CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM E ENSINO

A reação do aluno quanto a proposta pedagógica que quase sempre é autoritária, pouco significatica e artificial não é considerada, sendo que o aluno deve primeiro aprender e só depois saber para que serve.esta linguagem de ensino, não fazendo com que o aluno possa interagir com o educador, muito pelo contrario fica sem sentido causando certa resistencia e sendo um caso bastante frequente de alunos possuidores de inteligência e que são capazes de lidar com situações diversas e complexas da vida como aquisição da linguagem, transações de dinheiro, jogos de computador, atividades profissionais, regras e práticas esportivas entre outras, mas que não conseguem disponibilizar esse reconhecido potencial para superar a condição de analfabetismo e baixo letramento. O desafio do ensino não é enfrentado a partir da necessidade de compreender o aluno para com ele estabelecer uma relação dialógica, significativa e compromissada com a construção do conhecimento.

Essas práticas pedagógicas não podem transformar as iniciativas meramente instrucionais em intervenções educativas, não sendo possível compreender o verdadeiro significado e a verdadeira extensão da não aprendizagem, sendo estes os motivos pelos quais tantos deixam de aprender a ler e a escrever e pela grande dificuldade em se integrar as praticas sociais de leitura e escrita na sala de aula pelo educador, pois estas criancas as veses tem uma forma de aprendizado diferente do esperado e as vezes estão acima do que o próprio educador possa comprender.

Um fator determinante para a alfabetização é que o professor acredite que o aluno pode aprender independente de sua condição social. A linguagem vista como expressão do pensamento que se constrói no interior da mente, sendo sua exteriorização apenas uma tradução e a enunciação um ato individual, que não é afetado pelo outro nem pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação acontece.

A linguagem é vista como instrumento de comunicação, ou como meio para a realização da comunicação, na qual a língua é vista como um código, conjunto de signos que se combinam segundo regras, sendo capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. O uso do código da língua, nesse caso, é um ato social, envolvendo pelo menos duas pessoas, sendo a comunicação convencionada pelo código conhecido pelos interlocutores envolvidos no processo de comunicação; podendo ser considerada uma visão estruturalista de ver a língua.

O processo da aprendizagem da linguagem esta sendo desenvolvido por meio dos gêneros textuais, presentes nos livros didáticos. Portanto cabe ao professor a tarefa de escolher bons textos, com abordagens adequadas que contenham o contexto de situação e cultura do aluno, sabendo que a construção da imagem de língua e de falantes nos veículos de comunicação é algo que diz respeito à sociedade e que a língua permeia todas as relações e pode ser usada como fator de preconceito.

O modelo que predomina na educacao em nossa sociedade, parte do princípio de que, independentemente do contexto de produção, a língua tem uma autonomia e que só pode se aprender atravéz de um único processo e associado ao sucesso e desenvolvimento próprios dos grupos considerados mais civilizados, e contaminada atravéz da concepção de que o uso da escrita só é legítima se unida ao padrão da elite considerada culta que presumivelmente se acha ter a compreensão do funcionamento lingüístico. Esta escola de modelo tradicional sempre regulariza o ensino pela progressão ordenada de conhecimentos: aprender a falar a língua dominante, assimilar as normas do sistema de escrita e talvez nunca fazer uso desse sistema em formas de manifestação previsíveis e valorizadas pela escola, sendo uma prática reducionista pelo lado lingüístico e autoritária pelo significado político.

A concepção da língua escrita esta inserida como sistema formal com regras, convenções e normas de funcionamento legitimada pela possibilidade de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferentes fins, onde se é levado a admitir a contradição da própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e comunicação; por outro, um recurso bastante aberto permitindo se falar tudo.

Os estudos sobre o letramento fundamentam e evidenciam que é preciso considerar os diferentes segmentos sociais, como ponto de partida para que as práticas de ensino das diferentes comunidades e as experiências de diferentes alunos, que são muitas vezes distantes do enfoque que a escola costuma dar ao letramento escolar

