ENSINAR E FORMAR, UM SER LIVRE

INTRODUÇÃO

O método de alfabetização de Paulo freire retrata uma preocupação de consciência as massas populares contra as desigualdades e opressões. A liberdade tem na pedagogia de Paulo freire uma posição de relevo, ela é à base da prática educativa, podendo ser alcançada somente pela participação livre do educando.

Uma das tarefas primordiais dos educadores é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognicíveis, resgatarem dos saberes cotidianos ainda que vindos de curiosidades ingênua, dando estimulo a capacidade criadora do educando. A superação da ingenuidade tomada de consciência de que os alunos têm uma cultura e uma curiosidade que precedem a imposição da escola, a discussão sobre a mudança de “curiosidade ingênua”.

O autor não fecha os olhos para as injustiças que acontecem com os ”esfarrapados do mundo”, esta ao lado deles embora não aceite que para que as injustiças acabarem, ações terroristas sejam tomadas.

Os professores devem ser dotados de ética, sendo esta intimamente relacionada ao seu preparo científico, combatendo a malvadez da ética de mercado mundial (baseada em lucros).

Paulo Freire orienta ainda que educar não é transferir conhecimento, mas sim conscientizar e dar testemunho de vida. Ensinar por essência é uma forma de intervir no mundo, é tomar uma posição, é decidir ou ate mesmo romper com o passado e o presente. Quando ele fala de “Educação como intervenção”, se refere a uma real mudança da sociedade dentro da economia, nas relações sociais, propriedade, do direito ao trabalho, a terra, saúde e a educação, em referencia a situação do Brasil e a toda América latina.

Há grande necessidade de que o educador deva entender ou ao menos compreender sobre política, pois sempre estará expondo suas opiniões e ensinamentos baseados sempre em sua visão de mundo, demonstrando que é possível mudar e transformar, reforçando assim a sua tarefa político pedagógica. Sabendo-se que deve estar ciente que suas atitudes podem influenciar profundamente a vida de um aluno tanto positivo como negativamente.

A importância do professor, e o mal que ele poderá causar, sem dúvida é uma prova do bem que ele poderá realizar se tiver uma personalidade equilibrada e amor a profissão e aos seus alunos. Aquele professor dominador que ordena, ameaça, culpa, envergonha e ataca a posição do aluno, exercerá uma influencia distinta do professor que solicita,convida,estimula e não discrimina.

O verdadeiro professor é aquele que tem entusiasmo é otimista e acredita em possibilidades do aluno sendo capaz de exercer uma influencia positiva na classe como um todo e em cada aluno em separado, pois essa atitude é estimulante e provoca comportamentos ajustados, ficando o clima saudável, surgindo a imaginação do criar espontaneamente fazendo parte do comportamento a criação de um único grupo de aprendizado formado por alunos e professor.

Segundo freire, o objetivo da educação seria auxiliar a formação de pessoas livres e independentes com consciência política e crítica, cabendo ao educador dar a sua contribuição para esse objetivo, devendo este ser uma pessoa e se comportar como tal, como características principais a autonomia, ou seja, a capacidade de pensar e decidir por conta própria e agir coerentemente com suas decisões.

O que acontece é que geralmente o trabalho do educador esta sempre cercado por uma série de restrições, e alguns controles que tiram sua autonomia e até mesmo sua auto- estima. Muitas das vezes é muito difícil para o educador agir de acordo como sua maneira de pensar, por ser submetido ao autoritarismo que simplesmente ordena o que deve ser feito e não aceita nem admite a discordância destas. Segundo o autor é preciso vencer este autoritarismo e conquistar a autonomia de trabalho, que não é trabalhar isoladamente mas sim ter idéias próprias a serem trabalhadas em conjunto. Cabe também ao educador alem de vencer este autoritarismo que vem de fora (de seus superiores), vencer também o que vem de dentro, o que esta no seu interior (o que vem dele mesmo), muitas das vezes adquiridos durante a sua formação que foi submetido.

