REFLEXOES ACERCA DAS RELAÇOES DE PODER

Este artigo baseia-se em reflexões acerca das relações de poder discutidas em sala de aula, enquanto aluna do mestrado, baseando-se nos pensamentos de alguns autores consagrados como Michel Foucault, Bertrand Russell, Reinhart Koselleck e de outros pensadores clássicos, mediante aulas expositivas ministrada pelo docente Leandro D.Rust na disciplina Territórios da História.

Não se trata de uma definição conceitual sobre o poder no sentido etimológico da palavra, mas de como estes pensadores o compreendiam e a partir deste ponto de vista escreveram suas obras.

Na conversa diária, usamos a palavra poder de diversas formas que não se referem necessariamente a seu sentido fundamental. Assim, sugerimos a alguém que seja mais “poderoso” no seu jeito de ser, de agir, de pensar, nos referimos ao poder da empresa, da escola, da Igreja, enquanto formas de exercícios e disputas do próprio poder interno. Embora haja inúmeras definições e interpretações a respeito do conceito poder, vamos considerá-lo aqui, genericamente na visão dos autores abordados.

Contudo é preciso considerar que ao falar de poder, remetemo-nos ao entendimento do que seja força, Estado, política, legitimação, personalização e institucionalização do poder.

Poderíamos pensar que para alguém exercer o poder, é preciso que tenha força. É comum pensarmos que esta força seja física, coerção e violência. Estes são apenas um dos tipos de força. Segundo Lebrun: “Se, numa democracia, um partido tem peso político, é porque tem força para mobilizar certo numero de eleitores. Se um sindicato tem peso político, é porque tem força para deflagrar uma greve.

Nestes termos, força não significa necessariamente violência ou coerção, mas meios de influencia no comportamento de outra pessoa.

Entre tantas outras forças e poder, encontra se o Estado, que se configura como veemência por excelência no exercício do poder político. Na Idade Média apropriadas atribuições podiam ser desempenhadas pelos nobres em suas respectivas terras, onde as vezes eram mais poderosos do que o próprio rei. Entretanto era complicado decidir qual a ultima instância, daí os recursos serem delegados sem ordem hierárquica tanto a reis, parlamentos, papas ou imperadores e por vezes os concílios.

Já na Idade Moderna, com o desenvolvimento das monarquias nacionais, o Estado se fortalece e passa a significar a posse de um território e centralizando o seu poder, aplicando as leis, recolhendo impostos e criando um exercito. Monopolizando os serviços essências para supostamente garantir a ordem interna e externa, fundando o aparato administrativo mediante a uma burocracia controladora.

Segundo Max weber, o Estado moderno pode ser reconhecido por dois elementos constitutivos: a presença do aparato administrativo para prestação de serviços públicos e o monopólio legitimo da força.

No entanto o poder do Estado precisa ser legitimado, ou seja, ter consentimento daqueles que obedecem. Nos Estados teocráticos, a legitimação vem da vontade de Deus, no aristocrático, são os ricos, os de linhagem nobre ou os mais fortes, já no democrático, vem do consenso, da vontade do povo. A legitimidade é importante na medida em que a obediência é devida apenas a este comando do poder legitimo, ou seja, esta obediência tende a ser voluntaria, portanto livre.

O poder personalizado não é legitimado e se trata de uma usurpação do poder, pois depende do prestigio e da força dos que o possuem. Ele ta sempre vigiando e controlando o aparecimento de desacordos que poderão abalá-lo.

Nos governos não-democráticos, a pessoa acometida de poder dele se apossa por toda sua vida como se fosse seu dono, identificando-o como o seu próprio corpo.

Na Idade Moderna, o discurso da razão prevalece sobre as explicações religiosas, à tese do poder que emana de Deus, se contrapõe a teoria da origem social mediante pacto feito sob o consentimento dos homens. Sob influencia da nova classe burguesa no contexto político, acontece a separação entre publico e privado. Isto é possível pela institucionalização do poder, pois aquele que o arresta, não se crê mais parecido com ele, mas apenas sendo o depositário da soberania popular. O poder se torna agora um poder de direito, sem privilégios.

Segundo Hannah Arendt, força, autoridade e persuasão são incompatíveis nesta relação de poder.

