PROFISSãO PROFESSOR

Profissão Professor

A HOMENAGEM SE CONCRETIZA, AINDA MAIS, QUANDO OS ARTIGOS QUE CONSTRUIMOS SÃO

VALORIZADOS E SERVEM COMO "LUZ" PARA A MENTE DE OUTROS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO!!!( SOLANGE GOMES DA FONSECA)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

IV ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

JOÃO LINO MACIEL

PROFISSÃO PROFESSOR

PONTA GROSSA

2011

PROFISSÃO PROFESSOR

Um dia desses, estava na sala dos professores cumprindo hora atividade e me pus a refletir sobre a profissão professor. Lembrei-me da série “Profissão Perigo com MacGyver”, em que um homem que inventa de tudo para se safar dos perigos; recordei também das pessoas que participam do programa “Domingão do Faustão - Se Vire nos 30”, para mostrar as suas habilidades e invenções. O professor não é diferente. Às vezes, inventa, corre perigo, transforma-se num artista que entra todos os dias no palco (sala de aula) das ilusões, tenta de todas as formas e tipos de malabarismos para dar uma boa aula, imita o “MacGyver”, “Se vire nos 30”, na esperança de chegar rápido o final dos 50 ou 100 minutos de aula, na certeza que deu uma boa aula. Na batida do sinal, sai da sala com um sorriso disfarçado e meio de invés, se perguntando: “A minha aula foi legal? Missão cumprida?”

Noutro dia a rotina é a mesma, aquela situação que experimentou no dia anterior é a sequência no dia seguinte. Deixemos de lado essas premissas e vamos pensar diferente agora. Na verdade o professor é um ser que se coloca à disposição das pessoas, os seus conhecimentos, as suas possíveis motivações, com a intenção de embrenhar nas profundezas da atividade de educar.

Nesse curto espaço de tempo em que meus pensamentos vagavam, percebi o quanto é importante a arte de ensinar, pois vejo através dos olhos das criaturas, as quais eu ensino a vontade que eles têm de aprender. Crianças carentes de aprendizado, que desejam brincar com experiências reais, fantasias infantis advindos anteriormente ao seio escolar. Uma reprodução de brincadeira em sala de aula voltada ao saber, provavelmente desabroche nas crianças, as paixões, ilusões, desilusões, amores, ódio e o fracasso que estavam ligadas a elas em relação aos seus familiares, dando-lhes uma nova visão a uma nova realidade.

Vejo que a profissão professor é uma das mais nobres profissões por ela estar voltada diretamente às pessoas que precisam aprender. O professor é o maestro que conduz a sua orquestra (os alunos), direcionando-a pelos caminhos do conhecimento.

Obviamente, quando se trata de ensinar e a formar pessoas o professor revive momentos de emoções, porque ele está trabalhando com seres pensantes necessitados de aprendizado, pessoas que buscam uma formação diferente da recebida dos seus familiares. Consciente disso o professor dá condições e propicia um equilíbrio entre ele e o discente orientado pela sua prática de ensino.

Segundo Freire (2010–p.82) “É importante salientar que o novo momento na compreensão da vida social não é exclusivo de uma pessoa”. Por isso, acredito que o ensino não é exclusividade do professor, ele é o mentor de sua disciplina, é claro, mas por trás de sua prática pedagógica deve ter uma equipe de gestores que trabalha junto com ele, a fim de concretizar com naturalidade a sua prática. Freire dizia que o professor deve respeitar a “leitura de mundo” que o aluno chega à escola, respeitando a sua cultura, a sua classe social, sim essa é a função do professor, respeitar as condições do sujeito sem pensar em um “troco” que o beneficie na profissão.

Lendo um artigo de Cesar Romão a respeito da Profissão Professor, achei interessante sua abordagem em relação ao professor, ao dizer: “Um professor dessa nova era da educação, deve desenvolver competências e habilidades não só na matéria que ministra, mas em relacionamento e comportamento dos alunos...”, (Romão, 09.08.11). Naturalmente, há necessidade de o professor mudar os seus conceitos, hábitos e atitudes diante do relacionamento com o aluno a fim de manter uma convivência respeitada, motivada e que permita uma reflexão dentro da sala de aula.

