Crítica a educação mercadologica

A crise da modernidade afeta diversas instituições, inclusive aquelas direcionadas para o ensino. Atualmente, passou a ser inevitável o questionamento do papel escolar frente a um ensino cada vez mais amplo. Para muitos estudantes, esse tipo de instituição é apenas uma forma de acesso ao mercado de trabalho. A esperança passa a ser adquirir um diploma e ter pelo menos a garantia de um bom emprego.

Mas será que a função das redes de ensino se limita a essa perspectiva atual? Tanto na escola pública, como na particular reina o campo do saber mercadológico, fruto amargo do Neoliberalismo. Dentro desse âmbito ideológico, a meta é adquirir cada vez mais bens materiais, alimentar o consumismo e/ou adquirir status diante de um determinado grupo.

Educar deveria ser muito mais do que difundir um saber instrumental que propicia ao aluno apenas um conhecimento que o ajuda a obter melhores cargos ou melhores salários. “Mais importante do que formar um profissional, é formar uma pessoa capaz de atuar como cidadã, inserir-se sem preconceitos nessa realidade multicultural; associar significados e construir sínteses cognitivas, superar a mera percepção da vida como fenômeno biológico para encara-la como fenômeno biográfico de um processo histórico” (FREI BETO).

Diante de inúmeros desafios propriciado por uma dinâmica tecnológica voraz e de um constante bombardeio de informações, se faz necessário não somente acumular dados, como também interpretá-los, adquirindo um espírito mais crítico.

Em suma, as escolas em geral, sejam elas públicas ou particulares, cursinhos ou faculdades, preparam os alunos apenas para o mercado de trabalho, pouco acrescentando para uma maior compreensão da sociedade. Uma educação plena, por sua vez, não deve ser construída apenas como forma de mercadoria, mas como um direito, na medida do possível, que forma cidadãos mais críticos e participativos.

Inã Cândido
Enviado por Inã Cândido em 22/12/2011
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