Visto que a autoridade sempre exige obediência ela é comumente confundida com alguma forma de poder ou violência. Contudo, a autoridade exclui a utilização de meios externos de coerção: onde a força é usada, a autoridade em si mesma fracassou. A autoridade, por outro lado, é incompatível com a persuasão, a qual pressupõe igualdade e opera mediante um processo de argumentação. Onde se utilizam argumentos, a autoridade é colocada em suspenso. Contra a ordem igualitária da persuasão ergue-se a ordem autoritária, que sempre é hierárquica. Se a autoridade deve ser definida de alguma forma, deve sê-lo,então, tanto em contraposição à coerção pela força como à persuasão através de argumentos(...) a autoridade implica uma obediência na qual os homens retêm sua liberdade... (Hannah Arendt, Entre o passado e o futuro. São Paulo, Perspectiva, 1972,p.129.).

Mediante esta pequena explanação, vejamos a compreensão de poder nas sociedades tribais, se podemos de fato usar a palavra poder neste contexto mencionado e posteriormente na visão dos pensadores propostos neste artigo.

O Poder nas Sociedades Tribais

Ao falar dos povos tribais, há sempre o risco de exotismo e da comparação depreciativa. Se as pessoas se encantam e se surpreendem com estranhos rituais e convicções místicas, por outro lado, algumas consideram inferiores e atrasadas. Geralmente se pensa na tribo como uma sociedade que não tem escrita e nem Estado,muito menos história.

Para o pensador Lévy-Bruhl, o primitivo teria uma “mentalidade pré-logica ”.

Porem a antropologia moderna não aceita mais estas conclusões deste pensador.

Na lógica sociológica, a sociedade arcaica não conhece o Estado, demanda-se da troca recíproca do dom e contra dom.

Segundo Pierre Clastres, o Estado não existe de forma concreta; se explicamos as sociedades tribais pelo que lhes falta, tendo como ponto de referencia a nossa sociedade, deixamos de ter uma melhor compreensão da sua realidade, o que, em muitos casos, tem justificado a atitude paternalista e missionária de levar o progresso, a cultura e a verdadeira fé “ao povo atrasado”. O correto ou talvez o mais adequado fosse considerar estes povos diferentes, e não inferiores.

Costuma-se chamar sociedades tribais aquelas em que o costume se fundamenta nos mitos dos seus antepassados, transmitidos pelo conhecimento oral. Nelas, a terra compete a todos, e a separação do trabalho é feita por sexo e idade. Não há categorias sociais, e o sentido comunitário é mais forte que a argúcia da própria personalidade.

Na descrição de vidas destes povos, sempre encontramos referencias a um chefe guerreiro, um feiticeiro, um xamã, ou seja, o líder espiritual.

Que tipo de poder emana deles? Essas sociedades são homogêneas e não se repartem não se separa o poder, não se assinalam a esfera política da social, deste modo o chefe não possui poder algum. O chefe adota o anseio de que a sociedade tem de aparecer como una e independente em relação a outras comunidades e fala em nome dela.

O chefe obedece porque recebe privilégios, ele é conquistado a obedecer, numa relação desigual, mas recíproca(a sociedade esta acima do chefe, porem o chefe precisa ser induzido a obedecê-la). O chefe goza de todas as posições e a sociedade não o vê como inferior.

Segundo Pierre Clastres; “Resulta daí que não somente o chefe não formula ordens (sabe de antemão que ninguém as obedecerá), mas que não pode(isto é, não detém o poder) arbitrar quando,por exemplo, apresenta-se o conflito entre dois indivíduos ou duas famílias. Ele não tentará regrar o litígio em nome de uma lei ausente da qual ele seria o órgão,mas tentará apaziguá-lo apelando para o bom senso,par aos bons sentimentos das partes opostas, reportando-se sem cessar à tradição do bom convívio legada pelos ancestrais, há muito tempo. Da boca do chefe escapam não as palavras que sancionariam a relação de mando-obediencia, mas no discurso da própria sociedade sobre ela mesma, através do qual ela se proclama comunidade indivisa e desejosa de perseverar neste indiviso.”( P. Clastres, Arqueologia da violência, p.108.)

O chefe tende a cumprir sua função de moderador da paz, de bom orador, contudo podemos pensar em um momento único em que é permitido o poder coercitivo, isto ocorre às vezes em que o chefe é trocado em tempos de guerra. Os militantes da tribo afastam ou matam o chefe cuja cobiça de poder se torna evidente demais. Clastres diz que, talvez tenhamos falhado em algum momento, quando sucumbimos ao desejo de poder e as formas de dominação.

O Poder para Platão

Platão é de linhagem aristocrata, e seu posicionamento teórico de valorização da mente filosófica o leva a conceber uma “sofocracia”(poder da sabedoria). Segundo ele, os homens comuns são vitimas do conhecimento incorreto, do ”conceito”, e, portanto devem ser dirigidos por homens que se distinguem pelo saber.

