação superior e sua finalidade com ênfase nas Leis das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, por conseguinte a postura do professor no ensino superior correlacionando com atitudes do professor universitário que instiga a visão biopsicossocial do acadêmico, uma vez que são enfatizadas maneiras metódicas do fazer pedagógico no âmbito de sala de aula do ensino superior. Nesse sentido, a temática em questão possibilita embarcar rumo ao tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Haja vista, que a principal finalidade é formar seres capazes de sistematizar a visão empírica para a científica. Para tanto, a luz das reflexões suscitadas no curso de pós-graduação em gestão e docência do ensino superior da faculdade Atual, possibilitou a discrepância filosófica do presente artigo, assim sendo, todo o traçado teórico foi analítico, com ênfase no método qualitativo.

Palavras-chave: Postura. Atitude. Ensino superior. Professor universitário.

INTRODUÇÃO

As reflexões sobre a educação de nível superior no Brasil têm avançado de forma considerada em rumo à democratização em relação ao acesso as universidades, políticas públicas que se tornam cada vez presentes no cenário nacional, tudo para motivar a formação de novos profissionais para atuarem na educação, no entanto, às vezes esses profissionais se portam de maneira não veemente diante dos desafios do fazer pedagógicos, principalmente no que tange o ensino superior, já que, nesse momento espera-se o aprofundamento das habilidades e competências do educando, para tanto, o docente da IES na contemporaneidade precisa assumir uma nova postura transformacional e sobre tudo construtivista.

Nesse sentido, o presente artigo pretende discorrer sobre a postura do professor do ensino superior: atitudes que fomentam a formação do conhecimento, correlacionando com a prática do professor universitário, na qual esse é visto como um agente coadjuvante no processo de formação acadêmica; para isso acontecer é necessário que o docente universitário esteja sintonizado com as novas concepções acerca da educação na atualidade, assim sendo, o presente artigo faz a seguinte conjectura: qual a postura do professor universitário na formação do conhecimento na atualidade?

Visto que, o docente precisa ter uma visão holística para incentivar o trabalho de pesquisa, investigação científica, publicação interna e externa, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia da criação; para que desse modo, seja desenvolvido o entendimento do sujeito e do meio em que está inserido, cuja temática em questão dá amplitude para falar a importância de novas abordagens no ensino superior; de modo geral pretende refletir sobre a postura do professor no ensino superior, com a especificidade de: compreender a postura do professor aulista do professor com visão holística, promover reflexão acerca do fazer pedagógico do professor universitário e analisar atitudes que subsidia a formação intelectual do acadêmico.

Dessa forma, este trabalho é pautado na pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico e foi desenvolvida a partir da confecção e publicação interna na faculdade Atual, por meio impresso documental, como forma de implementar novos conhecimentos para especialistas, estudiosos, professores e pesquisadores na realidade científica da educação superior brasileira.

A EDUCAÇÃO SUPERIOR E SUA FINALIDADE

Atualmente as discussões acerca da educação superior têm tomado proporção louvável no cenário nacional e internacional, são muitos os estudiosos que debruçam em prol de uma educação igualitária e democratizadora, ainda assim, os agentes educacionais encontram grandes desafios no processo de ensino e aprendizagem, já que as instituições de ensino são o caminho para secundarização do conhecimento científico e nesse processo o homem passa ser o agente coadjuvante formador do seu próprio saber (Freire 1979), ainda segundo o autor o homem é disciplinado por meio da mediação da cientificidade, visto que o ser humano está sempre no processo de reconstrução do conhecimento, quanto mais aprende mais necessita aprender.

Por isso mesmo que o ser humano é o sujeito e não o objeto de codificação filosófica; como se acreditava algum tempo atrás, quando esse era visto numa ótica obsoleta e dependente do contexto que estava inserido, não podendo dessa forma intervir na mudança de seus feitos, já que era passivo aos feitos mitológicos, acreditando que tudo o que ocorria na sua vida era a vontade do transcendente. Já na atualidade o homem é instigado através das novas concepções de postulados a buscar e formular o épistemé constantemente, pois este compreende agora que o mundo não é obsoleto, ao contrario vê de forma dinâmica, e que precisa acompanhar as mudanças tanto tecnológicas quanto científicas; ainda mais, se porta como um protagonista do sistematizar empírico para o científico.

