OS FILHOS, A INTERNET, OS PAIS E A ESCOLA

Preocupa-me muito essa questão da Internet e a facilidade com que ela entra nos lares, como também a privacidade dos nossos filhos diante do computador, onde não nos é permitido participar de suas incursões ao mundo virtual (falo isso porque vejo, a cada dia que passa, nós, diante dos afazeres, ficarmos distantes dessa realidade virtual que nos cerca e está, justamente, ao alcance de quem tem tempo e curiosidade para acessá-la).

Essa preocupação se dá, exatamente, porque nós sabemos que não há responsabilidade total, por parte dos jovens (é claro que para toda regra há exceção, e que, dentro dessa exceção, ainda há jovens que obedecem e respeitam seus limites), em somente se utilizar da Internet como uma ferramenta na qual se traduza conhecimentos ou, pelo menos, complementos de um conhecimento.

O que atrai os jovens, na verdade, é a independência de sua navegação, onde ele pode ser o que quiser e, diante disso, entrar onde quiser. E nós sabemos que o proibido é o que fascina, principalmente na idade deles (de certa forma, por outro lado, essa curiosidade aguçada, transforma conceitos e ajuda esse jovem a se inserir mais rapidamente no universo tecnológico, embora a palavra “proibido” faça parte desse contexto de observação).

Com relação à utilização da Internet para pesquisar conteúdos didáticos, chega a ser infantil o que eles – ou uma parcela “deles”– fazem: simplesmente copiam as páginas do site pesquisado (Wikipédia é o mais procurado) e colam, sem se preocuparem, em pelo menos camuflar a "cola", muito menos, ter o interesse de ler o conteúdo para se embasar sobre aquilo que foi colado. Isso é preocupante, pois uma ferramenta maravilhosa passa a ter somente uma função para eles: sala de bate-papo. Aí eles são mestres. Trocam ideias, aprendem novos truques de atalhos, aprendem, inclusive, a mandar vírus e descobrem, até, como invadir sites diversos (não é difícil receber “aulas” dessas. A própria navegação em incursões através do Google lhes dá essa facilidade).

Acho que a escola, como uma instituição onde é ensinado o saber, deve, também, buscar a excelência na condução de como trabalhar esse jovem, formando homens capacitados e responsáveis, assim como, mostrar a esses jovens que a Internet é um campo perigoso, cheio de armadilhas, onde pessoas inescrupulosas estão constantemente tentando invadir sua privacidade e até tirar-lhes o que têm.

Portanto, se faz necessário muito cuidado, responsabilidade das escolas, em seus programas de informática, conduzir e esclarecer esses aspectos, colocando, principalmente, pessoas capacitadas para ministrar esses cursos e não fazer paliativos - como costumamos ver - de colocar quem está disponível e que sabe "entrar na Internet" apenas para pôr em atividade o programa que foi mandado para a escola.

Aos pais, cabe a primeira educação. Ela será a base da condução dos valores morais e éticos de que a sociedade precisa para se conduzir, dignamente, neste contexto globalizado onde o mundo não tem fronteiras e onde real e virtual são constantemente confundidos em suas armadilhas.

Obs. Imagem da internet



Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 30/09/2011
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3249904
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