A ESCRITA E A LEITURA DO HIPERTEXTO

O homem, através da história, se comunica sempre buscando aprimorar seus conhecimentos e inovando passo a passo. Portanto, a forma de escrever começa ainda na pré-história, de forma pictográfica, passa pelos ideogramas e pela leitura dos signos, se fortalece com a invenção da escrita propriamente dita, pelos sumérios, se organiza de forma contextualizada com os fenícios e a invenção do alfabeto, se moderniza com os gregos e romanos e acaba por se fixar em tudo que foi possível ser utilizado para servir de substrato: pedra, pau, osso, talo, papiro, pergaminho, papel, etc.

Portanto, é impossível, diante da criatividade e evolução intelectual do homem, que haja uma parada nessa constante formação de novos caminhos para a escrita. O hipertexto chega trazendo a possibilidade de uma interação entre o autor e o leitor, quebrando a linearidade existente, até então, e introduzindo, além da escrita – no mesmo contexto -, o som e a imagem. Outra possibilidade é o de podermos nos inserir e atuarmos dentro do próprio texto, através dos links, nos levando para novos textos, aumentando assim a nossa capacidade de percepção das verdades absolutas.

Além do mais, o hipertexto nos possibilita a interseção de introduzir a interdisciplinaridade no ambiente escolar (através do computador e das aulas de informática, unindo a pesquisa aos meios de comunicação e a virtualidade das fontes de estudos: bibliotecas, museus, livrarias, etc.). Tudo isso o hipertexto nos proporciona.

Entretanto, nada disso servirá se não vier atrelado o conhecimento específico sobre a virtualidade, ou seja, de como se trabalhar na Internet, e isso não serve somente para os educandos, serve, principalmente, para nós educadores que precisamos nos especializar ou, no mínimo, ter noções básicas de como utilizar essa ferramenta tão poderosa e eficaz, do ponto de vista educacional.

A questão de se utilizar uma nova metodologia, ou seja, aplicar a virtualidade, de certa forma introduz uma nova forma de se aprender, o que causa uma certa apreensão, haja vista as dificuldades que poderão surgir com essa modalidade de ensino. Para começar, é bom esclarecer que a virtualidade – apesar da digitalização – não absorve a grafia manual, o que deixa, em muitos casos, o educando fora de uma boa caligrafia, assim como o letramento (só para citar um estudo que foi feito nos Estados Unidos e como comprovaram que uma boa parcela dos estudantes eram analfabetos apesar da “computadorização” nas escolas). O porquê do falar sobre isso? Bem, ao navegar pela Internet, vemos como se comportam os jovens nas salas de bate-papo e a sua linguagem virtual, que difere, totalmente, da modalidade padrão da nossa língua. Isso é um empecilho para um bom aproveitamento sobre a utilização da máquina. Saber lidar com isso, na escola, é uma tarefa não muito fácil e demanda tempo para planejar, o que deixa a escola, de certa forma, apreensiva, já que ela não dispõe de material humano disponível e, também, material tecnológico que absorva e seja suficiente para a aplicação das teorias.

Com relação às mudanças advindas do computador e da Internet, o que percebemos é que podemos trabalhar uma linguagem mais atual, com textos curtos, sintetizados, que não influenciam negativamente a leitura tradicional. A linguagem eletrônica é bastante sucinta, apropriada para que se faça uma leitura rápida, entretanto ela não compromete o saber, se for conduzida por quem está apto a encaminhar o educando para o conhecimento.


 

Obs. Imagem da internet








Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 23/09/2011
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3236977
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