Para tanto, este conta com a mediação de mestres que auxiliam na formação do conhecimento, educadores que trabalham incansavelmente em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino para garantir o direito que reza a Lei 9.394/1996 “o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho”, visto que essa lei perpassa por toda a educação até chegar o mais esperado momento, a educação superior, momento de aprofundar de forma considerada as habilidades e as competências do aluno, haja vista que, as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, obedecendo rigorosamente o tripé, ensino, pesquisa e extensão, conforme o que prega a Constituição Federal.

Logo, segundo a constituição federal as universidades assim como as faculdades têm a responsabilidade de formar cidadãos autônomos, eruditos, intelectuais, sobretudo pesquisadores, e não reprodutores de postulados, é óbvio que faz necessário recorrê-los, mas de forma refutada e, por conseguinte formular novos conhecimentos, com ênfase na proficiência acadêmica, a priorizar, o pensar, o sentir e o atuar, elementos que não podem faltar na educação superior, para que assim o futuro profissional possa contemplar os desafios da docência na prática pedagógica.

Portanto, todos os níveis e modalidades de ensino têm seu delineamento específico para cada etapa da formação do aluno, na educação básica, por exemplo, compreendida: educação infantil, ensino fundamental I, ensino fundamental II e o ensino médio, que segundo a LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), tem por finalidade o desenvolvimento do educando, o direito a formação comum indispensável para protagonizar seu direito de cidadão brasileiro, e formular meios para progredir no trabalho e na formação continuada (2010).

E dentro dessa contextualidade, em resumo, a educação superior tem por finalidade segundo a LDB, capítulo IV, artigo 43, incisos:

I - “Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo”, esse inciso relata a ressignificação do conhecimento sistemático, mediante o processo de lapidação acadêmica, na qual se espera que o sujeito tenha um perfil desafiador para a formulação de novos postulados que contribua na reflexão biopsicossocial (visão integral), do ser humano.

O inciso II, apresenta o verbo transitivo direto “formar”, que complementa com o restante do fragmento “diplomados nas diferentes áreas de conhecimento”; entende-se que a educação superior tem a responsabilidade de formar profissionais que preencha as principais carências no país, a enfatizar que estes, participem de forma direta no desenvolvimento da sociedade de modo geral, assegurando este inciso a formação contínua dos profissionais de modo geral.

Dentro da perspectiva da constituição federal já supracitado, o inciso III, IV, assim como o inciso II, ressalta a tridimensionalidade universitária, ensino, pesquisa e extensão, já o inciso V o verbo “suscitar”, aponta o sentido de fazer aparecer, interpretação que dá amplitude para trabalhar a motivação e a permanência do aperfeiçoamento cultural e profissional, a possibilitar a concretização do aproveitamento de recursos humanos, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração.

Assim sendo, o inciso VI corrobora a ideia contida nos princípios educacionais da afetividade humana, já que o principal argumento é estimular o conhecimento dos problemas do mundo atual, principalmente os nacionais e regionais, para que dessa forma, o sujeito possa prestar serviços especializados à comunidade e, sobretudo estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; visto que, a educação rompe os limites e alcança os inacessíveis, e esse estímulo contido no presente inciso contribui para promover a extensão, isto é, promover a participação e inclusão da comunidade como parceiros da difusão da cidadania.

Ressalta-se as principais questões de verbosidade contida nos presentes incisos, como: estimular, formar, incentivar, promover, suscitar; todos esses verbos designam ações voluntarias, causadas por um ou mais indivíduos, e que afeta questões globalizantes; significa dizer que esses verbos explicitam para o desenvolvimento do ser humano, tanto no conhecimento como na formação integral, ética e moral, e que a educação superior tem por finalidade aprofundar as habilidades as competências desses.

