O ensino criativo de Língua Portuguesa segundo a concepção linguística

Jeová Lima Pereira*

RESUMO

A reflexão na prática docente demonstrou a necessidade de discutir o ensino criativo de língua portuguesa segundo a concepção linguística, tanto no âmbito de ensino, quanto no processo de compreensão de uma pedagogia dinamizadora, uma vez que é enfatizado o conceito de criatividade e inteligência. Haja vista, que a criatividade na sala de aula pauta-se na concepção linguística, para primar pela eficácia da educação de língua materna. A luz das reflexões suscitadas na disciplina onde enfatizou os aspectos funcionais de desenvolvimento da linguagem e comunicação do curso de mestrado em letras e linguística da UTIC,onde objetivou a realização do presente artigo, na qual todo o traçado teórico foi analítico, com ênfase no método qualitativo.

Palavras-chave: Concepção lingüística. Criativo. Ensino.

RESUMEN

La reflexión sobre la práctica docente ha demostrado la necesidad de discutir la enseñanza creativa de la lengua portuguesa según la concepción, tanto dentro de la enseñanza, y en el proceso de comprensión de una pedagogía activa, como se hace hincapié en el concepto de la creatividad y la inteligencia. Teniendo en cuenta que la creatividad en el personal de la clase en el lenguaje de diseño, para luchar por la eficacia de la educación en lengua materna. Los reflejos de la luz se crió en la disciplina que enfatiza los aspectos funcionales del desarrollo del lenguaje y la comunicación del programa de maestría en literatura y lingüística en la UTIC ,que tiene por objeto llevar a cabo este artículo, en el que toda la ruta fue la teoría analítica, con énfasis en los métodos cualitativos.

Palabras clave: Lingüística Concepción. Creativo. La educación.

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*Mestrando em Letras e Linguística pela Universidad Tecnológica Internacional-UTIC, Asunción, PY, escritor, poeta, literato e crítico. Professor de Língua Portuguesa na Escola Magalhães Barata, no Município de Chaves, Pará, Brasil, este artigo é sob a orientação da Profª Drª Rosângela Lemos da Silva

1 INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido sobre o ensino de língua materna nas escolas brasileiras, com ênfase nos fenômenos linguísticos existentes em diversas partes do país, apesar disso, ainda se observa aulas insípidas, sem propósitos delineados, argumentos lusitanos, como se a língua representasse somente a variável formal, assim sendo, o ensino passa por momentos sérios, que notoriamente precisa de reformas urgentes curricular, principalmente no que concerne ensino de língua, se não levado em conta as especificidades linguísticas do aluno fica difícil realizar um trabalho de adequação vocabular, pois, este precisa compreender as dimensões e características das modalidades da língua, isto é, formas de falar e escrever, dentro do processo de aulas metódicas e criativas.

O presente artigo pretende discorrer sobre a concepção do ensino de língua portuguesa, correlacionando com a prática de linguagem, na qual o aluno é visto como um protagonista do saber linguístico e não decodificadores semióticos, todavia, para isso acontecer é necessário que o professor de língua materna esteja sintonizado com as novas concepções acerca da linguagem, pois de acordo com o expositivo indaga-se sobre: como o professor de língua portuguesa será criativo mediante as práticas de linguagem? Visto que, o ensino de língua portuguesa deve subsidiar ao alunado pôr em prática a linguagem, formando alunos habilidosos nas competências comunicativas, a saber: escutar, falar, ler e escrever. Onde deverá ser desenvolvido a temática: O ensino criativo de língua portuguesa segundo a concepção lingüística, que dá amplitude para falar das novas concepções da língua, enquanto elemento social e individual do ser humano, sinalizado como o patrimônio mais expressivo da nação não podendo ser resumida como sinal de nobreza ou símbolo de poder, é nesse intuito que o estudo científico pretende subsidiar maestros a incorporar ideias reflexivas no fazer pedagógicos, avaliando o processo de ensino e aprendizagem de língua materna e compreender criatividade no âmbito de sala de aula, tudo isso, através de postulados ensaiados por autores, como: Celso Antunes, Marcos Bagno e outros.

