UM ESTUDO LÉXICO SEMÂNTICO DO I CANTO OS LUSIADAS

UM ESTUDO LÉXICO SEMÂNTICO DO I CANTO OS LUSIADAS

Por Walter Ap. Gonçalves

Relatório da disciplina de Sociolinguística do 1º Semestre do Curso de Letras do Campus Universitário de Pontes e Lacerda, apresentando como requisito das atividades de Pratica como componente Curricular.

Prof. Drº José Leonildo Lima

Pontes e Lacerda, MT, Brasil.

2010/1

Objetivos

Estabelecer um estudo léxico-semântico sobre o I Canto de Os Lusíadas de Luís Camões

Revisão Bibliográfica

Segundo Oliveira (2001, p. 13, 14,20) O Léxico de uma língua natural constitui uma forma de registrar o conhecimento do universo. Ao dar nomes aos seres e objetos, o homem os classifica simultaneamente. Assim a nomeação da realidade pode ser considerada como a etapa primeira no percurso cientifica do espirito humano de conhecimento do universo. O estudo do léxico nos faz trilhar pelos caminhos da história do homem, ou seja, de suas relações com o meio, com o outro, consigo mesmo.

Além disso o Léxico de uma lingua natural pode ser identificado como patrimonio vocabular de uma dada comunidade linguistica ao longo de sua história. Assim, para as linguas de civilização, esse patrimônio constitui um tesouro abstrato,ou seja, uma herança dos signos lexicais herdados e de uma serie de modelos categoriais para gerar novas palavras.

No espaço continuo do conhecimento, a função referencial da língua mapeia um repertorio discreto e inumerável de símbolos – o léxico.

Dessa maneira, todo conhecimento do universo é transferido para o léxico em virtude da relação que se estabelece entre cada um dos itens lexicais e o espaço referencial designado.

Mas é talvez na área lexical que residem as maiores ou mais sensíveis diferenças entre língua falada e língua escrita, no sentido, desigual, de haver termos comuns na língua coloquial falada, inconcebíveis ou indesejáveis na língua escrita; e haver termos razoáveis na língua escrita que. Embora não impossíveis, são desusados ou soam estranho na língua falada. Um dos casos mais flagrantes é o do verbo fremir, citado por Câmara Jr. como exemplo de item lexical que não sofreria o processo de harmonização vocálica: existem claro está inúmeros outros, tais como a preposição sob, o verbo redarguir, e assim por diante. Dentre formas faladas que não cabem na língua escrita podemos citar, por exemplo, o verbo botar, o substantivo coisa substituindo palavras mais específicas, adjetivos como bonito ou gostoso em função adverbial, e assim por diante. Do mesmo modo que temos itens lexicais diferentes, no sentido de que certos itens só se usam com propriedade na língua escrita, enquanto outros são característicos da língua falada à distinção se verifica também no que diz respeito a processos de formação. ¹

Semântica

Uma das características que empobrecem o ensino médio da língua materna é a pouca atenção reservada ao estudo da significação. O tempo dedicado a esse tema é insignificante, comparado àquele que se gasta com “problemas” como a

ortografia, a acentuação, a assimilação de regras gramaticais de concordância e

regência, e tantos outros, que deveriam dar aos alunos um verniz de “usuário culto da língua”. Esse descompasso é problemático quando se pensa na importância que as questões da significação têm, desde sempre, para a vida de todos os dias, e no peso que lhe atribuem hoje, com razão, em alguns instrumentos de avaliação importantes, tais como o Exame Nacional do Ensino Médio, os vestibulares que exigem interpretação de textos e o Exame Nacional de Cursos.

A semântica deriva-se do sema, sinal que se refere ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.²

Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferente na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São (Presente do verbo ser) - São (santo)

Conotação e Denotação:

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São (Presente do verbo ser) - São (santo)

Conotação e Denotação:

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. ³

Metodologia

Leitura da Obra Os Lusíadas Canto I com comentários de José Hermano Saraiva, e pesquisa través da Wikipédia.

Discussão dos resultados

Através do material de pesquisa, foram extraídas algumas palavras, em que seus significados tiveram mudanças como o passar dos tempos e que se tornaram arcaicas nos Países que em que a Língua Portuguesa é utilizada como idioma.

A exemplo da palavra “Frio utilizada por Camões, que significa “Medo” um substantivo masculino que se traduz por sentimento de viva inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário, de ameaça; pavor, temor, receio”. Outro substantivo masculino é a palavra “Exício” que significa extermínio, destruição, perda total, ruina, morte, e que atualmente não esta em uso no Brasil. Outro exemplo como a palavra “Vitupério” outro substantivo masculino cuja significação diz respeito a insulto, injúria, ato vergonhoso ou infame que raras são as ocasiões em que é empregada na língua Portuguesa, tanto no Brasil como em Portugal.

Quanto ao significado atual o seu uso tem sido frequente para algumas das palavras citadas acima.

Conclusão

A importância de se preservar o vocabulário da Língua Portuguesa para que não se perca também a história que o envolve, trazendo aos leitores do presente a recriação de um passado semântico que nos leve a um futuro de novas descobertas na evolução constante do idioma.

Referências:

¹OLIVEIRA, Ana Maria Pinto Pires de; ISQUERDO, Aparecida Negri (Org.). As ciências do Léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande - MS: Ed. UFMS, 1998.

BASÍLIO, Margarida, Doutora em Linguística pela Universidade do Texas, Professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Teoria Lexical, Ática, São Paulo-SP. 1989.

²Ilari, Rodolfo. Introdução à semântica – brincando com a gramática / Rodolfo Ilari. – São Paulo:

Contexto, 2001.

³Wikipédia, Enciclopédia digital Livre, http://pt.wikipedia.org/Semântica

Camões, Luiz de. Os Lusíadas: Canto I. Comentários de José Hermano Saraiva. Ilustração de Pedro Proença. Conto Original de Manuel Alegre. ISBN-972-9183-16-3(Canto I) Expresso 2003.

Walter Aparecido Gonçalves
Enviado por Walter Aparecido Gonçalves em 04/09/2011
Código do texto: T3200808
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