Nesse sentido, vale enfatizar que no fim da idade média, a expressão competência pertencia essencialmente à linguagem jurídica. Dizia respeito à faculdade atribuída a alguém ou a uma a instituição para apreciar e julgar certas questões. Os juristas declaravam que determinada corte ou indivíduo era competente para dado julgamento ou para realizar certo ato. Por extensão, o termo designava o reconhecimento social sobre a capacidade de alguém se pronunciar a respeito de um assunto específico.

Posteriormente, o termo passou a ser utilizado de forma mais genérica, principalmente na linguagem empresarial, para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho. Passou a fazer parte da retórica de muitos executivos e adquiriu diversas conotações, sendo, não raras vezes, utilizado de maneiras distintas do ambiente empresarial (Zarifian, 2001).

Já no meio acadêmico a competência é medida através de subsídios eficazes na formação cognitiva, quanto mais o profissional do magistério aguça o conhecimento, mais esse se torna veemente erudito e capaz de prover uma educação de qualidade. Educação essa capaz de promover uma cultura de paz e de construtivismo, sem discriminação, sem utopia e sem discursos ideológicos, com mais seriedade e respeito aos calouros universitários.

Por isso, que lecionar em universidades, faculdades e institutos de graduação e pós-graduação é um grande desafio para os profissionais do século XXl, por requerer uma postura enérgica, metódica e sobretudo um desenvolvimento com a eficácia do sócio-cognitivo dos discentes, de maneira occuppatio, que é uma derivação do latim, na qual significa “ocupação ou ocupacional, isto é, se dedicar ao trabalho institucional lembrando sempre do compromisso e primazia pelos princípios éticos e morais que compõe o universo acadêmico, que segundo Knight (2006), essa prática influencia mutuamente no desenvolvimento da instituição a qual faz parte, se dessa forma ocorrer o processo investigativo, pois teorizar ou formular algum postulado é uma ocupação e veemência com a educação.

Ainda segundo Knight (2006), o docente precisa conhecer a si mesmo para desta forma se relacionar com o universo plural que compõe o meio acadêmico, na interação e socialização da prática educativa sempre pautada em ações e propostas bem delineadas, sendo assim, o trabalho universitário corrobora no melhor desenvolvimento das experiências docente, cumprindo o que reza qualquer instituto ou universidades de ensino superior, condizendo com o tripé universitário, ensino, pesquisa e extensão. Esses três itens não podem ser considerados levianamente, pois são eixos que precisam ser incorporados cada vez mais na prática docente, conscientizando sempre que o ser humano é inacabado e precisa está em constantes atualizações epistemológicas.

Nesse sentido, a formação de professores universitários e as condições pelas quais estes profissionais ingressam a vida acadêmica surgem reflexões acerca da dos saberes pedagógicos que fomenta a docência, surgindo assim conflitos no seio das universidades, que geralmente contrata professores cada vez mais, sem compromisso com a educação superior, além de alguns mestres que apesar de explicitarem um currículo belíssimo não tem senso crítico na formação cognitiva; evidenciando desta forma problemas sérios, na educação, como professores sem métodos e objetividade na ousadia da formação acadêmica, surgindo uma educação insípida e às vezes sem princípios norteador, refletido posteriormente em seus discípulos.

A competência acadêmica é de certa forma imprescindível para o docente no ensino superior, uma vez que o público alvo é composto de aspirante no ingresso a carreira educativa, por esse motivo Demo (1998), aponta a seguinte definição:

Entendemos por competência a condição de não apenas fazer, mas de saber fazer e, sobretudo de refazer permanentemente nossa relação com a sociedade e a natureza, usando com instrumentação crucial o conhecimento inovador. Mas que fazer oportunidade, trata-se de fazer-se oportunidade. (DEMO, 1998, p.13).