De forma expositiva, a pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico será desenvolvida a partir da confecção, publicação online e socialização por meio de Mesa-Redonda na instituição de Postgrado, UTIC, como forma de levar inúmeros épistemés para mestrandos da área de letras e lingüística, professores e pesquisadores na realidade cientifica da língua portuguesa.

2 CONCEITO DE CRIATIVIDADE

Encontrar métodos para solucionar alguns problemas é tarefa aspirada por um grande número de pessoas, pois, compreendem que tudo que realizam tem que ser de maneira nova, diferente e extremamente satisfatória; não é a toa que a criatividade fornece meios para realizar os desejos de maneira contundente e eficaz. Dessa forma, a criatividade permite abrir novos horizontes, rompe com os obstáculos inesperados de maneira rápida e objetiva, colocando a mente a, acionar recursos elaborais que combinará no desenvolvimento ou epílogo ao planejado.

Por isso, é bem mais fácil, identificar a criatividade que conceituá-la, é comprovável quando se pergunta, se uma pessoa é criativa, ou não, na verdade vai surgir uma série de indagações, identificando somente o criativo e não conceituando criatividade. É evidente que existe polêmica, em relação a sua conceituação, para tanto, o presente trabalho ensaiou um conceito, na qual defende porque apresenta uma visão holística da competência humana, ei-lo: Capacidade inerente a todo ser humano em criar, inventar coisas novas. Para alguns significa também a capacidade das pessoas em divergirem dos padrões consagrados com vistas à criação do novo ou de novas formas de pensar. (Apud, Antunes, 2009, p.12).

O que se observa acerca da visão de Antunes é que todo ser humano é capaz de ser criativo, dependendo das situações em que este se encontra, pois a mente humana é um sensor de radar, funciona como uma espécie de guia no processo inventivo, daí, à comprovação que toda raça humana tem esse poder nato, de produzir resultados eficazes, em outras palavras como diz Locke a ideia de criação é tudo aquilo que o espírito percebe em si mesmo.

3 CRIATIVIDADE E INTELIGÊNCIA

“A criatividade” e “inteligência” constituem conceitos que se assemelham; entretanto, ambas possui características próprias. Uma pessoa pode ser dotada eloquentemente de “inteligência” em qualquer realização e, dessa forma, solucionar ou superar desafios específicos, compreendendo de maneira abrangente as dimensões desafiadoras, e, mesmo assim, não ser necessariamente criativa; por outro lado, enfatiza-se que a inteligência é a função psicológica da capacidade que se tem de compreender o significado dos objetos existentes ou não, e ao mesmo tempo conceituá-los.

Já na criatividade, o processo mental se correlacionará com a inteligência; pois, ambas se juntam para executar o planejado. Esse processo se dá, porque a mente humana opera áreas cerebrais diferentes para desafios diferentes, visto que, são notórias hoje as diferentes inteligências humanas, que permitem expressar uma mesma ideia em momentos simultâneos, como por exemplo, de forma verbal (inteligência linguística), de forma matemática (inteligência lógica - matemática), e também pode expressá-la de maneira visual, sonora, mímica, enfim, a criatividade pode se manifestar nessas respectivas áreas. (Antunes, 2009, p.32).

4. CRIATIVIDADE NO ÂMBITO DE SALA DE AULA

De acordo, com os estudos sobre criatividade ensaiados por diferentes autores, tais como: Gardiner, Perkins e Fontana, recomendam que para ter resultado eficaz em um ato criativo, no âmbito de sala de aula, o mediador deve pautar-se nos seguintes critérios, que é enfatizado na obra de Celso Antunes “criatividade na sala de aula”. Ei-los: preparação, incubação, devaneio, inspiração e ação, que o presente artigo aborda estes de maneira concisa.

