O DESINTERESSE PELA LEITURA

Dia destes, sentada em frente à televisão, vasculhando canais em busca de algo interessante, altas horas da noite, assisti a uma entrevista, não recordo em que canal, do Diretor do Plano Nacional do Livro e da Leitura, PNLL.

Finalmente encontrei um assunto que prendeu a atenção: livros – leitura.

Conforme o entrevistado, em 2000, o percentual de leitores no Brasil estava entre 1,5 a 2,0%. Mas em 2009, este índice já chegou perto dos 4,7%. Isto é bom. Significa que passamos da Argentina (país menor que o nosso, mas com um índice de leitores em torno de 3,5%).

Também escutei algo sobre a importância da biblioteca e do professor mediador, ou seja, se a escola possuir uma biblioteca sem um professor mediador, isto é, professor amante da leitura, que leva os livros aos alunos ou traz os mesmos à biblioteca, esta será apenas um espaço a mais na escola que o tempo se encarregará de fechar.

Se o pico da leitura, durante a idade escolar, acontece na escola, será que não falta em todas elas um professor mediador? Nestes 30 anos de educação, tenho percebido que se a escola possui biblioteca, nela trabalham apenas os professores readaptados, ou seja, aquele professor que, por problemas de saúde não consegue mais atuar em sala de aula. Feliz é a escola que possui dentro dela um professor readaptado amante da leitura. Acredito que somente este consegue ser um professor mediador.

Outra questão: se o Brasil é o 8º produtor de livros no mundo, por que este índice tão alto ainda de analfabetos? Se o salário do trabalhador brasileiro não lhe permite buscar mensalmente um livro novo nas livrarias, por que não busca então nas bibliotecas públicas de seu município?

Sabemos que dos cerca de 5.500 municípios brasileiros, apenas a metade deles possui uma biblioteca pública. Porém, conforme o entrevistado, até o final deste ano em curso, o MEC pretende instalar biblioteca em todos os municípios do Brasil. Isto é muito bom! Mas, de que adianta uma biblioteca no município, se um baixo percentual dos seus moradores retira um espaço de seu tempo de serviço para procurar nela algo que lhe possa parecer interessante? De quem será a culpa deste número tão baixo de leitores que possuímos no Brasil? Se a mãe é considerada como a primeira mola de propulsão ao gosto de seu filho pela leitura, segundo, o professor e terceiro, o pai, a quem cabe a culpa ao alto índice de analfabetos que diariamente passa por nós?

Não vale a pena pensar?

Ivonete Frasson
Enviado por Ivonete Frasson em 05/08/2011
Código do texto: T3141277
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