Diante do exposto, é necessário que as universidades invistam na formação do corpo docente para que estes possam transformar a instituição em um grande laboratório para busca incessante do saber, assim como era feito na antiga Grécia onde era primado o conhecimento filosófico nos centros de ensinos, não é à toa que esta é considerada o berço da civilização, surgindo nesse contexto às principais ciências que hoje fomenta o meio investigativo.

Dessa forma, o docente postula novas concepções de ensinos, permite um novo olhar epistemológico acerca da educação e como consequência um novo docente, pois suas ideias irão absolutamente contagiar a muitos evidentemente, se houver profissionais interessado no ramo científico, em que venha compreender o tripé universitário, pois ser pesquisador é se disponibilizar a pesquisa, e, sobretudo ser disciplinado, ético, moral, sempre respeitado os postulados que circulam no contexto educacional.

A POSTURA DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR

Nos dias atuais alguns profissionais vêm se destacando por conta de sua autonomia, a LDB (2010), versa sobre os profissionais da educação “de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis de modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando”.

Porém, sabe-se que nem todos os docentes universitários exercem sua função de modo em que promova autonomia do acadêmico como visa a LDB, nas finalidades da educação superior, como já discorrido no primeiro momento, o que lamentavelmente os tornam um professor aulista; na qual se preocupa somente em transmitir informações relacionadas com o conteúdo, diferentemente do admirável professor com visão holística, esse por sua vez é o profissional biopsicossocial, em que não esgota novas possibilidades científicas, mas fornece subsídios para a construção do conhecimento.

Nesse sentido, o educador precisa se convencer de sua importância e suas consequências, contribuindo para a formação do outro que está num constante processo de conhecimento para se tornar um cidadão que possa construir com seus valores e sua própria autonomia. Para isso, o professor não poderá ser superior ou inferior de que seus alunos, pois desse exige a alta capacitação ética e científica, respeitando e valorizando as diferenças entre o professor e acadêmicos com coerência.

O professor se torna construtor de seu próprio perfil quando se põe no lugar do acadêmico. Disponibilizando-se ao empoderamento, que significa consciência da importância de seu papel na sociedade.

É necessário que esteja aberto para as críticas e tenha o controle sistemático mediando e participando ativamente no desenvolvimento dos trabalhos dos acadêmicos. Dessa forma, será possível identificar os erros e as falhas oportunizando correções e fornecendo feedback aos acadêmicos. Corroborando, nesse sentido Freire, relata sua experiência na prática pedagógica.

Tornei-me professor enquanto aluno. E foi gostando de ser aluno, gostando de exercer a minha curiosidade, de procurar a razão de ser dos fatos e dos objetos é que fui gostando de aprender e, dessa forma, descobrindo também o gosto de ensinar. Então, eu não cheguei por acaso à docência. Apud (Freire, 1993, p. 176).

Quando o professor permite a criticidade, significa que está disposto a possíveis mudanças, pois o crescimento profissional e pessoal se constrói do interior para o exterior, às vezes é necessário que haja críticas para que o profissional tome ciência de suas ações e se necessário, agir com flexibilidade para rever sua prática docente.

Para tanto, analisando as décadas passadas é possível perceber que essa conquista vem acontecendo de forma gradativa no período dinâmico de mudanças sociais. Como ressalta Thuler (2002). “O desenvolvimento profissional de professores nos termos requeridos pelos novos paradigmas e pelas novas práticas escolares”.

Desse modo, a autora nos mostra a importância de rever as formas tradicionais de formação de professores, para inovar com objetivo de superação que certamente é um desafio para o profissional como já mencionada no momento anterior.

Os grandes teóricos contribuem para essa transição, inspirando assim outros estudiosos a criarem novas concepções em favor da educação libertária e democrática. Para Freire.

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervendo educo e me educo. (Freire, 2000, p. 32).