A preparação é o momento em que se dá o entendimento de um determinado assunto, se é importante ou não, se é digno de despertar uma solução criativa e associativa com aquilo que se planeja a realizar. É fundamental que nesta face o educador assuma uma postura de mediador construtivista, para desta forma, fornecer todas as ferramentas necessárias para o alunado; é importante também evitar censuras, críticas ou frustrações, pois nesse momento é a vez de acionar os elementos cognitivos para formulações de ideias.

Nesse sentido, as ideias começam assumir um caráter próprio, deixa de serem tão somente projetos e passa a ter uma consistência real, na verdade é o cozimento propriamente dito das ideias, formulando assim o estágio de incubação; fase delicada, “porque tudo o que foi planejado ou armazenado na mente vai auxiliar o ato criativo, daí a importância do educador intervir nessa fase, mas deve ajudar o aluno a liberta-se de mecanismos conscientes de autocrítica e de autocensura”. (ANTUNES, 2009, p. 37).

A fase de devaneio é representada pela fuga das idéias propositalmente. É a fase de curta duração extremamente significativa, pois, o educador pode realizar algumas reflexões em sala, para fluir as ideias, como: ouvir músicas instrumentais, ler um poema, ler um texto burlesco (cômico), um texto reflexivo, por exemplo, “a embalagem”, na qual se trata de uma situação de um pai em relação ao seu filho, este por sua vez indisciplinado, de família nobre, estudante de medicina, que em sua formatura faz um pedido ao seu pai, almejava ganhar um carro, acontece que seu pai lhe presenteou uma Bíblia. Descontente com o presente, o indisciplinado sai de casa, com o passar do tempo retorna, nesse contexto seu pai já havia falecido, com a consciência pesada, pega a Bíblia e começa a folhear, coincidentemente encontra a chave do tão esperado carro, na qual tinha uma frase escrita, “pago a vista”. Com essa reflexão, o processo de inspiração ou iluminação ocorre de maneira mais rápida, chamada também segundo Antunes de “salto”, (2009, p.38), que é o instante em que as ideias novas já definiram o contorno do produto criado, momento este, que aluno fica inspirado a produzir resultados eficazes, no caso de língua portuguesa, alcança o epílogo no sentido de habilidades e competências sócio-comunicativas, todavia, “revelada a ideia, chega o momento da etapa final e, nesse caso, é importante que o professor esteja atento para que a mente não se volte ao devaneio”, (Antunes, 2009, p.38), produzindo dessa forma, todo esse estágio em realidade, no qual o aluno no desarrollo cognitivo vai consumar duas idéias, chamada de ação, que indiscutivelmente, é um momento muito especial e nem todos os alunos mostram-se apaixonados, pois, “a mente criativa liberta o fluxo da ideia para que as mãos ou o corpo a execute”, (ANTUNES, 2009, p. 38).

É relevante nesse contexto citar a visão de Martínez (1997), no qual agrupa as estratégias utilizadas para a educação de forma criativa, o uso de seminários, jogos criativos, através da arte propriamente dita, paródias, teatros et al, como forma de contribuição lingüística, no âmbito da criatividade.

5 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E A CONCEPÇÃO LINGUÍSTICA

As abordagens das teorias acerca da língua têm sido cada vez constantes nas instituições de ensino superior, tanto na graduação quanto em postgrado, na qual vem provocando na contemporaneidade profundas transformações nos modos de conceber o ensino de língua nas escolas fundamental e média. As concepções milenares e receitas gramaticais tradicional estão cada vez sendo submetidas a críticas e reformulações teóricas, graças às contribuições das novas concepções do campo maior da linguística moderna de Ferdinand de Saussure, (sociolinguísticas, psicolinguística, linguística do texto, pragmática linguística, análise da conversação, análise do discurso e outras ramificações, ampliaram consideravelmente o estudo da linguagem.

