PROFESSOR: UMA PROFISSÃO EM EXTINÇÃO
PROFESSOR: UMA PROFISSÃO EM EXTINÇÃO.
Claudenice Costa de Souza
Ampliando a idéia de prática educativa. Ser professor é perseverar, pois, diante a tantas lamúrias. Assim, fica a certeza de que: Educar parece latente, é obstinação, parece mágica, ou mesmo feitiço. Na verdade, não larga essa luta que é de muitos.
O segredo está em seus alunos, na sua sala de aula, na alegria de ensinar
a realização que vem da alma e não se pode explicar. Não basta ser bom, tem que gostar.
Nesse sentido, tal visão, porém ainda está muito longe do verdadeiro sentido que se deve dar ao termo tornar-se professor. Assim, frente aos inúmeros desafios da transformação necessária dos sistemas educacionais o papel do professor, torna-se cada vez mais conturbado, sem sentido, sem rumo. Então, a complexidade do ser professor, do estar em sala de aula e o tamanho da responsabilidade que colocam em nossos ombros. Diante destas constatações, surgiram algumas questões: qual é o papel do professor na ação educativa? E, como deve ser (formado) esse professor? São questões difíceis de serem respondidas. Principalmente, porque em educação não existem receitas e/ou fórmulas mágicas.
Nesse contexto, Moacir Gadott, em suas reflexões acerca do papel do professor, ressaltar a relevância que se tem a essa profissão. Pois, ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crí¬tica, mas também formam pessoas.
Diante dos falsos pregadores da palavra, dos marqueteiros, eles são os verdadeiros "amantes da sabedoria". O filósofo Sócrates, deixa claro que os sábios fazem fluir o saber – não o dado, a informação, o puro conhecimento – porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam junto, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso, os professores são imprescindí¬veis.
Percebe-se que, essa profissão tão nobre, esta cada vez mais em extinção, jovens que saem do Ensino Médio, escolhem qualquer outra profissão, menos ser professor. Acredita-se que, a sociedade contemporânea perdeu o respeito por esse profissional, quando se fala em sociedade, refiro - me as que estão no poder, que esquecem que todos eles para chegarem ao poder, passou pelas mãos do professor, que de certa forma, procurou-lhes ensinar os valores básicos como a ética e a moral.
Segue outro dado motivo de alerta que vale apena refletir: diminuiu pela metade o número de alunos que se formaram em Pedagogia e no Curso Normal Superior, aquele que gradua professores para as séries iniciais da Educação Básica. Então surge um grande questionamento? O porquê desta diáspora, deste êxodo, desta fuga de talentos de nossas salas de aula todos nós sabemos. Só os cínicos se atrevem a afirmar desconhecê-lo (o baixo salário, a jornada excessiva de trabalho, falta de tempo para o social, em fim são inúmeros os fatores que contribuem para a falta de interesse pela profissão de se professor)
Nota-se, que a cada dia, aumenta a quantidade de professores frustrados, exaustos e cansados; desvalorização do magistério; desrespeito ao artigo 37 da Constituição Federal que prevê que os professores deveria ter reajuste anual; o governo reprimia os professores com polícia em manifestações públicas; os professores quase nunca ficavam com a família, não tem lazer, nem se atualizam. Pois, as políticas públicas governamentais se recusava a reduzir à jornada de trabalho extenuante, não cumprindo a Lei Federal nº 11.738/2008 que determina que o 1/3 da jornada seja destinado a preparação de aulas, formação e atualização profissional; falta de assistência à saúde para o magistério
Em suma, ser professor no Brasil é ato de coragem. é preciso ser sonhador para abraçar a profissão. A idéia de ser professor é idealista? É por amor? Por gostar de crianças? Por esta razão vale à pena lembrar-se das sabias palavras de Fernando Pessoa: “(...) Valeu a pena? Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena.Quem quer passar além do Bojador. Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu”.
Claudenice Costa de Souza.
Pedagoga;
Especialista em Educação;
Mestranda em Ciências da Educação