Contudo, entende-se que o profissional do ensino superior tem sido ousado em seu novo estilo instigante, com a missão de criar metas para o planejamento estratégico, com metodologias de ação e avaliação para atender as necessidades humanas que conscientize a importância do seu papel na sociedade como uma visão utilitária, cuja importância é imprescindível para a formação de futuros profissionais que se propõe em fazer a diferença. Para Colombo.

O planejamento estratégico é um importante instrumento de gestão que auxilia, consideravelmente, o administrador educacional em seu processo decisório na busca de resultados mais efetivos e competitivos para a instituição de ensino. (COLOMBO, 2004, p. 17).

O perfil do professor do ensino superior implica em atingir suas metas sendo um mediador, tornando sua prática de ensino dinamizada, eficiente e eficaz e envolvente que acompanhe as novas disposições tecnológicas elevando o nível cultural e promovendo conhecimentos diferenciados.

Esse profissional deverá motivar os acadêmicos respeitando o conhecimento do outro e suas diferenças culturais, valorizando os aspectos humanos, bem como se portando compromissado com a bagagem cultural que cada acadêmico traz consigo.

Aproveitar o conhecimento do acadêmico para criar possibilidades de construção, pois a recíproca deve partir do professor, deste modo o acadêmico se sentirá importante por ser escutado e valorizado, nesse momento o professor trabalha sua postura como profissional consciente que não é o único detentor do saber.

Contudo, o educador que atua no ensino superior precisa estar devidamente preparado para se posicionar frente aos desafios da contemporaneidade, em específico as dúvidas que surjam dos acadêmicos na sala de aula, pois o sucesso do professor está na sua formação contínua.

Enfatizando que essas práticas e atualizações necessitam ocorrer da forma abrangente e revolucionária possível e que o ensino objetive a aprendizagem por meio do envolvimento integral do aluno, visando que a educação não precisa de uma reforma, ela precisa de uma revolução. Para Freire:

Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. É a “outredade” do “não eu”, ou do tu, que me faz assumir a radicalidade do meu eu. (FREIRE, 2000, p. 46)

Na contextualização educacional é notório que o papel do professor e das instituições vem passando por um processo de transformação, que nem sempre os que estão envolvidos conseguem notar, pois essas mudanças ocorrem conforme o contexto histórico e que se encontra num processo transitório permanente, enfatizando que a educação precisa primar pela ressignificação metodológica.

A nova prática pedagógica embasa-se num diálogo constante entre a realidade vivida e a passada, assim valorizando e instigando o acadêmico a recíproca do cognitivo, visto que o ensino e aprendizagem estão sempre juntos e que não existe docente sem discente, que a postura do professor depende tão somente dele, para tanto o acadêmico é a razão que provoca seu aperfeiçoamento.

O professor é um eterno aprendiz na arte do aprender e ensinar, isso faz com que se considere que a formação docente é um processo permanente estimulando o educando a aprender em tempo integral, a pesquisar e a investigar e analisar sua atuação cotidiana. Entretanto, quando o professor desrespeita o educando ridicularizando, minimizando tentando colocá-lo no lugar de aluno, ele transgride os princípios fundamentalmente éticos, como relata Freire:

O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Precisamente porque éticos podemos desrespeitar a rigorosidade da ética e resvalar para a sua negação, por isso é imprescindível deixar claro que a possibilidade do desvio ético não pode receber outra designação senão a transgressão. (FREIIRE, 2000, p. 66)

O bom senso do professor universitário é aproveitar os conhecimentos trazidos pelos acadêmicos e motivá-los a superar as necessidades, bem com ajudá-los a transformar os conhecimentos empíricos através do exercício da curiosidade epistemológica

Essas orientações devem contribuir para ampliação das competências até para a construção de novas competências. Desenvolver uma prática diferenciada exige a responsabilidade e o compromisso de estar em processo contínuo visando aprimorar seus conhecimentos.

ATITUDES DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO QUE INSTIGA A VISÃO BIOPSICOSSOCIAL ACADÊMICO

Os primeiros passos para se trilhar um caminho é ter atitude e uma meta a alcançar, pois o principal motivo que impede a maioria das pessoas de conseguirem o que querem é exatamente não saberem o que querem.

