Pedagogia Progressista e Construtivismo
As tendências pedagógicas são teorias que surgem ao longo da História, geralmente com base na Psicologia, mas, em grande parte, impregnadas de ideologias. A Pedagogia Progressista e o Construtivismo não fogem à regra, apesar de o peso político-ideológico na a primeira ser bem maior do que na segunda. Em meio a toda essa conjuntura teórico-pedagógica encontra-se o professor vivendo seu drama de despreparo para levar a teoria à prática e ser bem sucedido no ensino-aprendizagem dentro da sala de aula.
Demerval Saviani denomina a Pedagogia Progressista de Pedagogias Contra-Hegemônicas, pois, no Brasil, a força desses modismos e suas inovações se dão na década de 1980, quando do processo de abertura democrática. Enquanto a Pedagogia Progressista se divide em três tendências pedagógicas – a Libertadora, a Libertária e a Crítico-social dos conteúdos -, as Pedagogias Contra-Hegemônicas, por sua vez, dividem-se em quatro tendências, as quais, juntamente com o Construtivismo, têm afundado cada vez mais a escola pública brasileira: Pedagogia da “educação popular”, Pedagogias da prática, Pedagogia crítico-social dos conteúdos e Pedagogia histórico-crítica.
A Pedagogia Libertária e a Pedagogia da “educação popular”, inspiradas nas propostas de educação de Paulo Freira, veem na educação o poder de transformar a sociedade. A Pedagogia Libertária e as Pedagogias da prática, fundamentadas nos princípios de autogestão do conhecimento, da autonomia do indivíduo e na solidariedade, acreditam que a educação deva ser baseada na participação grupal. A Pedagogia crítico-social dos conteúdos e a Pedagogia histórico-crítica – que para alguns é uma só, mas que Saviani divide em duas – são propostas brasileiras, que veem a educação com uma função transformadora da sociedade e trazem uma grande influência do marxismo.
O Construtivismo, por sua vez, desde sua origem baseada na linha de estudos de Jean Piaget, traz uma gama de afinidade com o escolanovismo – mais precisamente no lema pedagógico “aprender a aprender”, e, como tantas outras teorias pedagógicas, se metamorfoseou de acordo com o contexto e a falta de conhecimento e de preparo dos professores nas escolas.
Destarte, temos aqui nada mais que teorias que, na pretensão de combaterem exclusão educacional, caíram na inclusão excludente, com uma educação voltada para a quantidade em detrimento da qualidade.