COMUNICAÇÃO E AS INTERAÇÕES HUMANAS.
Concepção de alfabetização é o processo no qual a criança faz descobertas em relação à leitura e a escrita.Alfabetizar e o ato de mediar o conhecimento da leitura, da escrita e do letramento de modo a conduzir o individuo a um novo mundo. Aquele que e formado pela utilização da palavra escrita.
A função da sala de alfabetização é proporcionar a criança um ambiente em que ela esteja em contato direto com o mundo da leitura e da escrita. O professor alfabetizador deve ser um constante instigador, pesquisador e principalmente um incentivador da aprendizagem. Proporcionar atividades e momentos que possibilitem a mediação entre o aluno e o mundo letrado, e estimular os alunos de todas as formas possíveis para que este conhecimento de fato se desenvolva. Iniciar ou continuar o trabalho de estimulo ao aprendizado da letra-escrita. Esse local deve ser um ambiente alfabetizador, exemplo: textos, alfabeto e trabalhos expostos pela sala.
A criança, aos sete anos de idade, já é um falante de sua língua, portanto, possui uma série de conhecimentos lingüísticos que se baseiam, principalmente, em experiências de linguagem oral adquiridas no grupo social a que pertence, pois quando a criança fala fluentemente e tem contato com diversas oralidades torna-se mais fácil para ouvir e assim desenvolver a escrita. a criança desenvolve sua linguagem oral de acordo com suas experiências, vivencias e ouvindo os outros falarem. Desta forma, o desenvolvimento destes conhecimentos se da neste meio, e é aplicada posteriormente a linguagem escrita.
Ao chegarem a essa instituição, esses alunos se deparam com uma variedade da norma culta ou padrão que não é a sua. Então, você ˝corrige˝ a fala desses alunos pois no dia a dia normalmente, a criança tem que saber o que é linguagem culta ou padrão, deve saber como e quando usar. Faz-se necessário que o aluno conheça também a norma culta, e a correção deve ser feita com bastante cautela. Ao repetir as palavras que os alunos pronunciam na linguagem coloquial, de acordo com a norma padrão, esta percebe a outra forma de pronunciá-la, porem não deve ser feita de forma que o aluno pense que esta falando errado, e sim, diferente.
O professor deve valorizar o ambiente tornando-o um ambiente alfabetizador, para que esse facilite a interação do educando com os mais diversos tipos de conhecimentos, deixando assim também um clima de liberdade para que o aluno possa participar das propostas e assim construir o ato de ler e de escrever.
Considerando-se que: ler é o mesmo que atribuir significado e que isto ocorre pelo uso de estratégias de leitura através da decodificação, seleção, antecipação, dedução e verificação a partir do conhecimento prévio e dos materiais fornecidos para leitura, o professor deve então procurar trazer para a sala de aula tudo que possa motivar o aluno, tendo em vista assim poder aguçar o desejo de aprender a ler e escrever e assim satisfazer a sua curiosidade, Utilizando para isso o método da decodificação possível naquele momento, como identificar a letra inicial, final ou as intermediárias para antecipar o significado da escrita, podendo usar também como exemplo, cartazes, painéis, textos, receitas, rótulos, e logo-marcas de produtos bem conhecidos que poderão ser utilizados para a confecção de textos individuais e coletivos, pois se considera que é possível ler quando ainda não se sabe ler convencionalmente, e que é dessa forma que se pode aprender. Os alunos devem ser abordados como leitores desde o seu início na sala de aula.
Mesmo sem saber ler convencionalmente, os alunos têm oportunidades de interação com os textos. Podendo inclusive questionar, explorar e confrontar suas próprias idéias formadas, registrando suas escritas. Pois estes já são dotados de enorme conhecimento lingüístico baseados em conhecimento de linguagem oral adquiridos no seu meio social.
