O educador, o estímulo e o afeto.
Estudiosos têm sido unânimes em afirmar que o afeto é fundamental para o êxito dos nossos projetos e planos.
O filósofo Hume dizia que precisamos de paixões para motivar nossas ações. Afeto e amor devem ser a válvula que nos move, que nos faz continuar, se desanimar. Devemos aceitar esse desafio.
Segundo a bióloga e psicopedagoga Marta Relvas "a afetividade acompanha o ser humano desde a sua vida intra-uterina até a sua morte", manifestando-se "como uma fonte geradora de potência e energia. A afetividade pode ser comparada ao alicerce sobre o qual se constrói o conhecimento racional" e por isso deve ser "prazerosa e ligada à ação afetiva".
É o afeto, a paixão o que nos deve impulsionar à frente, levando-nos a pesquisar, a buscar novos caminhos para alcançar nossos alunos, respeitando as diferenças. Howard Gardner acredita na educação personalizada (que não significa um professor para cada aluno ou uma aula para cada aluno). Personalizar a educação, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, significa olhar a todos e a cada um ao mesmo tempo. A todo momento vou me preocupar tanto com os que avançam sozinhos como com os que ficaram para trás. As pessoas são diferentes, aprendem de formas diferentes e em tempos diferentes. Daí a importância de o professor diversificar a sua aula, criar estratégias para alcançar a todos, estimulando-os a aprender.
Trabalhando com as diferenças, elevamos a autoestima dos nossos alunos. Para Marta Relvas, "se uma criança tem opinião positiva sobre si mesma e sobre os outros, ela terá mais condições de aprender; caso contrário, (...) poderá perder o interesse e o desejo de aprender, ficando indiferente diante do êxito e do fracasso. Esse sentimento poderá resultar, inclusive, em problemas de aprendizagem e comportamento".
A cumplicidade está entre querer ensinar e se permitir aprender, segundo Chalita. É importantíssimo estimular nossos alunos, conquistá-los para que se permitam aprender. Segundo Relvas, "quando um estímulo já é conhecido do sistema nervoso central, desencadeia uma lembrança; quando (...) é novo, desencadeia uma mudança". Se quisermos mudanças em nossos alunos, precisamos buscar novos estímulos. A bióloga e psicopedagoga completa: "É nesse papel que o educador tem responsabilidade, pois não basta ler ou escrever sinais, mas sim dar sentido a todos os estímulos recebidos". Para que esses estímulos funcionem, é necessário que tenham sentido para o educando. É preciso valorizar o que eles trazem para a escola e daí partir para a busca de novas experiências. O estímulo tem papel importantíssimo na aprendizagem. Para Relvas, "a função principal do cérebro é aprender e não há limites. Quanto mais se aprende mais o cérebro forma conexões. O importante é estimular o nosso cérebro".
Referências bibliográficas:
CHALITA, Gabriel. Educação a solução está no afeto.1ª ed.2001. São Paulo, Gente, 2004.
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. Rio de Janeiro, Wak,2007.
http://criandoealfabetizando.blogspot.com