A tradicional análise da língua em si, foi de pouco a pouco sendo substituída pela visão construtivista, pois, os maestros entendem que o modo de conceber os fatos de linguagem segundo a concepção tradicional, é “condenar o submundo do não-ser todas as manifestações, rotuladas automaticamente de “erro” e, junto com as formas linguísticas estigmatizadas” Bagno (2002, p. 20-21). Essa pedagogia sufoca o aluno adquirir as competências e habilidades sociolinguísticas, pautando-se na antiga noção filosofia da tabula rasa, “como se o primeiro dia da criança ou do aluno fosse também seu dia de contato com sua língua materna” Bagno (2002, p.21). Ou seja, despreza totalmente a bagagem cognitiva e linguística no âmbito familiar e do grupo social, para a imposição de um falar lusitano.

Para tanto, os maestros de língua materna devem está alinhados com as atuais concepções de linguagem, devem ensinar os alunos a pôr em prática a linguagem, formando cidadãos leitores e escritores de uma cultura em que a escrita é predominante. Compreendendo que essas concepções têm como peças-chave a relação interpessoal, o contexto de produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a intenção de quem o produz e a interpretação de quem o recebe. Portanto, mais do que ensinar os elementos e as normas que compõem a Língua Portuguesa, precisam dessa forma ensinar as práticas de linguagem que é riquíssima na língua materna.

O ensino de língua portuguesa precisa cingir com a linguística moderna, pois, só dessa forma o ensino passa ser dinamizador, construtor, criativo e, sobretudo soberano, visto que, que o desenvolvimento do educando é extremamente primordial, não só para encarar o futuro com esperança, mas para enfrentar os desafios da vida; nesse sentido Delors (2001), enfatiza que o poder público deve garantir a formação dos professores, tanto para oferecer-lhes o suporte teórico do saber, como para lhes garantir subsídios práticos, que indiscutivelmente servirá de referencial para o alunado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino criativo de língua é aquele que oportuniza o alunado a criar, inventar e executar suas próprias ideias, se fazendo de aulas propícias, com sentidos delineados e muito bem planejado, visto que o professor precisa mediar todas as possibilidades linguísticas para o aluno, através do uso corrente da linguagem e não a resumir unicamente na variável formal, deve estabelecer estratégias para o ensino das modalidades linguísticas, tal como seu contexto sócio comunicativo, expressivo, semântico e pragmático, por conseguinte, trabalhar por meio de poemas, músicas que componha a realidade dos alunos, e depois pedir exercitar a hermenêutica, fomentar momentos reflexivos, posteriormente mediar os elementos conversacionais presente na oralidade, para desta forma transcrever para a convenção gramatical.

Todavia, o presente trabalho é de grande importância, não somente para o ensino de língua materna, mas para a reflexão e a compreensão que o processo criativo é nato ao ser humano, podendo este ser agente coadjuvante de seu próprio saber, compreendendo criatividade como elementos acionados pela mente numa abordagem simples e objetiva ressaltando-se que às vezes criatividade é vista como características de pessoas iluminadas, com privilégios transcendental, que na verdade falta é motivação para fluir novas ideias.

A partir do expositivo, a pesquisa qualitativa, pautada na hipótese e nos objetivos é verdadeira. Partindo dessa premissa o artigo não esgota temática em questão, ao contrário merece destaques em relação novos estudos: A linguística e sua aplicação no ensino de língua materna, criatividade nas abordagens e execução das modalidades de língua no processo de ensino e aprendizagem, as variáveis linguísticas e o processo de criatividade no âmbito de sala de aula, através do investigar científico, para um maior aprofundamento das técnicas pedagógicas e como consequência a eficácia no ensino de língua materna.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. A criatividade na sala de aula, fascículo 14. 5ª Ed. Vozes. Petrópoli,RJ, 2009.

BAGNO, Marcos. Língua materna, variação e ensino. 3ª Ed. Parábola. São Paulo, 2002.

DELORS, Jacques (org.). Educação: um tesouro a descobrir. 5ª Ed. Cortez. São Paulo, 2001.

MARTINEZ, Albertina Mitjánas. Criatividade, personalidade e educação. Papírus. Campinas, 1997.