Como pode o educador lutar contra o autoritarismo que vem de fora, se as vezes ele próprio é autoritário em relação aos seus alunos e se muitas vezes ele mesmo se julga ser o único dono da verdade.

Para se obter a verdadeira autonomia na educação é preciso lutar contra o autoritarismo na frente externa com todos os companheiros de trabalho e educandos, e na frente interna em um trabalho de crescimento próprio que também depende da convivência com a sociedade.

O que caracteriza tanto o educador quanto o educando como cidadão é a sua participação ativa na sociedade, tomando decisões que dizem respeito ao desenvolvimento da comunidade em que vive no país de todos nós. Todo cidadão tem direitos e deveres a serem cumpridos e para que esses direitos sejam respeitados e que ele seja cumpridor de seus deveres só o conhecimento não basta, é preciso que se tenha exemplo de cidadania dentro da escola.

Podemos entender que não existe um método de aprendizagem a ser usado por todos os professores mas sim conhecimentos a serem passados a respeito da educação.

Entendendo-se que o professor não pode ou não deve determinar a forma de aprendizado, assim sendo também não deve ser cobrado quanto ao desenvolvimento, pois cabe ao aluno esforçar-se em aprender, respeitar e ser respeitado.

O individuo livre faz o que quiser com o conhecimento adquirido, sem dar ouvido a doutrinadores. Entendendo que a verdadeira educação e a aquisição da autonomia pelo individuo para se libertar e se transformar.

Só quem é capaz de pensar por conta própria sabe o caminho a seguir, logo só as pessoas educadas são livres.

Não podemos negar a importância da participação do aluno nas aulas e da necessidade de haver dialogo. Porque é do dialogo que se pode aprender algo que vem de fora, da vida social do educando, em seus afazeres domésticos.

Percebendo-se que o dialogo por muitas vezes só é tolerado nas universidades, quando as discussões ficam limitadas as questões de menor importância não abrangendo a verdadeira liberdade na autonomia.

A educação ainda á muito que ser transformada. Podemos notar que as vezes quando o professor nota que está sendo desmascarado rapidamente ele trata de silenciar as vozes discordantes, parando o dialogo e assim tirando do aluno a liberdade e o direito a autonomia que muito é alvejada.

Para muitos, as aulas expositivas em que o professor fala a maior parte do tempo é uma violência ao aluno que não tem o seu “conhecimento” levado em consideração.

Há grande necessidade que se forme educadores capazes de compreender o verdadeiro sentido da autonomia da educação, para que possamos ter educandos sendo formados e transformados em verdadeiros cidadãos. Sendo capazes de exercer a cidadania com sabedoria a fim de mudarmos os rumos do nosso país.

“Somente com a educação livre seremos livres para aprender e livres para ensinar”.

CONCLUSÃO

O presente trabalho mostra idéias de desenvolvimento da autonomia da educação, moral, intelectual, social e cultural, levando em conta a importância de que os alunos ajam corretamente e por conta própria, e não pela pressão, castigos ou recompensas a eles oferecidos durante o aprendizado e que eles encontrem as respostas por si próprios e não porque alguém lhes mostrou. E importante que tenham consciência de seus atos e estejam cientes das conseqüências, sendo esse o objetivo da autonomia.

Cabe aos educadores acompanhar o raciocínio e mostrar aos educandos os caminhos a serem seguidos, pois a cooperação leva não mais a simples obediência as regras impostas, sejam quais forem elas, mas a uma ética da solidariedade e da reciprocidade fazendo desabrochar um novo ser livre.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Freire,Paulo(1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários á prática educativa. São Paulo:Paz e Terra,165 p.

Piletti,Nelson.Estrutura e funcionamento do Ensino de 1° grau.15ª edição, Editora Ática s.a. São paulo.

Universidade Norte do Paraná.

Pedagogia: módulo I. Londrina: UNOPAR,2006.132 p. :il.