Avaliar Pra quê?! - A favor da promoção automática
Inicio cursos perguntando: Mas afinal o que é uma escola?
Aparecem respostas de todo tipo, a mais comum dentre elas, é: "Escola é uma instituição de ensino".
Costumo dizer que a Escola deveria ser em primeiro lugar entendida como uma instituição de aprendizagem. Talvez desta forma fosse interpretada e tivesse uma prática voltada exclusivamente para a aprendizagem dos alunos.
Algumas escolas iniciam suas nomenclaturas com "Instituição de Ensino...". Faz jus, a escola que temos está voltada diretamente para o "ensino".
O educador tem o dever pedagógico de entender a aprendizagem como reflexo do ensino. Não havendo aprendizagem, logo não houve ensino. Ou pelo menos o esforço de ensinar foi fracassado.
Desta maneira, a avaliação deve ser uma prática absolutamente pedagógica. Agindo com o objetivo de retratar o sucesso ou o fracasso do ensino.
A avaliação do ensino e da aprendizagem é um ato que não pode estar dissociado do próprio processo.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, vigente, torna a avaliação obrigatória ao sistema educacional.
Essa Lei por si só, não tem conseguido mudar a cabeça de alguns educadores e evitar que transformem o verdadeiro sentido da avaliação numa ação punitiva, capaz de desestimular o aluno avaliado, que alcança resultados negativos, num derrotado, que muitas das vezes até desiste de frequentar à escola.
A avaliação somente alcançará seus objetivos quando estiver a favor do aluno e consequentemente do professor. Quando o professor usar a avaliação como mecanismo de diagnóstico, na verificação do aproveitamento do aluno em relação aos conteúdos trabalhados.
Avaliar significa procurar dados consistentes em relação ao ensino e à aprendizagem. Houve assimilação? Qual o grau de acompanhamento do aluno? Quais seus avanços e suas dificuldades?
A partir desses dados o educador poderá encontrar alternativas metodológicas capazes de sequenciar o conteúdo trabalhado ou retornar nele, de forma mais específica e eficiente.
Não estamos aqui querendo dizer que todo resultado negativo é de responsabilidade do professor. Existem fatores embuídos no aluno, que são de responsabilidade dele ou do meio em que ele está inserido, mas essa é uma outra conversa.
Ensinar é responsabilidade do professor e avaliar faz parte do trabalho pedagógico que ele desenvolve.
Conheço professores que perderam o verdadeiro "estímulo" de ensinar quando suas disciplinas deixaram de ser reprovativas.
Vai responsabilidade, hein?
Alguém já viu num curso para ensinar a fazer bolo, alguma pessoa sair dele sem aprender a fazer bolo?
A promoção automática poderia ser uma alternativa para o ensino, principalmente para o Fundamental. Mas como grande parte dos educadores entenderiam essa proposta? Uma alternativa pedagógica ou um motivo para largar de mão suas responsabilidades diante do processo de ensino e de aprendizagem?