Conhecer para libertar-se

Conhecer para libertar-se

O conhecimento liberta o indivíduo porque lhe oferece independência e autonomia. De posse do saber o sujeito decide seu próprio destino, não é mais um alienado. Tem consciência de si mesmo e entendimento sobre o mundo. Ao compreender a realidade, torna-se dono da situação e não mero joguete nas mãos traiçoeiras de poderosos. Conhecer dar poder de luta e de transformação. Por isso é importante para a sociedade que o individuo tenha discernimento, assim ele não será conduzido ao comodismo, seja social ou histórico.

O conhecimento, dito, popular nos é útil, pois orienta a maior parte de nossas ações no cotidiano. No entanto, agimos sem refletirmos sobre as nossas atitudes, sem atentarmos para além das aparências. Neste caso, temos uma consciência ingênua, pois interpretamos realidades embasadas, muitas vezes, nas primeiras impressões, sem muito questionamento.

O saber nos possibilita transformar a realidade vivida, mas só faz sentido se o utilizarmos como modo de compreender a vida e não como mero senso comum. Ele tem tal poder de transformação que nos permite agir com segurança e precisão. Portanto quando o sujeito enxerga além das aparências, quando reflete sobre os fatos, já se encontra num nível maior de consciência, busca conhecer a razão das coisas. Há conhecimento de causa.

No entanto a escola ainda repete o velho modelo de educação pela mera transmissão de conceitos ou inventa modismos, não oportunizando ao educando o enfrentamento com a realidade, quando deveria estimular sua criatividade e autonomia. A escola pública que temos não favorece ao aluno a chance de construir sua própria história, pois não valoriza nem reconhece a individualidade desse ser em contínuo processo de crescimento pessoal.

Uma prática educativa adequada seria aquela que conduzisse o estudante ao desenvolvimento pessoal, respeitasse suas habilidades e permitisse sua livre expressão, principalmente a artística.

Infelizmente o sistema cria “belas” leis educacionais, cujos “projetos maravilhosos” permanecem na teoria ou no mundo das ideias, pois só se vê na prática a mesma velha situação: escolas sem recursos ou mal utilizados, professores desvalorizados, alunos desmotivados, ambiente escolar inadequado, “educação maquiada” e outros descasos mil.

Mudar essa situação através de leis e projetos viáveis, nascidos da necessidade real de nossos alunos, com respeito a seu contexto histórico-social e suas especificidades talvez mudasse o quadro tão nefasto de nossa educação.

Neste quesito a leitura tem papel fundamental, pois acelera nossa compreensão de mundo. Através da leitura o indivíduo tem acesso aos diversos saberes e apropriando-se destes, transita entre seu pensar e o que discutem outras pessoas. Dessa convivência sadia resulta-se um ser mais reflexivo e livre para decidir o melhor para si mesmo e para a sociedade em que está inserido.

Ensinar o caminho para a boa leitura e a reflexão, eis um ato de educação.

Educar-se

é buscar constantemente o conhecimento; transformar esse conhecimento em compreensão e aplicá-lo em prática constante.

Educar-se

é estar vigilante quanto às próprias atitudes, corrigindo imediatamente cada erro cometido.

Educar-se

é ser acima de tudo ético e honesto.

Suzana Duraes
Enviado por Suzana Duraes em 10/08/2011
Reeditado em 07/04/2012
Código do texto: T3152298
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