(...) há uma dimensão de poder envolvida no processo de aculturação efetivado na escola: aprender – ou não – a ler e escrever não equivale a aprender uma técnica ou um conjunto de conhecimentos. O que está envolvido para o aluno é a aceitação ou o desafio e a rejeição dos pressupostos, concepções e práticas de um grupo dominante – a saber, as práticas de letramento desses grupos entre as quais se incluem a leitura e a produção de textos em diversas instituições, bem como as formas legitimadas de se falar desses textos -, e o conseqüente abandono (e rejeição) das práticas culturais primárias de seu grupo subalterno que, até esse momento, eram as que lhe permitiam compreender o mundo. (Kleiman, 2001, p. 271). A linguagem é a interação entre sujeitos que comunicam-se por meio da linguagem verbal e não verbal, é isto uma prática social. Além disso, a linguagem apresenta funções distinstas como a de representar nossas experiências no mundo, estabelecer relações sociais e organizar as representações de acordo com as relações estabelecidas., nota-se a importância da linguagem como prática social no ensino-aprendizagem da leitura e da escrita.

A concepção interacionista da linguagem, confirma que o texto é uma forma capaz e eficaz para que a criança no ensino fundamental possa adquirir conhecimento, capacidade produtiva, comunicativa e de estruturação gramatical, tendo em vista asua ampla possibilidade de fazer com que possa assimilar e compreender de forma social a partir das palavras ali escritas , estabelecendo assim um vinculo entre a linguagem e o meio social em que vive, porque a partir do momento que se produz um texto seja escrito ou de forma oral já se tem uma forma de interagir ao se dialogar com o outro fazendo

assim uma ligação entre a criança e o mundo social em que vive através da intertextualidade e da intersubjetividade. Nesta concepcao ainda entende-se que o texto não é somente um amontoado de frases proferidas ou um pedaço de papel escrito ou uma superposição de linhas; o texto passa a ser concebido como um produto em processo, um todo organizado de sentido, um conjunto formado de partes solidárias, passa a ententer que o sentido de uma depende da outra, podendo ser verbal e visual, ao mesmo tempo e produzido por um sujeito em um dado tempo e em um determinado espaço. E esta crianca é capaz de expor suas idéias, anseios, temores, expectativas de seu tempo e de seu grupo social em um processo de produção textual, onde a motivação passa a ser um fator principal, o prazer de escrever passa a ser imutável tornando se uma constante e o texto um instrumento do aprender durante a construcao do saber dando grandes possibilidades a se relacionar com o mundo e com os demais do seu meio.

Os educadores esperam justamente de seus alunos que estes saibam lidar com os diferentes usos da escrita, e as várias linguagens, os possíveis posicionamentos do interlocutor, os graus diferenciados de familiaridade temática, as alternativas de instrumentos, portadores de textos e de práticas de produção e interpretação, como evidência do desenvolvimento ou emancipação destes alunos, configurando as vezes por parte do aluno uma resistência ao aprendizado sendo lhe negado o conhecimento a cerca do mundo trazendo lhe o medo em perder sua história de vida e a referência as suas raízes, o medo de abalar a primazia até então concedida a sua forma típica em se expresar e ainda o receio de ingressar neste mundo que difere do seu. Alem de estar inseguro desta nova forma em se identificar como sendo letrado e aluno bem sucedido ou simplesmente um ser alfabetizado que faz parte de uma cultura onde impera a competitividade como processo de perda e luta social. Ao se desconsiderar dos significados implícitos do processo de alfabetização e o grande e difícil trajeto em que tem a percorrer durante seu letramento e a sua propria reação diante das práticas pedagógicas e a negação do mundo letrado, é que acaba-se por tirá-lo do mundo do saber.

Voltando ao meu passado durante o prosesso de minha alfabetização a fim de perceber como foram esses momentos, posso concluir que minha alfabetização foi muito diferente do que é hoje, sendo de formas totalmente diferente, tambem da proposta discutida em fundamentos da alfabetizacao. Podemos ver que durante a alfabetizacao que alcancei as lembranças nem sempre são as melhores pois os métodos que eram utilizados nesta época não eram la essas coisas, ainda tinham as punições que as vezes era um simples ficar em pé atraz da porta, ou outras ainda mais severas como escrever uma fraze repetidas vezes e ainda mais muitas outras que presenciei, mas nunca tive de sofrer nenhuma delas, mas de certo modo morria de medo só de pensar em ver colegas passando por tal humilhação. O meu letramento se deu muito cedo já não tenho mais tais lembranças concretas, pois comecou em casa com minha mãe, mas na escola lembro que por inúmeras vezes eram postos textos inteiros que continham palavras repetidas muitas vezes ou também palavras separadas e repetidas muitas e muitas vezes de forma que já podia saber o que estava escrito, por te-las decoradas pelas inúmeras vezes vistas da mesma forma e quando era colocada alguma diferente entre as que já sabia era so decorá-la e pronto já sabia ler o texto todo como se realmente soubesse.