Na obra A Republica, Platão ilustra seu pensamento com o famoso mito da caverna, que permite uma explicação a teoria das idéias platônicas. Trata-se da precisão da ação política, da modificação dos homens e da sociedade, desde que esse ato seja orientado pelo modelo ideal apreciado. É neste sentido que ele imagina a cidade utópica, levando em consideração que as pessoas são diferentes, por isto devem ocupar lugares e funções diferentes na sociedade. O Estado seria responsável pela educação e doutrinamento dos futuros governantes. Propõe uma forma de comunismo em que é eliminada a propriedade e a família e que ainda o Estado orientaria os casamentos para que não acontecessem de forma desigual(eugenia). Ao completarem cinqüenta anos, aqueles que obtivessem sucesso na educação, estariam aptos a governar, entraria para o corpo supremo dos magistrados.

Caberia a eles o governo da cidade, o exercício do poder, pois apenas eles teriam a ciência d apolítica. Sua função seria manter a cidade coesa. Por serem os mais sábios, também seriam os mais justos, uma vez que justo é aquele que conhece a justiça. A justiça constitui a principal virtude, a própria condição das outras virtudes. (Platão)

Platão propõe um modelo aristocrático de poder, contudo não é uma aristocracia baseada na riqueza, mas no conhecimento. Entretanto se política para ele “é a arte de governar os homens com o seu consentimento”, só poderá exercer a chefia quem conhecer bem a ciência política. O poder é confiado aos melhores, ou seja, o poder da inteligência. (sofocracia). Ele critica o modelo da democracia, em virtude de considerar que o direito de igualdade como sendo de ordem geométrica, se baseia no valor pessoal que é sempre desigual (já que para ele uns são melhores do que os outros).

O Poder para Maquiavel

É necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade.(Maquiavel.)

Na gestação do Estado moderno, o governo central passa a ser o único a ter o aparato administrativo para prestação dos serviços públicos bem como o monopólio legitimo da força. É neste contexto que se torna possível entender os pensamentos de Maquiavel. Enquanto algumas nações européias conseguem a centralização do poder, a Itália se encontra fragmentada em inúmeros Estados, sujeita a disputas internas e a ausência da unificação, expõe a cobiça de outras nações vizinhas. É nessa Itália conturbada que viveu este pensador, ele não foi apenas um intelectual que refletiu sobre a política, mas viveu densamente a luta de poder na ocasião em que Florença, sob a influencia da família Médici, encontrava-se por uma década governada pelo republicano Soderini.

Maquiavel ao escrever O Príncipe, tem provocado inúmeras interpretações e contestações. Incluso a criação do mito do maquiavelismo, representando a figura do político maquiavélico e ate mesmo atividades corriqueiras de qualquer pessoa (interpretação que não condiz com este pensador).

Para descrever a ação do príncipe, Maquiavel usa as expressões italianas virtu e fortuna.

Não se trata do homem virtuoso no sentido medieval, enquanto o bom e justo, segundo os princípios da moral crista, mas sim daquele que tem a aptidão de entender o jogo de forças que distingue a política para agir com eficácia a fim de conquistar e sustentar se no poder. O príncipe de virtu não deve se valer dos preceitos preestabelecidas da moral crista,por isso comumente pode significar aniquilamento. Implica nessa afirmação o conhecimento de fortuna, aqui abrangida como ocasião, a caso. O príncipe não deve deixar esquivar a fortuna, Istoé a ocasião. De nada adiantaria um príncipe virtuoso, se não soubesse ser cauteloso ou arrojado, aguardando a ocasião propicia, aplicando o acaso ou sorte das ocasiões, como observador atento do andamento dos fatos. No entanto, a fortuna não deve existir sem a virtu, sob infortúnio de se modificar em um mero oportunismo.

O homem virtuoso é aquele que responde com sucesso a virtude e consegue direcionar a fortuna (adequação), ou que a fortuna se adéqüe a sua virtude. A virtude para Maquiavel nunca é a mesma para cada individuo e a fortuna diz respeito àquilo que já esta dado e os meus desejos estão naquilo que a vida me oferece, o que poderíamos dizer que são os movimentos da realidade. Pois o ser humano nasce com uma serie de vazio e Maquiavel diz que buscamos aquilo que nos falta. Tal afirmação pode levar as pessoas a considerar que ele estaria defendendo o político imoral, os desmoralizados e os déspotas.