O educador que deixa o aluno livre para criar suas próprias teorias, assim o esta valorizando como construtor do seu conhecimento e sujeito de sua aprendizagem. Sendo assim, o planejamento tem de ser elaborado em função de uma classe real, necessitando de retomadas e reorganizações, e ajustes à medida que vai se passando o conhecimento para não cair na monotonia e a interação cair em desuso, pois não seria benéfico para os alunos deixarem de interagir com colegas de diferentes níveis de conhecimento, o que vem a favorecer o trabalho do professor, pois quando os alunos aprendem uns com os outros o educador tem maior tempo e liberdade para atender os alunos com grau de dificuldade maior na intervenção pedagógica.
A equivalência letra-som é um conteúdo fundamental, mas apenas um dos inúmeros conteúdos que a criança precisa necessariamente dominar na aquisição progressiva da linguagem. Há crianças que ao chegarem à escola ainda não sabem como se comunicar na linguagem padrão, mas nem por isso o educador deve reprimi-lo, deve apenas ensinar o certo para que o mesmo possa adquirir o seu próprio jeito de interpretar, pois a linguagem oral é uma forma cultural adquirida com a família ou com as pessoas no seu meio social, desse modo ela não esta errada, apenas se comunica do seu modo ou como aprendeu cabendo ao educador apenas mostrar e ensinar a linguagem culta.
O construtivismo coloca em evidência as hipóteses que as crianças formulam, testam, reorganizam, assimilam, acomodam, e formam novas hipóteses até adquirirem a forma convencional da língua escrita. Devendo-se introduzir uma leitura seqüencial com conteúdo significativo de modo que a criança veja a escrita como um objeto social. A proposta construtivista busca uma alfabetização com compreensão, construída pouco a pouco, respeitando e compreendendo os meios que a criança utiliza para representar a construção do seu conhecimento sobre a língua e a escrita. Nessa abordagem todo processo de elaboração e o meio social em que vive e a cultura trazida com ela é respeitada, é a partir dai que o professor vai estimular e intervir para que o aluno se desenvolva e se aproprie da leitura e da escrita de modo a não discriminar e nem desvalorizar essa cultura inerente ao restante do grupo. Nesse processo poderão ser apresentados à criança diversos textos que irão auxiliá-la, e ela será capaz de produzir narrativas e demais textos que não são apenas frases soltas ou justapostas, mas que terão um sentido e uma ligação entre si. Percebe-se que o aluno consegue realmente escrever uma história com princípio, meio e fim, rica de vocabulário e imaginação. Neste caso a criança que foi estimulada diariamente em sala de aula consegue codificar e decodificar com facilidade, pois a alfabetização acontece como resultado da reflexão sobre as características e regularidades da escrita, sendo a palavra um meio para isso ser possível.
A criança que aos seis ou sete anos já se comunica a seu modo sob a cultura que absorveu em seu meio familiar ao chegar à escola encontra vários tipos de outras culturas que nunca imaginou existir, sabendo disso o alfabetizador deve usar de meios a não extinguir essa cultura inicial, mas sim incrementá-la e usá-la como o meio na relação com a educação, usando de tolerância com este novo educando que muito tem a aprender e muito a ensinar através da interatividade.
Então, o educador deve antes de qualquer coisa ter muita sensibilidade e percepção para ter um ambiente de cooperação e ação, em busca de elementos que mesmo através de situações lúdicas, as crianças possam entender e compreender a mecânica das letras, sons, signos e seus significados sem o risco de perderem a sua cultura, pois a escola não tem o direito de tentar corrigir a fala ou a crença que este aluno trouxe. Porque desse modo estará desvalorizando a cultura e o grupo social a que ele pertence.
A comunicação faz parte do dia a dia do ser humano na sociedade que ele vive como membro da mesma, ele absorveu com o tempo conhecimentos, que lhes foram transmitidos através da comunicação, entretanto não é na escola que o ser humano aprende tudo.
Referência Bibliográfica:
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa Brasília, DF: MEC, 1994.
Universidade Norte do Paraná. Curso Superior de Pedagogia: módulo 2. Londrina:
UNOPAR, 2007.124 p.: il.