Não reclame, faça!
A todos aqueles que dizem que este mundo está perdido, eu digo: Chegou a hora! Hora de fazer algo que realmente resulte em mudanças positivas, que acrescente vida aos nossos dias mais do que dias á nossa vida. Chega de reclamar da corrupção e oferecer um “café” para o guarda rasgar a multa, reclamar do egoísmo alheio e não ser capaz de oferecer seu lugar a um idoso no ônibus, de culpar as crianças por suas atitudes quando não lhes dão bons exemplos de humildade, humanidade e respeito.
Precisamos olhar para nossas crianças e jovens como se estivéssemos diante do espelho e saber que a esperança que se vê nos olhos deles é a mesma que está em nossos olhos...
A vida cotidiana não é fácil, viver em sociedade não é fácil, visto que trata-se de um aprendizado constante e lidar com igualdades e diferenças pode significar um imenso conflito quando se está distante da espiritualidade. Não. Não refiro-me a religiões mas á ética e à moral que nos faz desejar a liberdade, o direito a individualidade e o respeito ao nosso modo de pensar e ser. Essa religiosidade que nos remete á essência do ser humano, à vida em grupo regida não só pelos anseios materiais, mas também pela busca de paz e felicidade que todos nós discursamos e desejamos e que muitas vezes não permitimos aos outros, mas que é a base mais sólida para uma sociedade mais justa. Veja que eu disse mais justa e não perfeita, no sentido de que tudo seja excelente, afinal a dualidade sempre vai existir, mas fazer com que o bom seja mais presente que o ruim (os cidadãos) é possível e pode significar dias muito melhores...
Sobreviver nesse mundo conturbado que criamos, nos faz muitas vezes valorizar coisas que não têm valor e menosprezar o que têm valor imprescindível, o que nos custa nossa própria desvalorização e conseqüente frustração como cidadãos e infelizmente, como pessoa.
Pois bem, não basta que como pais nos preocupemos apenas com os cuidados materiais para com nossos filhos. Não devemos alimentar somente o corpo, mas também a alma. Cuidar do bem estar físico é importante, mas cuidar do bem estar moral é fundamental. Isso não se faz só com palavras e discursos, mas com gestos, com exemplos.É com essa base que nossos filhos construirão seus futuros, é essa base que lhes dará direção e permitirá que a vida em sociedade seja construtiva, tornando-o uma pessoa plena em sua individualidade e competências.
Todo conhecimento adquirido com base em princípios éticos gera bons frutos e o oposto é uma realidade.
Discutir educação é algo que vai além da sala de aula. É preciso que reavaliemos também o papel da família nesse processo, já que a base do “ser”, quem faz é a família e no ambiente familiar é que acontecem as primeiras relações sociais que nortearão o comportamento do indivíduo na sociedade. A escola é um espaço de aprendizado que se não estiver em “parceria” com a família é ineficiente para preparar o indivíduo para a vida social, acadêmica e profissional. A escola não deveria precisar suprir o papel da família, mas dar continuidade na formação das crianças, alimentar seus sonhos, desenvolver suas habilidades e conduzi-los ao aprendizado pelo compartilhamento de idéias e pensamentos e ao oferecer conteúdo científico, ampliar seus horizontes e o desejo de conhecimento. Escola e família têm que caminhar juntas, lado a lado, pois têm interesses comuns: Educar para a vida. Assim, a hora é agora!
Professores são pais, também têm suas famílias, seus filhos também freqüentam escola e o sistema de ensino e as leis são as mesmas para todos e embora as oportunidades não sejam iguais para todos, não são os professores e a escola os culpados, mas os que organizam, administram e determinam como deve ser a educação no país.
É preciso que a população acorde o quanto antes e veja nos professores seus maiores aliados na luta contra a miséria, a discriminação e violência que se faz presente em nossa sociedade. Precisam compreender que quando a família se posiciona contra a escola e os professores não estão se posicionando contra a educação de má qualidade, porque não são os professores que fazem as regras.É preciso concentrar as atenções em quem define como funciona a educação.
Quando a família compreender seu papel na sociedade, perceberá que se a escola e a família estiverem aliadas, uma apoiando a outra, grandes transformações ocorrerão.
Reclamar não basta. É preciso agir, como pais e como cidadãos por uma sociedade mais humana.