Assim, as atitudes contribuem para a formação dos conhecimentos e do caráter da pessoa, aliás, não só para a formação de conhecimentos ousa-se dizer que a atitude é o elo que aproxima as pessoas de si mesmas é o que faz a pessoa se avaliar e refletir sobre o que é e o que quer, aonde precisa mudar e porque precisa dessa mudança, as atitudes são de suma importância e não podem ser limitadas as pequenas possibilidades.

É preciso ir além, ir à busca do conhecimento para obter êxito e credibilidade naquilo que se propõe a fazer, se faz necessário atuar como um ser pensante, que detém suas opiniões e que se encontra com a mente e o coração aberto para ressignificar o que grita por mudança.

Desse modo, ressalta-se que o modo de pensar determina as ações dos indivíduos e, conseqüentemente, os resultados, isto é, se as ações são positivas os resultados também serão positivos e se as ações forem negativas não há condições dos resultados serem positivos, isso prever além de caráter social postura responsável e compromissada para com a mudança que permeia o épistemé do acadêmico.

Percebe-se que atualmente muitas pessoas não são aptas a terem atitudes, visto que a educação seja da educação infantil a nível superior pouco ou nada se trabalha para desenvolver nas pessoas um dos comportamentos fundamentais que é a atitude apesar de que na LDB está explicitamente objetiva em relação às finalidades da educação como citado no primeiro momento deste artigo.

A falta de compromisso por parte da comunidade educacional é extremamente prejudicial para os acadêmicos, pois quando não desenvolvido o lado ativo e participativo de cada um, a educação em um todo deixa de exercer seu papel essencial no que se refere formar cidadão crítico, participativo e principalmente aquele que tem controle emocional capaz de intervir o meio em que está inserido.

As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) enfatiza que a educação é pautada no princípio libertador e nos ideais onde a solidariedade humana esteja em destaque tendo por finalidade o pleno desenvolvimento daquele que esta sendo educado, visando seu preparo para o exercício da cidadania e considerando sua qualificação para o mercado de trabalho. Como consta na citação a seguir:

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 2010).

Ora, se a LDB leva em consideração todos esses pontos fundamentais relacionados à educação e suas finalidades relatados no primeiro momento, sendo assim também cabe ao acadêmico se aproximar da realidade que lhe é ofertada e tomar proveito dos momentos onde a promoção da autonomia é proporcionada.

E que esse por sua vez possa fazer bom uso de seus conhecimentos voltando-os para uma visão transformadora e não apenas um mero momento de ir à faculdade e ser alienado perante a sociedade.

É necessário desmistificar a razão pela qual algumas pessoas estão fadadas ao conformismo que destrói sonhos e convida o medo a ter constante presença no cenário acadêmico e que possivelmente se prolongará a vida profissional.

É nesse momento que a postura do educador deve entrar em ação para motivar e encorajar os acadêmicos a fazerem um rigoroso exame de consciência de certas inquietações que estão enraizadas a respeito do comodismo e da ausência de atitudes, como enfatizado no tópico anterior.

Entretanto, para que haja mudança comportamental do educando é necessário mudar os frutos, mas para mudar o fruto primeiro tem que trocar as raízes, quando se deseja modificar o que está visível é necessário modificar o que está oculto, isto é, a chave do sucesso é despertar e utilizar a própria atitude como ferramenta precisa.

Para se ter atitudes que fomenta o conhecimento é crucial observar, analisar e refletir sobre alguns obstáculos que insistem em permanecer, em muitos casos o maior obstáculo que impede o pleno desenvolvimento para o sucesso tanto profissional quanto pessoal do individuo é sua própria mente.

Para combater esse “adversário” se faz necessário re/formular conceitos e valores que limitam a visão futurista dos acadêmicos, talvez pela falta de experiências e ou até mesmo por esse ainda permanecer em contato somente com aquilo é lhe é de costume aquele que ainda não evoluiu o cognitivo.

