EDUCAÇÃO DOMÉSTICA POR VIDEOCONFERÊNCIA

A Revolução Francesa trouxe grandes benesses para a economia mundial, num cômputo geral. As máquinas operando à pleno vapor, as mulheres descobrindo seus talentos, o mercado de trabalho preparando e capacitando novos profissionais, uma verdadeira revolução como o nome mesmo explicita.

Sabe-se que as mulheres antes destas mudanças comportamentais, viviam em seu lar, cuidando das crianças (que não eram poucas), executando suas atividades domésticas e principalmente educando seus filhos.

A mudança de mentalidade chegou, as mulheres foram às ruas, mudaram de temperamento e de atitudes, conquistaram posições antes apenas de caráter masculino e disseram de forma imperiosa: - Também somos capazes!

Tiramos o chapéu para elas! Elas são tremendas!

Ousadas, destemidas , corajosas, audaciosas e competentes!

Faltam adjetivos para qualificá-las!

No entanto, temos observado que a saída do lar em busca de novos empregos, colocações no mercado de trabalho, fez com que esta mesma mulher que bradava por igualdade de oportunidades, ficasse mais esgotada física e mentalmente. Hoje, temos visto milhares delas enfartando mais precocemente, vivendo à base de ansiolíticos, exaustas e estressadas diariamente. Nem precisa estar na TPM, pois a exaustão delas é perene!

A educação dos filhos, o tempo gasto com eles tem-se reduzido à uma tarde de domingo, onde entre gastos exorbitantes em shoppings centers no afã de satisfazer o consumo desenfreado da criançada, os pais tentam a todo o custo suprir a lacuna de uma semana ausente de conversas e trocas de ideias com sua prole.

Costumamos afirmar que a educação familiar está reduzida à uma simples videoconferência. Podemos crer que na modernidade, já existam pais educando seus filhos por videoconferência. Uma lástima!

As necessidades dos filhos não limitam-se à alguns minutos de conexão virtual, mas a horas gastas na formação do caráter destas novas pessoas que mais cedo ou mais tarde enfrentarão o mundo e suas astúcias e enganos.

Temos que preparar nossas crianças e jovens para o porvir, pois sempre afirmamos que a vida é um joguinho que é preciso saber jogar, caso contrário, ficará rendido, refém de uns poucos espertos que tiram proveito dos mais descuidados e inocentes.

A educação familiar está em crise. É fato! Triste fato, mas é uma realidade que não podemos fugir. As famílias desajustadas estão mais preocupadas nas conquistas materiais do que na educação, no gasto de tempo junto aos seus. O homem é um ser gregário, gosta de viver em sociedade, em comunhão com seu semelhante. No entanto, a hodiernidade está enfiltrando, lançado no mercado, uma nova modalidade de qualidade de vida: Fique sozinho, junto ao seu PC e seja feliz. Você não precisa de mais nada e de mais ninguém, pois seu PC supre todas as suas necessidades.

Triste estatística!

Horrível realidade!

E assim, o homem se enclausura em sua 'colméia', sai do contato com outras pessoas e fixa-se nos seus computadores, no afã de resolver todas as suas questões existenciais.

Não preciso ser uma pessoa dotada de premonições para perceber que o resultado disto, são pessoas ocas, vazias e que se desinteressam por uma companhia pessoal de um amigo, colega ou conhecido.

Os lares vão ficando cada dia mais desajustados ,e, no final, deságua tudo nas mãos de um terepeuta familiar para tentar juntar os cacos.

Que tenhamos a prudência e o discernimento de rever nossos conceitos enquanto é tempo, pois é sabido que educação familiar por videoconferência não é uma boa opção!