O Poder das mães ou o fracasso dos filhos?
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
Estes tempos de alardeada modernidade nos depara contradições. Uma delas é a relação de dependência dos filhos em relação às mães (dificilmente dos pais), em questões corriqueiras do dia a dia. Temos a impressão que os filhos são donos das suas verdades até chegar a idade de entrar no mercado de trabalho. Ou quando uma problemática de vida, como a afetiva, se interpõe entre eles colocando-os em sérias dificuldades. Estas parecem que os colocam em xeque, dando-nos a nítida impressão de que não foram preparados pelos pais e pela escola para a vida. Outra hipótese que nos intervém é o próprio “modus vivendi” que a sociedade de consumo estabelece como correto, mas que não passam de “pegadinha” existencial para que os jovens, mantendo-se inseguros, firmados em sua natural imaturidade, sirvam de massa de manobra do sistema.
Dá-nos a impressão de que o jovem que domina informática vive pendurado nas redes sociais de relacionamentos, faz mais de uma atividade congênere ao mesmo tempo é incapaz, por exemplo, de arrumar seu quarto quando se levanta. Isto pra não dizer que ele não sabe, sequer, fazer um café ou fritar um ovo. Tudo faz crer que a lógica organizacional (inclua-se ética, respeito, limites) que normalmente os pais dever instituir aos filhos não esteja sendo feita. Ou esteja sendo mal feita, ou apenas os poderes estejam sendo invertidos: os filhos é quem dizem o que os pais devem fazer!
Certo que tudo carece de maiores aprofundamentos, mas o geral tem sido essa práxis que deixa os nossos jovens preparados parcialmente para o mundo de fora, mas despreparados para o mundo de dentro. Isto fica bem claro quando os jovens precisam sair de casa, do seu “casulo” para ir buscar o mercado de trabalho. Neste item, na qualidade de gestor público de RH, deparo-me com situações inusitadas: numa estimativa de dez atendimentos que fazemos a servidores, pelo menos metade é tratada pelas mães dos interessados. Pasmem: uma boa parte disto é de mães de profissionais de saúde, especialmente de médicos. O grande detalhe é que a idade varia, no máximo até os trinta anos. Isto nos dá substrato do que estamos dizendo, pois fica estabelecida a interdependência que leva alguns pais a pagarem um preço muito alto por não terem dado aos seus filhos a dimensão que a vida precisa para cada pessoa viver e ser feliz caminhando com seus próprios pés.
Imagino que os filhos só exigem tanto das mães porque no fundo eles sabem que não são proativos como gostariam porque sempre as tiveram por perto para fazer tudo por eles. Isto fica muito claro em nosso dia a dia gerencial quando dificilmente um jovem nos procura para resolver problemas seus. Quem nos procura primeiro são suas mães! Num segundo instante a gente pede para conversar com o interessado e ele vem, mas já nos procura com uma certa tranqüilidade porque suas mães já abriram caminho. Diante disto, não fica difícil fazer uma leitura de como os pais estão educando seus filhos, quero dizer, não estão educando. Ou educam para o mundo surreal que a modernidade repassa como absoluto. Dito diferente: as formas tradicionais de se educar filhos não são tão démodé como se imagina. Deixar os filhos soltos ao bel prazer dos amigos e sem hora nem limites pra nada é péssimo. Dar tudo que eles querem pela piegas alegação de que querem dar aos filhos o que não tiveram na infância é, no mínimo, ingenuidade. Cada geração tem seu encanto, mas não há encanto sem encontro de contas com a ética, com o respeito aos mais velhos, com alguns rigores cotidianos como pequenas tarefas diárias que os pais têm obrigação de obrigar os filhos a fazer: arrumar o quarto, fazer xixi com a tampa da privada levantada, fazer um café, uma pequena refeição, saber colocar uma roupa na máquina, etc. Mas isto são atividades da empregada, logo dizem. E muitos pais logo aceitam e deixam os filhos se ocuparem com o computador e coma as baladas e com as amizades nem sempre politicamente corretas.