O ponto de partida para que o acadêmico possa iniciar uma nova etapa construtiva é se comprometer a fazer a diferença e isso nem sempre acontece devido vários fatores, como a ausência de informação por parte da sociedade em um todo, incentivo do alto estima, valorização de si próprio e o mais comum é o comodismo que afeta milhares de pessoas.

Haja vista, que mudança requer inovação e o novo às vezes assusta, pois quando se vai ao encontro do novo corre-se o risco do erro e conseqüentemente o erro traz consigo o medo causador de desistência de muitos sonhos.

Eker, afirma que o mundo é repleto de pessoas desencorajadas que necessitam exercitar seu comportamento atitudinal, para sair do cômodo e ir à luta da conquista pessoal e profissional.

O mundo não precisa de mais gente que viva de modo pequeno. É hora de parar de se esconder e ir à luta. É hora de parara de necessitar e passar a conduzir é hora de começar e compartilhar os seus talentos em vez de escondê-los ou fingir que eles não existem. É hora de dar início ao jogo da vida em grande estilo. (EKER, 2006, p. 76)

O professor constrói sua postura todos os dias, esse processo é permanente, saber manejar a própria mente é o maior desafio e o maior talento para qualquer pessoa seja em todos os sentidos, por isso a postura do professor deve abranger esse talento para ter e proporcionar o sucesso.

Para tanto, é fundamental saber que só poderá vencer os obstáculos existentes se o professor sair da zona do conforto e criar caminhos que o auxilie na caminhada, por que se ele só tiver disposto a realizar o que é fácil sua vida será difícil.

Nesse sentido, se acordar em realizar o difícil sua vida certamente terá momentos frustrantes, porém seu caminhar será reconhecido e louvável; pois o verdadeiro guerreiro é capaz de domar a serpente do medo e do conformismo.

Contudo, não é necessário se livrar do medo e do conformismo, é necessário enfrentá-los, pois a ação é a ponte entre o mundo interior o mundo exterior, como enfatiza Harv Eker:

O segredo do sucesso não é tentar evitar os problemas nem se esquivar ou se livrar deles, mas crescer pessoalmente para se tornar maior do que qualquer adversidade. Se você tem um grande problema, isso quer dizer apenas que está sendo uma pessoa pequena. (EKER, 2006, p.102-103)

A educação superior como nas demais modalidades de ensino tem suas problemáticas, e uma delas é a disponibilidade do acadêmico, incluindo compromisso familiar, religiosos e outros que afetam o comprometimento do acadêmico em relação ao seu tempo disponível.

Outro fator preponderante ainda falando da disponibilização é a falta de compromisso de alguns acadêmicos para com a educação. Sabe-se que muitos acadêmicos não levam a sério a educação, pois não sabem que juntamente com outros fatores a educação é capaz de causar a mudança social, e lamentavelmente burla momentos importantes como a construção da mente social, considerando que a educação é o caminho para a liberdade.

Entretanto, a postura dos acadêmicos vem se transformando conforme a contextualização histórica, anos atrás o acadêmico não tinha o espaço que hoje lhe é ofertado, atualmente as faculdades em seu processo de ensino exigem do acadêmico uma postura autônoma.

As instituições trabalham no acadêmico o processo de desenvolvimento do comportamento atitudinal para progredir rumo aos domínios visados tanto pelas leis que constituem a educação brasileira, quanto aos ideais que as faculdades, universidades e as instituições esperam de cada acadêmico.

É imprescindível que o acadêmico se envolva no contexto em que está inserido e desenvolva competências, partindo das habilidades básicas que se entendem em uma ampla escala de atributos essenciais, como ler, escrever e calcular o que se espera da educação fundamental até alcançar o desenvolvimento cognitivo que se espera de cada acadêmico.

