EDUCADOR OU DESEDUCADOR?
A nossa educação, tempos atrás, tentou inovar porque acreditava que a sociedade poderia ser transformada através da escola.
Pretendeu mudar, mas a igreja católica reagiu.
No final do século passado, muitas das conceituadas escolas pertenciam a religiosos, que ofereciam um ensino humanístico restrito às elites.
Atualmente, início do século XXI, onde se instalam os melhores educadores? E em quem a família tem acreditado mais? Na escola pública ou na escola particular (grande parte, ainda pertencente a religiosos)? Por que a educação da escola pública tem recebido descrédito?
Enquanto os socialistas reivindicam maior empenho do Estado para estender a educação a todos, desde o pré-escolar até a graduação escolhida, os capitalistas (onde o Brasil está situado), não se preocupam com a educação de todos, apenas de alguns, para que o poder se concentre em poucas mãos com forças suficientemente arrogantes para dominar os alienados ou inconformados (cansados de lutar pelos seus verdadeiros direitos humanos).
Nossa descendência italiana nos concedeu o atributo de atualmente meditar sobre este grave erro que está acontecendo no país em relação à educação, isto talvez porque nas duas primeiras décadas do século XX, imigrantes italianos e espanhóis trouxeram as idéias anarquistas, dando força intelectual para as primeiras greves operárias. Mas a atuação destes grupos de esquerda, em uma sociedade conservadora como a nossa, sofreu reveses e dificuldades intransponíveis com a repressão legal e policial, o que atualmente ainda acontece. Nossos trabalhadores da área econômica, na defesa de seus direitos, apesar de tudo, ainda param, protestam e negociam com seus chefes ou patrões, sempre com a tendência de prosseguir seu trabalho, dizendo:- Lutei, portanto, algo consegui!
Estas lutas têm conseguido sucesso, não de forma plena, mas parcial.
Então, o que está acontecendo com os lutadores da área educacional? Qual o motivo da sua má fé aos idealistas que sempre pretenderam fazer tal qual a economia: parar para refletir com os chefes? Por que os seus colegas de trabalho preferem conviver com os baixos salários e não lutar, como os trabalhadores das outras áreas?
Toda ação, quando bem planejada, recebe o sucesso total, ou seja, se uma luta de escolas públicas estaduais de um estado for reconhecida como justa, democrática e legal, e merecer crédito junto aos seus governantes, que modificarão seus salários, outros estados farão o mesmo, conseguindo, após intensas e freqüentes lutas, também o reconhecimento do governante da nação.
Requer-se, portanto, maior planejamento das lutas, maior conscientização da ação em conjunto com os educadores, e não apenas pequenas reuniões onde os líderes sindicais têm demonstrado sua fraqueza, não somente no ato de falar, mas também na forma de demonstrar sua “sonhada” ação.
Por que a educação não mais pára para refletir com os chefes o problema salarial?
Será por falta de dinheiro nos cofres públicos?
Creio que não, talvez a única falha esteja naquele educador que sempre quis ser líder, mas que nunca tem conseguido algo que lhe mereça este atributo de fé.
Deseducou-se ou perdeu-se na era tecnológica, talvez!!!