As Três Marias na Educação: disciplina, interação e aprendizagem
As Três Marias na Educação: disciplina, interação e aprendizagem
Autora: Solange Gomes da Fonseca
O reconhecimento da importância das três marias na educação: disciplina, interação e aprendizagem têm sido cada vez mais emergente, tendo em vista o contexto de inovação e de comportamento no processo ensino/aprendizagem que leva a exigências de uma dinamicidade cada vez maior.
A informação na junção dessas três marias educacionais encontra-se facilmente disponível, mas os ingredientes que compõem o espírito de curiosidade, a motivação para o aprender, a confiança estabelecida entre o professor e o aluno, o desenvolvimento da habilidade de pensar criticamente e de aprender a ser, a conviver, com as experiências e as pessoas são os aspectos fundamentais, que a disciplina, a interação e a aprendizagem entendem em seu caráter pedagógico e não meramente instrumental para o ensino/aprendizagem.
No entanto, para que essas três marias educacionais se transformem nas práticas docentes e se efetivem vai requerer que o professor amplie sua reflexão sobre a prática desempenhada, sobre os contextos históricos, sociais, culturais e da própria escola na qual se encontra, inspirando-se no processo de mudança. E, que, ainda lance mão dos conhecimentos teóricos e práticos para a construção de um novo saber/fazer, que resgate a educação, enquanto possibilidade humanizadora de professores e alunos, numa perspectiva crítica e transformadora que vai enriquecer as três marias na educação: disciplina, interação e aprendizagem.
As três marias educacionais, na prática, em sala de aula apresenta uma fisionomia diversa de outros cenários, porque além de oferecer a disciplina , a interação e a aprendizagem aos professores e alunos vão juntos contribuir para a reflexão sobre o conhecimento e sobre as formas de aquisição desse conhecimento através do ensino.
Numa dimensão interativa que coloca, cotidianamente, o professor diante do aluno, no contexto disciplinar, com certeza, essa dimensão vai expandir-se para além da aprendizagem da sala de aula e, possibilitar uma travessia que leva ao encontro do outro, na qual o diálogo entre o professor e o aluno se faz na troca afetiva e fortalecedora de vínculos.
Essa dimensão de interação, disciplina e aprendizagem vão impor a ética, o entendimento, o diálogo, a reciprocidade, o acolhimento, e principalmente, o respeito às diferenças.
Deste modo, as três marias, no processo educativo tem um jeito e um tempo diferente e, portanto, a prática pedagógica é singular em sua ação. Essa particularidade, permeada pelo contexto múltiplo e diverso das três marias educacionais traz condições objetivas e subjetivas da relação professor/aluno e, faz com que o conceito atribuído por um aluno ao professor com disciplina, que divaga no conhecimento, também seja apresentado, por meio de uma interação de multiplicidade de visões para uma aprendizagem sobre a prática pedagógica do saber/fazer competente.
Contudo, o maior desafio dessas três marias educacionais é tomar essas necessidades sentidas nos discursos e desafios cotidianos, em atitudes presentes no dia-a-dia do ensino.
A sala de aula é um lugar de relações humanas e um espaço de construção do saber, bem como da formação humana. Esse é o ambiente do professor, ao passo que para o aluno é o seu ambiente de descobertas e de formação. Assim, a relação entre o professor e o aluno ganha contornos de relevância como parte integrante da essencialidade do processo de aprendizagem.
A sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira, não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali aprende. Ora, se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana perdeu a noção de compostura, então, a disciplina, a interação e a aprendizagem, que juntas formam as três marias educacionais, não podem esperar que a escola transformem-se nessa tão iluminada constelação social...
É essencial, que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça desse valor um objetivo a se perseguido, não para que a sala de aula se isole da sociedade e, também não para que a aula do professor fique mais confortável, mas antes, para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos urbano que o desrespeito social precipitou na humanidade.
A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo, que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como “produto” de debate, reflexão para, que assim, faça parte dessa constelação educacional.
O modo de agir do professor é fundamentado, num determinado conceito imposto pela sociedade. Houve tempos em que o professor tinha um papel definido, um padrão de ação. Mas, hoje, é exigido do professor uma compreensão mais aprofundada do aluno e seu desenvolvimento na escola.
As relações complexas que existem na sociedade, a exigência de que a escola com novos cursos se insira na vida, nos problemas e na realidade do aluno contribuem para que a ação do professor, em sala de aula se torne cada vez mais abrangente, e a junção dessas três marias educacionais ajudem na relação entre o estado emocional do professor e do aluno, tornando a convivência para ambos mais aprazível, e assim, vão do mais conservador ao mais liberal, aquele em que há uma grande distância entre o professor e o aluno, ou aquele em que o aluno é o centro da educação, e é amplamente ouvido e constantemente estimulado a participação.
Este artigo é de grande importância para alertar os professores de todas as modalidades de ensino, pois nunca é demais ressaltar a importância dessas três marias educacionais, como foco fundamental para estabelecer uma verdadeira relação entre o professor e o aluno, para que a aprendizagem se efetue satisfatoriamente, dando sempre espaço para a interação com a mais harmoniosa disciplina na sala de aula.
Temos que levar em consideração, que o ser humano depende muito de seu estado emocional para aprender, daí, perguntam-se como os professores estão trabalhando esse lado, e se tem trabalhado o seu próprio emocional, a fim de conseguirem transmitir não apenas, o conhecimento, mas contribuir para o desenvolvimento de todo o aprendizado.
Essas três marias são muito importantes nas interações sociais que ocorrem no ambiente escolar, pois são os grandes meios pelo qual se realiza todo o processo de ensino/aprebndizagem.
Vencer os desafios que as três marias encontram no centro da constelação da educação mostra-nos uma nova realidade vivenciada pelo aluno, como forma prática de conduzi-lo ao saber, porém, não é tarefa fácil de ser vencida, mas é preciso dispor de recursos para que a disciplina, a interação e a aprendizagem aconteça e a constelação do universo escolar tenha o seu valor real.
É fundamental que o projeto de enfrentamento do problema encontrado nas três marias educacionais seja construído e assumido pelo coletivo escolar. Portanto, as três marias são vistas pela qualidade de relacionamento humano entre o professor e o aluno numa sala de aula, onde o brilho de cada uma dessas “estrelas” educacionais possam iluminar , com luz própria, a essência da socialização comunitária , que tem uma abertura da educação moderna, mais liberal, onde o ensino vai além das quatro paredes de uma sala de aula, e viva as expectativas de novos valores .
A verdade é que, nós professores, não sabemos lidar com o incontrolável, com o que escapa a nossa compreensão, enfim, com o inefável que faz a singularidade de cada sujeito, em cada uma dessas estrelas que formam as três marias educacionais: disciplina, interação e aprendizagem.
Tudo o que dissemos até aqui significa, apenas que, por mais que preparemos nossas aulas, nós professores, não podemos prever as consequências de nossas atitudes, de nosso dizer, de nossas aulas. Por mais que, procuremos ser justo em nossa avaliação, não o fazemos segundo critérios pessoais ou do grupo profissional ao qual pertencemos. Por mais que busquemos, compreender o aluno, que tentemos nos colocar no lugar dele, jamais, poderemos fazê-lo, jamais, poderemos ser o outro. Portanto, o que podemos, como professores fazer é respeitar a ‘luminosidade’dessas três marias educacionais, em todo o processo escolar, com a energia que irradia em uma unidade de tempo, ao medirmos o brilho de cada uma das estrelas que formam toda a constelação educacional, como padrão aos parâmetros do ensino/aprendizagem.