Visão fenomênica

Apreender a vida através dos cinco sentidos carnais como normalmente se faz e deixar-se influenciar excessivamente por esta apreensão elimina a possibilidade do contato com o aspecto verdadeiro do ser humano. A vida como fenômeno manifesta-se de variadas formas à medida que mudam as condições fenomênicas. Prender-se a essas mudanças sem conhecer a realidade é a tendência do homem. Tudo que sofre mutações e está sujeito a desaparecer não possui, na realidade, existência verdadeira. Analisemos, por exemplo, a condição humana sujeita a constantes transformações ao longo de uma única existência.

O homem fenomênico nasce, se desenvolve, envelhece, adoece e morre. Este é o homem visto pelos cinco sentidos. O mesmo homem, analisado fenomenicamente, difere entre o hoje e o amanhã; são as mudanças constantes da vida. O forte e valente lutador de hoje pode ser o doente de amanhã; o pobretão e miserável de hoje pode vir a ser, amanhã, o rico e influente ou vice versa. Da mesma forma que a jovem linda e atraente de hoje não continuará assim passadas algumas dezenas de anos; o nosso próprio corpo carnal não estará mais por aqui no futuro. O que é isto se não transformações fenomênicas vistas pelos cinco sentidos carnais?

Se algo tão sujeito a mudanças constantes existisse de fato não apresentaria essa vulnerabilidade. Concluímos então que aquilo que está sujeito a transformações e a desaparecer com o tempo não existe de fato; apenas dá a impressão de que existe. Assim é com a doença, o sofrimento, o envelhecimento e a morte. Tudo que está fadado a desaparecer um dia não tem existência verdadeira. Então não vale a pena viver, já que tudo é uma falsidade? Não, não é bem assim. O que é falso é o aspecto fenomênico que se nos mostra existente quando, na verdade, não existe. O que existe é o homem real, produto da imagem verdadeira que é Deus.

Sendo Deus espírito todas as coisas existentes são o resultado de uma realidade espiritual que se apresenta a nós como materialmente existente por efeito de projeção mental; assim é o corpo físico do homem, tudo a que denominamos matéria e o próprio espírito, inclusive, é resultado da mente. Crer em Deus é entender e captar a imagem verdadeira de todas as coisas que é espírito. O homem real é espírito e não esse ser que vive algumas dezenas de anos e depois desaparece.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 29/12/2011
Reeditado em 29/12/2011
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