Para mim estar na escola nunca foi difícil pois entrei já sabento as vogais todo o ABC e algumas continhas como eram chamadas as somas, multiplicações, divisões e subtrações. Me lembro ainda que a professora colava pequenos cartazes no quadro onde tinha as sílabas do tipo: VA e CA, e junto a figura de um animal, objeto etc; e ficava por muito tempo fazendo-nos decorar a palavra formada e quais mais podiam ser formadas se mudassemos ou invertessemos a posiçao destes.

Com isto percebe-se a necessidade em se refletir sobre a necessidade de mudar realmente o modo de ensinar e que a educação tem muito ainda para mudar porque a escola é o lugar e o espaço onde a criança pode construir seu conhecimento. E a auto estima da criança precisa de estímulo por parte do professor, é preciso que este possa intergir com o aluno de forma a trazê-lo ao conhecimento e que se sinta seguro no cumprimento das tarefas. Estar alfabetizado é muito além do que simplesmente conhecer as letras de modo a decodifícá-las é um processo que vai alêm, é tambêm estar inserido em uma sociedade e ser capaz de poder fazer parte dela e atuando de forma mútua, pois muito grande é a dimensão da alfabetização.

Ao relacionar a alfabetizacao recebida e a proposta discutida na disciplina de Fundamentos da Educação encontramos muitas respostas a respeito da proposta lançada a respeito da alfabetização e tambem podemos nos situarmos no plano político, pedagógico e psicológico, que contextualiza todo este processo de discussão deste assunto na area da educação.

Neste contexto compreendermos que a proposta da disciplina de Fundamentos da Educação não esta somente preocupado em alfabetizar mas em um alfabetizar capaz de estimular e valorizar os conhecimentos prévios dando significado as opniões e no modo como o educando tem em ver as coisas e assim trazendo este para o mundo do letramento, mostrando a importância de escrever ler e interpretar, fazendo com que leia escreva e interprete e que saiba para que irá usar a escrita. Sendo o educador o agente principal no processo devendo ser responsável na elaboração de atividades, devendo estas despertar desejo e curiosidade por parte de quem vai aprender com elas.

O letramento e a alfabetização são processos que devem andar juntos, sendo principal dever do educador formar cidadãos letrados, críticos , capazes de interpretar o mundo por si mesmos, despertar em seus alunos desde cedo o prazer e o gosto tanto pela escrita como leitura. O letramento é algo novo a área da educação, é uma situação diferente devendo ser explorado com o objetivo de facilitar a alfabetização, pois quando se é letrado é possível usar a leitura e a escrita em qualquer situação imposta pela sociedade, e quando alfabetizado ele escreve e faz leitura somente para si, ou para determinada situação, não sendo capaz de interpretar tudo que a sociedade lhe impõe. Por isso é preciso que os professores façam dos alunos pessoas letradas,não somente alfabetizadas.

O objetivo desta proposta é transpor a questão de ler e escrever é tambêm buscar a interpretação de tudo aquilo que vemos, ouvimos, lemos e escrevemos, e de tudo que nos cerca em nossa vida, por saber que a alfabetização que mais convém ao educando é aquela que lhe oferece oportunidade para expressar suas idéias, seus sentimentos, questionar, duvidar, agir e reagir, partindo sempre do que o aluno traz como experiência de vida e contato prévio com o mundo letrado. Percebemos a alfabetização como um processo de apreensão do código escrito, Sendo preciso ensinar para o alfabetizado as letras que para ele não tem nenhuma representação simbólica, que estas são sinais e que representa algo que está ausente, assumindo assim uma função simbólica. Que esta é a representação da nossa fala.Para ela chegar nesta etapa, é preciso que saiba fazer a relação entre significado e significante, é preciso faze-la entender que significado é o conjunto de Sons e o significante é a idéia que se faz desse conjunto.

