PROJOVEM: O PROGRAMA DO JOVEM ATUAL

Com o agravamento da desigualdade social, proporcionada, principalmente, pela política da democracia formal, encontramos cada vez mais presente em nosso meio a desestruturação de um dos pilares da vida em sociedade: a família. Consequentemente, a parte mais afetada por esse desequilíbrio é, sem sombra de dúvidas, a camada jovem dessa sociedade, que vê se abrir um abismo entre suas aspirações futuras e a sua capacidade de conseguir, por si só, um lugar de destaque nessa conjuntura atual. E são várias as afirmativas para que o desinteresse, principalmente escolar, seja instalado em cada um desses jovens que veem, a cada dia que passa, seus sonhos serem consumidos pela decepção de uma sociedade desigual e que só privilegia os mais abastados.

Independente da classe social, porém mais incidente na camada mais pobre, a droga pode ser traduzida como a praga que leva os jovens a perderem o senso do caminhar, destruindo a sua autoestima, fazendo-os enveredar pelos desvios da marginalidade e, consequentemente, tornando-os – uma boa parcela – cúmplices do poder paralelo.

Entretanto, apesar da inoperância do Estado – com a falta de políticas públicas mais eficazes – em produzir subsídios que deem suporte para que haja uma progressiva reestruturação dessa família esfacelada, bem como, em se produzindo condições de se ter de volta a instituição que dá o primeiro passo para se formar cidadãos, alguns mecanismos foram criados para se amenizar esse impacto causado pelo crescente índice de informalidade verificado a partir dos anos 90.

Várias foram as tentativas para que esse jovem – por motivos variados –, dentre eles, desestruturação da família, baixa escolaridade, baixa autoestima, as drogas, a informalidade, a gravidez precoce e, até, em muito dos casos, a responsabilidade de ser arrimo de família –, voltasse à sala de aula, tirando-os do analfabetismo funcional e reintroduzindo-os nos caminhos do conhecimento. A EJA (Educação de Jovens e Adultos), o Mobral, a Correção de Fluxo, o Supletivo, foram algumas tentativas de se acabar com o analfabetismo e de promover essa reintegração social. Apesar de alguns avanços, o que se constata é que, apesar dos pontos positivos, o que fica mais evidente é o alto índice de evasão, por exemplo, em EJA (fica em torno de 67% - dado de 2010 – no RN).

Talvez, por isso, a proposta criada pelo Governo Federal, através da Política Nacional de Juventude, em 2005, venha atender a essa expectativa da geração de um programa que já tenha em seu bojo, de uma vez só, todos os itens elencados nos programas anteriores mais os que foram adicionados como perspectiva de um avanço substancial na relação estudo/mercado de trabalho.

Porém, para que esse programa desse certo, fez-se necessária uma parceria com os municípios onde ele foi implantado, proporcionando aos jovens de cada um desses municípios uma formação básica, para elevação da escolaridade, tendo em vista a conclusão do ensino fundamental; qualificação profissional, com certificação de formação inicial; participação cidadã, com a promoção de experiência de atuação social na comunidade.

Assim sendo, o Programa ProJovem Urbano tem como finalidades específicas: a reinserção dos jovens no processo de escolarização; a identificação de oportunidades potenciais de trabalho e a capacitação dos jovens para o mundo do trabalho; a participação dos jovens em ações coletivas de interesse público; a inclusão digital como instrumento de inserção produtiva e de comunicação; a ampliação do acesso dos jovens à cultura.

E é nesse conjunto de novas alternativas que o ProJovem se diferencia dos demais programas e projetos, pois ele traz um leque maior de oportunidades, fazendo com que os jovens voltem a ter esperança de sucesso em suas habilidades profissionais.




 
Obs. Imagem da internet

Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 13/11/2011
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3333639
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