Nidelcoff, no seu livro Uma Escola para o Povo, titula dois tipos de professores, o primeiro tipo: “O Professor-Policial” (1978, p.65-80), “uma das características do trabalho desse educador é o autoritarismo: apenas o mestre sabe e ensina; as crianças são aquelas que não sabem. Devem apenas aprender”, enfatiza ainda: “Não percebe as raízes sociais do fracasso escolar”, (ibidem, p.80), sem dúvida, esse é o tipo de professor que trabalha com a disciplina sem sensibilidade, que vigia o tempo todo e não deixa o aluno “respirar”, não analisa os fatos e os motivos do fracasso escolar do aluno, é voltado ao rendimento de suas aulas e pelas notas que atribui, não percebe que o aluno necessita de uma mão amiga para levá-lo as entranhas do conhecimento. Por outro lado, a autora considera o segundo tipo: “O Professor-Povo” (1978, p. 70) afirmando que o professor: ”Quando propõe atividades ao seu grupo, não está apenas preocupado com a aprendizagem intelectual que as crianças vão conseguindo, mas visa fundamentalmente a formação de atitudes: seus alunos são pessoas e não máquinas de aprender”.

A autora cita também que: “O “Professor Povo” – Avalia como educador, não como um transmissor de informação. Os alunos lhe interessam enquanto pessoas, não enquanto intelectos”, (ibidem, p.80).

Esse é o tipo de professor que se preocupa com o aprendizado do aluno, deseja ser um bom professor, analisa as situações, é democrático, participa de suas experiências, considera-se um educador e não um mero transmissor de informação.

A Profissão Professor, não se destina às pessoas despreparadas para assumir essa profissão, pois ela exige muita paciência, compreensão, amor, dedicação, e acima de tudo, respeito para com as pessoas com quem vai trabalhar. Na minha pequenina jornada pedagógica aprendi que ensinar pessoas é como se fosse “lustrar” um lindo diamante lapidado, pois a vida e as interações já fizeram as lapidaram, falta apenas conduzi-las pelo caminho do conhecimento e tratá-las como gente que necessita de um ombro amigo, sim amigo, não somente participar egoisticamente na vida dessas pessoas como um simples professor. Um professor sem profissão e sem caráter!

Quando li o artigo da Professora Pesquisadora da Educação, Solange Gomes da Fonseca: “Orgulho da Profissão: Professor”, no inicio ela fala, o professor: “É uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, na sua maioria, passam pelas mãos do professor. Já Platão, na sua obra “A República” alertava a importância do papel do professor na formação do cidadão”.

Realmente, a profissão professor é uma das profissões mais antigas do mundo. Platão, o Filósofo Grego (427-347 a.C) foi o primeiro pedagogo que se conhece na história.

Segundo a Revista Nova Escola (número 25, julho 2009, p.11): “O filósofo grego previu um sistema de ensino que mobilizava toda a sociedade para formar sábios e encontrar virtude”. “A educação deve propiciar ao corpo e a alma toda a perfeição e a beleza que se podem ter” (ibidem, p.12).

Além de Platão a revista mostra também 41 outros grandes pensadores, desde a antiguidade até os da atualidade, dentre eles: Sócrates, Aristóteles, Karl Marx, Maria Montessori, Henri Wallon, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Paulo Freire, Anísio Teixeira, todos eles tinham pensamentos semelhantes e lógicos, pois via a educação como fonte verdadeira de conhecimento do ser humano.

Após a leitura desses artigos fiquei mais convencido ainda de que a Profissão Professor é a mais bela, a mais árdua, mas é mais compensadora de todas as profissões porque se fundamenta a ensinar gente a ser gente, e com essa gente que se adquire novos conhecimentos através de troca de experiências vividas no cotidiano.

Nesse teatro da educação, o cenário é a sala de aula, os atores são os professores e a platéia são os alunos. Foi por isso que descobri que mesmo tarde, a profissão professor é a minha vocação, é a minha vida, é a minha realização, embora tenha sofrido algumas criticas de colegas pela minha insistência na melhoria da qualidade de ensino, um ensino inovador, mais diversificado, usando as tecnologias como suporte, ora trabalhando um pouco com sistema do ensino tradicional ou com o ensino atual, de acordo com a educandos, e também o fator idade pesa muito. Mas isso não me incomoda, pois penso que quanto mais velho ficamos, mais experientes somos e certamente, mais sábios e pacientes em conhecimento ficamos.

RÊFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

ROMÃO, Cesar. Profissão: Professor.

Http://www.cesrromao.com.br/redator/item5020.html/09.08.2011

NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma Escola Para o Povo. São Paulo: Brasiliense, 1978.

FONSECA, Solange Gomes da. Orgulho Profissão:Professor.

http://www.literal.com.br/artigos/orgulho-da-profissao-professor/12.11.11.

REVISTA NOVA ESCOLA (Edição Especial nº 25). Grandes Pensadores. São Paulo, SP. Editora Abril S/A, julho 2009.

João Lino Maciel
Enviado por Solange Gomes da Fonseca em 29/01/2012
Código do texto: T3468011
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