Em síntese, a proposta de Fundamentos da Educação referen-se a alfabetização de crianças como uma forma da criança, aprender, saber e poder expressar o seu modo de pensar usando a escrita e a leituara através de seu pensamento, daí representar e interpretar suas idéias. Essa alfabetização libertadora onde o professor pode instituir na sala de aula atravêz de uma interação capaz de mediar as tensões, negociar significados e construir novos contextos de inclusão social,.sendo possível confrontar com as mais diferentes realidades, entre o “letramento social” com o “letramento escolar” e verificar as particularidades culturais, e ainda compreender as exigências de aprendizagem de cada aluno, é possível descrever práticas e comportamentos de cada grupo, esta a aproximação permite não só identificar a realidade de um grupo ou campo em particular como as suas necessidades, características, dificuldades, modos de valoração da escrita etc, como também ajustar medidas de intervenção pedagógica, avaliando suas conseqüências.

A alfabetização é um processo longo e muito delicado. A criança para atingi-la precisa desenvolver capacidades motoras e cognitivas para aquisição do mesmo. Como saida a proposta nos tem mostrado os caminho e as origens da alfabetização dando enfase de como reassumir o controle da ação educativa e enfrentar os desafios de uma pedagogia mais libertadora e que devemos considerar a necessidade de melhor conhecer o aluno e seus processos cognitivos próprios, para melhor adaptar a ação pedagógica às particularidades, significados e necessidades daquele que aprende impondo a premência de promover um clima pedagógico facilitador do processo de aprendizagem, sobretudo pela alimentação da curiosidade característica do ser humano, que se traduz no gosto pelo saber e na busca do conhecimento, devendo ainda transformar os princípios de professor problematizador, onde o saber ofertado da espaço a um saber efetivamente conquistado e lançar mão de experiências diversificadas, a fim de valorizar a ação construtiva, estimular as crianças a descobrir caminhos para o aprendizado, não devendo nunca o professor ter a pretensão em ser o dono da verdade, se aproveitar da dinâmica proporcionada pela heterogeneidade do grupo, repensar e rever seu modo de conduzir as atividades e sua postura como educador ou pesquisador da educação, ser construtivista consigo mesmo e com seu trabalho, que considere a contribuição cognitiva e o interesse do aluno. Pode ser uma longa tragetória a ser seguida, cuja duração não está prevista nos padrões inflexíveis da programação curricular e nos princípios do modo ideologóco da alfabetização e do letramento, sendo que o método a se conquistar o aprendizado da língua escrita está fortemente ligada uma nova condição cognitiva e cultural onde quem vive numa sociedade letrada como a nossa, onde quem sabe tem o poder, sendo por muitas vezes sinônimo de opressão ou até manipulação, mas a educaçao aqui nos mostra que este saber só tem o poder para ser compartilhado com os demais saberes para que se possa abrir os caminhos de quem ainda pouco sabe sobre a leitura, não só das letras, mas também da realidade. O que se propõe é da necessidade de reconhecimento de uma alfabetização entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema da escrita alfabética e ortográfica, e como conseqüência, a importância de que a alfabetização possa se ampliar num contexto de letramento entendido e respectivo à etapa inicial da aprendizagem da escrita, como a participação em varios eventos de leitura e da escrita, e no desenvolvimento dessas habilidades nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes positivas em relação a essas práticas, levando ao reconhecimento de que tanto a alfabetização quanto o letramento têm diferente extensão, e seus respectivos lugares, e a natureza de cada uma delas demanda uma metodologia diferente. Pois a aprendizagem inicial da língua escrita exige variadas metodologias, algumas caracterizadas por ensino direto, explícito e sistemático. Atravéz do ensino é possivel adquir o domínio dos códigos e da habilidade utilizáda para ler e escrever, permitindo que o aluno possa interpretar, divirtir-se, seduzir, sistematizar, confrontar, induzir, documentar, informar, orientar-se, reivindicar, e garantir a sua memória. A constante busca pelo ensino garante condição diferenciada em sua relação com o mundo. Aprender a ler e a escrever não significa apenas ter o conhecimento das letras e de como decodificá-las., mas de possuir a possibilidade de usar os seus conhecimento, a favor do benefício de formas de expressão e comunicação consideradas e reconhecidas como cultas em determinado contexto cultural.

REFERÊNCIAS:

GERALDI, W. Portos de passagem. 4. ed. Martins Fontes. São Paulo, 1997.

KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995.

SILVEIRA, Ana Paula Pinheiro. et. al. Instrumentação do trabalho pedagógico nos anos iniciais do ensino fundamental.