Em defesa do " eu acho "
Se tratando de educação, no Brasil, tudo é uma questão de modismos. Termos são utilizados hoje, amanhã não serão mais. As coisas mudam apenas de nomes, não trocam nem de lugares.
Alguns intelectuais têm forçado uma oposição à colocação do " eu acho ". Há aqueles que até ridicularizam acadêmicos que iniciam suas defesas com essa expressão, perguntando de que "achódromo" ele teria vindo.
Bom, intelectual é intelectual, o que podemos dizer. Contudo, registro aqui uma defesa à linguagem. A dita expressão não enfraquece o discurso, é apenas uma manifestação de um pensamento sobre determinado assunto. O fato da pessoa que argumenta não está segura quanto ao que está discorrendo é outra coisa bem diferente.
A argumentação toma rumo direto por meio do conteúdo expresso e não pela introdução dada pelo termo. A disfunção em torno do assunto discutido poderá ocorrer em razão da falta de intimidade do
emissor com o próprio discurso e com a mensagem que pretende emitir.
" Eu acho " pode ser uma manifestação singular que pouco difere das frases iniciadas : " Me parece...", " Tenho a impressão...", "Imagino...", " Formulei a seguinte idéia...", dentre tantas, tão facilmente aceitas.
Vale uma discreta opinião aos discursantes e espectadores: Ignorarem o " eu acho " e se preocuparem com a linguagem, que no caso acadêmico deverá ser a considerada culta; e se ater ao conteúdo do discurso.
Lembremos, portanto, que, Sócrates, um dos maiores sábios do discurso iniciava dizendo: " Só sei que nada sei " e concentrava multidões.