Como já discorrido nos momentos anteriores deste artigo, a formação dos professores tem sido uma preocupação constante no campo da atuação, todos os órgãos responsáveis e as pessoas envolvidas com a educação acordam que é preciso formá-los com o intuito de não apenas transmitir aulas é preciso que os professores despertem e incentive o acadêmico a pesquisar, o hábito da leitura e outros fatores primordiais como atitudes, compromisso, habilidades e competências, que nem sempre o professor consegue instigar no acadêmico.

Em suma, a grande preocupação relacionada à formação do educador é a formação por excelência, onde esse desenvolverá em seu aluno a busca incessante do conhecimento. Quando o professor fomenta momentos de conhecimento para os alunos ele também se submete a novas experiências que o fomentará a novos conhecimentos, pois quando o professor se propõe a ensinar ele também aprende e quando o acadêmico se propõe a aprender ele também ensina, mas para que isso aconteça o professor deve visar o universo que é a sala de aula, o modo de ver o mundo, os diferentes comportamentos sociais.

Quando se pensa na universidade como um espaço específico de formação de pessoas, é notável encontrar muito mais do que currículos prontos e acabados, assim as universidades são consideradas como um dos espaços que interferem na construção de identidade entre os processos trilhados para a construção dos conhecimentos.

Vale ressaltar que a educação não se reduz à escolarização, a educação é um amplo processo constituinte da humanização, que se desenvolve em diversos espaços sociais, como na família, na comunidade, nas igrejas, enfim em todos os lugares.

Os educadores precisam ter alto desempenho, quanto mais competências as instituições de ensino abranger, maior será o desempenho dos acadêmicos. Como enfatiza Içami Tiba (2005) “Conhecimento é informação aplicada na prática, em todos os ramos da vida, que pode modificar o já existente, criar o novo e expandir os limites em todas as dimensões”.

A pedra filosofal dos relacionamentos se dá por meio da convivência no cotidiano e nesse sentido, a postura do professor não deve se reduzir a aprendizagem de técnicas, mas também ao aprofundamento das dimensões culturais, emocionais ligadas a profissão, na procura do equilíbrio que harmonize o pessoal, o profissional e o social, destacando que o relacionamento é de extrema importância para que haja a reciprocidade entre o professor e os acadêmicos que perpassam pelo ensino superior.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A postura do professor no ensino superior pauta-se na forma como esse conduz o processo de ensino e aprendizagem, de maneira a oportunizar o acadêmico a desenvoltura epistemológica como: o criar, inventar e executar suas próprias ideias, mediando aulas propícias, com sentidos delineados e muito bem planejadas; visto que o professor precisa mediar todas as possibilidades de construção do conhecimento para o aluno, através de abordagens precisas e bastantes criativas, não resumir o conteúdo ministrado unicamente numa perspectiva aulista, mas em possibilidades de formulações de novos postulados, estabelecendo dessa forma, estratégias eficazes na prática educativa para que o futuro professor possa verdadeiramente atuar com autonomia.

Todavia, o presente trabalho não esgota a temática, ao contrário abre espaço para a formulação de novos conhecimentos, por refutar a importância para a reflexão e a compreensão da postura do professor universitário, onde foi verificado que cada vez torna-se necessário esse participar de forma proficiente na formação acadêmica de maneira autêntica, fornecendo meios para o aprimoramento e o refinamento das habilidades e competências do ser humano, compreendendo que a criatividade é primordial acionado pela mente para a aquisição de um novo perfil docente.

A partir do exposto, a hipótese e os objetivos referendados são verdadeiros, já que o principal desafio do docente no ensino superior, assim como a responsabilidade de incentivar o trabalho de pesquisa, investigação científica e publicações acadêmicas, postura essa que deve ser priorizada, a fim de garantir o desenvolvimento e o entendimento do sujeito e do meio social em que está inserido.

Nessa conjectura, é importante ressaltar uma investigação científica voltada didática do professor no ensino superior, formas de abordagens do conhecimento empírico para o científico, atitudes do professor do ensino superior e o acadêmico indisciplinado no que tange a construção do conhecimento.

REFERÊNCIAS

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