CONTROLE DE NATALIDADE

CONTROLE DE NATALIDADE

“O homem da alma sofrida quer milagres para crê, carrega, porém consigo a prodígio de viver”. (Chico Xavier).

Será que um dos fatores primordiais para controlar ou amenizar a fome no mundo, seria o controle da natalidade? Muitos estudiosos afirmam que sim, mas ainda encontram resistências por parte de algumas religiões. Muitas áreas de complexidade moral fazem confronto a esta ideia. É preciso que haja ética em qualquer decisão a ser tomada, mas afirmam que a ética cristã básica é muito simples. No entanto, não podemos deixar de citar que em determinados casos, é bem difícil de ser aplicada. Determinada variante no seu conteúdo simples pode complicar quando decidimos colocá-la prática. Visto que, se não houver um excelente planejamento tudo estará exposto ao insucesso. Às vezes, ou à primeira vista, alguns dos tópicos tenham alguma coisa em comum, quando comparamos o controle de natalidade com o aborto. Os dois ensejam que a vida humana seja interrompida.

A maneira de execução do controle da natalidade e do aborto se diferencia no “Modus Operandi”. Um seria impedir e o outro tirar a vida humana. É antiético usar meios artificiais para prevenir que a vida humana venha ocorrer naturalmente? Existem preceitos divinos para tais procedimentos? O uso de contraceptivos é uma normal legal? São nuanças em que a ética não poderá ser esquecida na formulação das respostas. Primeiramente temos que inserir o que vem a ser culpa. É a sempre uma nesga de sombra eclipsando-nos a visão. O sentimento de Culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam. Da palavra culpa deriva o culpado, ou seja, aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem idealizador pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus Cristo. O Cristo é o Redentor do mundo, mas não o único Messias de cujas obras há sido testemunha na Terra. Uma multidão de Espíritos Superiores, encarnados entre nós, o havia de ter por auxiliares na sua missão libertadora. Cristo, pedra angular da civilização do porvir.

Também nesse aspecto não podemos deixar de fora a consciência. A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos. A única ventura real que existe na Terra é a felicidade incorruptível que os bandidos não usurpam, e Deus valoriza que o tempo não destrói, e os vermes não corroem, é a pureza da Consciência, é a satisfação íntima por não haveres transgredido nenhum dos deveres morais, sociais e espirituais. (Fonte: Normal L. Geisler – livro a ética Cristã) Essa consciência pode ser: culpada, normal e reta. A consciência culpada é sempre porta aberta à invasão da penalidade justa ou arbitrária. Pode ser uma espécie de remorso, a consciência normal por sua vez, é o resultado da colaboração dos dois psiquismos; colaboração na qual o psiquismo superior desempenha o papel diretor e centralizador. É o comando.

Na consciência reta, o maior restaurador de forças é a consciência reta que asserena as emoções. Existem os que se opõem ao controle da natalidade, usando puramente os princípios cristãos, mas podem usar outros argumentos. Praticar o controle da natalidade é desobedecer ao mandamento de Deus no sentido de propagar a raça. Podemos ver em (Gn 1:28). Evitar que a vida ocorra naturalmente é um tipo de assassinato incipiente na intenção, o propósito do sexo é exclusivamente para a procriação, nas Escrituras existe a condenação do homem que praticou uma forma de controle de natalidade. (Gen 38:9). ”Sede fecundos, multiplicai-vos enchei a terra e sujeita-a”. (Gen 1:28). Dizem que os que não seguem esta regra são egoístas. Hoje, o mundo vive o período da globalização, das mudanças tecnológicas, mas mesmo assim ainda denotamos muita miséria no mundo.

A reprodução humana pode ser divinal, mas tem que ser planejada, quer queiram, quer não. Assim como o aborto é crime previsto em lei, deveria ser também sujeito as mesmas penalidades quem coloca filhos no mundo para sofrer, passar fome e conviver com a marginalidade. Em outro aspecto conscientizar os governos para que usem os tributos em benefício dos mais fracos e oprimidos, dando=lhes conforto material e espiritual. As divergências humanas estão influenciadas pela socialização. Não existe uma regra fiel para que todos vivam em condições de igualdades, mesmo que a lei diga que direitos e deveres são inerentes a todo ser humano. É de bom alvitre se afirmar que as diferenças sociais são antigas, e o próprio Jesus sentiu na pele essa diferença.

