Cidadania Brasileira

“Independência ou morte!” Essa frase, pronunciada há 189 anos, deu início a tão sonhada independência de nossa terra. No entanto, hoje, se fosse uma pergunta, não seria difícil imaginar a resposta: independência ou morte? Infelizmente, morte; de independência, de cidadania, de união, de amor sincero a Pátria Amada, Brasil...

A realidade é dura e perturbadora. Não se trata de desmerecer a força e a coragem desse povo que luta e que se ergue a cada dia mostrando às outras nações que o Brasil é um país de povo heróico, bravo e forte, mas de refletir sobre o significado das palavras ‘civismo’ e ‘cidadania’. Não aquela pregada só durante setembro, por força da data e da tradição, mas daquela cidadania que se prega todos os dias.

Os meios de comunicação denunciam as carências sociais de nosso país: a fome, o caos da saúde pública, o problema da previdência e o aumento da criminalidade. O futebol, que é a paixão nacional, também está cabisbaixo, está perdendo seu brilho. Aí nos perguntamos: “que país é esse?”, tal como já se cantou. Que nação soberana é essa que se encurrala a cada dia que passa num beco escuro e sem saída? A resposta está entre nós, e se queremos mudar o mundo, devemos começar por nós mesmos.

Cidadania não é uma coisa que se ensina, já nascemos com ela. O que precisamos, contudo, é alimentá-la dia a dia para que não se perca e não morra. Ruas com cordões pintados nas cores da bandeira, vitrinas de lojas enfeitadas de verde e amarelo, crianças e jovens que carregam consigo marcas que representam o Brasil. E depois do sete de setembro? Bem, se for ano de Copa do mundo, a euforia continua até que o timão ganhe mais um título, ou seja eliminado.

Assim, precisamos cultivar a semente nacionalista da paz e da esperança todos os dias. Que o feriado de Independência sirva não só como mais um dia de descanso e de uso de uma camiseta amarela, mas para que todos nós possamos nos dar conta de que a responsabilidade pelos problemas de nosso país é de todos nós e que, por essa razão, cabe-nos exigir nossos direitos, só que de forma coletiva e sem fuga de responsabilidades. Somente seremos uma nação soberana no dia em que dermos as mãos para o comprometimento com a justiça, com a verdade e com a nacionalidade que nos faz sermos brasileiros todos os dias e não só uma vez por ano, ou quando a seleção ganha um jogo. Aí, sim, poderemos recuperar o grito de independência ou morte que está preso na garganta há tanto tempo.