Quem quiser fazer um teste, a título de ilustração observe:
Dá-nos a impressão de que o jovem que domina informática vive pendurado nas redes sociais de relacionamentos, faz mais de uma atividade congênere ao mesmo tempo é incapaz, por exemplo, de arrumar seu quarto quando se levanta. Isto pra não dizer que ele não sabe, sequer, fazer um café ou fritar um ovo. Tudo faz crer que a lógica organizacional (inclua-se ética, respeito, limites) que normalmente os pais dever instituir aos filhos não esteja sendo feita. Ou esteja sendo mal feita, ou apenas os poderes estejam sendo invertidos: os filhos é quem dizem o que os pais devem fazer!
Certo que tudo carece de maiores aprofundamentos, mas o geral tem sido essa práxis que deixa os nossos jovens preparados parcialmente para o mundo de fora, mas despreparados para o mundo de dentro. Isto fica bem claro quando os jovens precisam sair de casa, do seu “casulo” para ir buscar o mercado de trabalho. Neste item, na qualidade de gestor público de RH, deparo-me com situações inusitadas: numa estimativa de dez atendimentos que fazemos a servidores, pelo menos metade é tratada pelas mães dos interessados. Pasmem: uma boa parte disto é de mães de profissionais de saúde, especialmente de médicos. O grande detalhe é que a idade varia, no máximo até os trinta anos. Isto nos dá substrato do que estamos dizendo, pois fica estabelecida a interdependência que leva alguns pais a pagarem um preço muito alto por não terem dado aos seus filhos a dimensão que a vida precisa para cada pessoa viver e ser feliz caminhando com seus próprios pés.
Imagino que os filhos só exigem tanto das mães porque no fundo eles sabem que não são proativos como gostariam porque sempre as tiveram por perto para fazer tudo por eles. Isto fica muito claro em nosso dia a dia gerencial quando dificilmente um jovem nos procura para resolver problemas seus. Quem nos procura primeiro são suas mães! Num segundo instante a gente pede para conversar com o interessado e ele vem, mas já nos procura com uma certa tranqüilidade porque suas mães já abriram caminho. Diante disto, não fica difícil fazer uma leitura de como os pais estão educando seus filhos, quero dizer, não estão educando. Ou educam para o mundo surreal que a modernidade repassa como absoluto. Dito diferente: as formas tradicionais de se educar filhos não são tão démodé como se imagina. Deixar os filhos soltos ao bel prazer dos amigos e sem hora nem limites pra nada é péssimo. Dar tudo que eles querem pela piegas alegação de que querem dar aos filhos o que não tiveram na infância é, no mínimo, ingenuidade. Cada geração tem seu encanto, mas não há encanto sem encontro de contas com a ética, com o respeito aos mais velhos, com alguns rigores cotidianos como pequenas tarefas diárias que os pais têm obrigação de obrigar os filhos a fazer: arrumar o quarto, fazer xixi com a tampa da privada levantada, fazer um café, uma pequena refeição, saber colocar uma roupa na máquina, etc. Mas isto são atividades da empregada, logo dizem. E muitos pais logo aceitam e deixam os filhos se ocuparem com o computador e coma as baladas e com as amizades nem sempre politicamente corretas.
Quem quiser fazer um teste, a título de ilustração observe:
- A pasta de dente nunca é apertada de baixo pra cima, mas de qualquer lado;
- A toalha molhada sempre é jogada em qualquer canto, preferencialmente na cama;
- Sempre que um objeto se quebra, nada de conserto, mas um novo é logo pedido aos pais;
- Dificilmente tomam banho abrindo a água na hora certa de tirar o sabonete, acendem e apagam as luzes, abrem e fecham portas;
- Fazer um café ou fitar um ovo é tarefa difícil de ser feita por boa parte dos jovens;
- As meninas, no geral, não lavam suas calcinhas na hora do banho, mas deixam molhadas num cantinho do banheiro;
- Estender toalhas após o banho é exercício raro por meninos e meninas;
- Ter obrigação sistemática de lavar o banheiro, ou arrumar a casa, poucos têm. Que pais têm essa coragem de estabelecer?
- Hora de levantar ou de dormir sem que os pais estejam na “cola” é difícil encontrar.
- Conservar um tênis sob o argumento de economizar o dinheiro dos pais, é coisa de muito poucos. Etc. etc. etc.
Se diante dos dez itens elencados, seu filho atender a pelo menos cinco deles, comemore! Afora isto é só esperar que um dia você poderá repetir o bordão “ONDE FOI QUE EU ERREI?”