Vemos muitos de nossos irmãos aos pedaços, esqueléticos, sofrendo os horrores da fome e da sede cruel. Seria justo nesse écran aonde muitas crianças não chegam a viver 1 ano de vida, a mulher ficar sujeita a maternidade todos os anos, se não existem condições de sobrevivência para ela, imaginem para seus filhos. Seria falto de ética e de amor ao ser humano, deixá-lo reproduzir todos os anos e ter que conviver com a morte de seus rebentos por inanição? Pode ser que o controle da natalidade seja um assassinato incipiente na intenção, mas menos grave do que o aborto. As consequências do aborto são imprevisíveis, pois a intenção de matar é ato grave. No controle da natalidade não existe esse intenção. O propósito do sexo é a procriação. De certo sim, mas que a procriação seja planejada para que a vida seja plena em todas as situações.

Se a Bíblia condena especificamente uma tentativa de Controle de Natalidade temos que rever esses preceitos, visto que a psicosfera do mundo atual é outra. Antigamente as mulheres engravidavam muito cedo, por volta dos 14 ou 15 anos, mas existia uma premissa para isso, pois os homens se digladiavam demais e o número de mortes era incalculável. Talvez para esse período o controle da natalidade fosse uma regra e não uma exceção. “Sabia, porém, Onã que o filho não seria tido por seu; e todas às vezes que possuía a mulher do seu irmão deixava o sêmem cair na terra, para não dar descendência a seu irmão” (Gen 38:9). “Isso, porém que fazia” a Bíblia acrescenta, “era mau perante o Senhor”.

Vemos que a repugnância do Senhor tenha sido pelo ato errado de Onã em procurar ter relações sexuais com a mulher do irmão, que alcunhamos hoje como adultério. Temos que reafirmar que a procriação é obviamente um propósito básico do sexo, mesmo assim, não é o único propósito do sexo. O sexo também tem propósitos de unificação e de recreação, conforme informam os especialistas em reprodução humana. Se a regra fosse dura e cruel o homem e a mulher que não pudessem gerar filhos estavam condenados à morte. O sexo é um prazer que valoriza a união entre os casais e não necessariamente um objeto de procriação para os homens. Esse preceito poderá ser usado com mais consistência para os animais irracionais, pois são desprovidos de inteligência.

Será que Deus deu a inteligência ao homem para confundi-lo? Claro que não. E sim, para que ele use o livre arbítrio seja baseado no que seja o bem para ele. Conceitos de certo e errado. Seria errado que todos empreguem o controle da natalidade o tempo todo. Há várias situações em que o controle do nascimento seria errado. Seria errado se alguém o usasse fora do casamento para atitude sexual ilícita. Os contraceptivos não devem ser usados para evitar as consequências das suas concupiscências, (Cobiça). O casamento é o canal apropriado para o impulso sexual. Evitar as responsabilidades do casamento, enquanto se desfruta dos seus prazeres, é moralmente errado. Pensando bem o controle da natalidade é um assunto que deve ser bem estudado no mundo atual, pois a procriação irresponsável hoje em dia poderá trazer graves problemas sociais, e de problemas estamos cheiros, mesmo assim o livre-arbítrio sendo um dom divino dado ao homem cabe a ele decidir o que é bom e o que desaconselhável para ele.

Quando há o desvirtuamento do livre-arbítrio as próprias leis humanas estão aí para julgar o certo e o errado praticado pelo ser humano. Uma simples conclusão pode-se tirar de todo esse imbróglio, o Controle da Natalidade é mais ético do que, a prática impensada do aborto. Pois o aborto é tirar uma vida que já está em formação. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA AOUVIR-CE- DA AVSPE- DA UBT E DA ACE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 06/09/2011
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