Porem não se trata disto, a leitura que fazemos é que ele sugere a superação dos escrúpulos imobilistas da moral particular, mas não rejeita à da ação política. E que o poder emana da coerção destas ações. Pois o poder é este movimento entre a virtu e a fortuna, é algo distinto de outras relações sociais, principalmente da moral cristã. Para Maquiavel este poder é a capacidade de fazer o outro seguir sua vontade. É um jogo de relação de apropriação (adaptação) e imposição. Isto significa que a ação política deve ser feita antes da ação moral, visando que não se trata de normas gerais e abstratas, mas a partir de uma situação especifica que é ponderada em função de resultado já previsto, pois visa à sobrevivência do grupo e não apenas de indivíduos separado.

Contudo é considerável lembrar que o pensamento maquiavélico tem um sentido próprio, visando os fatores existenciais da sua época, ou seja, a defesa do Estado absoluto e a valorização da política secular, separada da religião. Embora Maquiavel não tivesse usado o conceito de razão de Estado, é estimado ressaltar que o Estado antes dele, não tem significado político e sim de “condição”. Este pensador torna a ação política autônoma mediante esta perda de ligação ética e religiosa, porque procura examiná-la na sua especificidade adequada.

Com relação ao pensamento medieval, rejeita o legado ético-cristao, a ética política se distingue da moral privada, uma vez que a ação política deve ser avaliada a partir das conjunturas vividas, visando os resultados almejados na busca do bem comum.

Com isto Maquiavel se distancia da política normativa dos gregos e medievais, pois não busca as regras que definem o bom governante. Pra ele o governante bem sucedido é aquele que é capaz de enxergar a crise antes mesmo de ela acontecer. Quiçá alguém possa se perguntar será que Maquiavel não estaria à procura do príncipe ideal, indicando lhe o regulamento para conquistar e não perder o poder.

Entretanto segundo Claude Lefort, como “em definitivo, em nenhum lugar está traçada a via real da política”, cabe ao homem de ação descobrir, na paciente exploração dos possíveis, os sinais da criação histórica e assim inscrever sua ação no tempo.

De fato há diferenças fundamentais entre saber se posicionar mediante as ações políticas governamentais e controlar as forças internas que cria inquietude no ser humano de uma ação não domesticada, que para Maquiavel, podemos chamar de virtu, o que nos diferencia um dos outros.

O Poder para Hobbes

Durante o tempo em que os homem vivem sem um poder comum capaz de os manter em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra: e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens.(Hobbes)

Hobbes defensor do poder absoluto viveu em um período conturbado do absolutismo que enfrentava inúmeros movimentos de oposição baseados em idéias liberais. De um absolutismo que favoreceu a economia mercantilista na primeira fase e no segundo momento o desenvolvimento do capitalismo. A partir do intuito de secularização do pensamento político, os filósofos do século XVII estão preocupados em explicar racionalmente e legitimar o poder do Estado sem recorrer à intervenção divina ou a qualquer esclarecimento religioso, daí a inquietação com a origem do Estado.

As teorias contratualistas representam a busca da legalidade do poder que os novos pensadores políticos esperam encontrar na representatividade do poder e na sua aceitação. Hobbes a partir de outros pressupostos tende a idéias diferentes dos liberais.

O que há de comum entre os filósofos contratualistas é que eles partem da analise do homem no seu estado de natureza, ou seja, antes de qualquer sociabilidade, quando por hipótese desfruta todas as coisas, realiza seus desejos e é dono de um poder ilimitado. No estado de natureza, o homem tem direito a tudo. Entendemos aqui como sendo o direito de usar seu próprio poder da maneira que quiser para a preservação de sua vida.

Ate quando perdurar esse estado de coisas, não haverá segurança nem paz alguma. A situação deixada a si própria é de anarquia. O homem se torna um lobo para outro homem. A disputa gera guerra de todos contra todos. Hobbes afirma que o ser humano vive constantemente a base de conflito. É o estado de guerra contra todos é a lógica da disputa e um interesse egoísta (moral). A vida social esta comprometida e o poder é a pilastra que sustenta o social, pois o homes é adversários uns dos outros. O estado é a proteção individualista. Para ele o que vale é seu bem estar social, que tem que estar acima de sua condição individual.

Hobbes avalia que o homem reconhece a necessidade de “renunciar a seu direito a todas as coisas, contendo-se, em relação aos outros homens,com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si mesmo.”

A nova ordem é celebrada mediante um contrato, um pacto, pelo quais todos abdicam de sua vontade em favor de “um homem ou de uma assembléia de homens, como representantes de suas pessoas.” É o medo o desejo de paz que o leva a fundar um estado social e a autoridade política, abdicando dos seus direitos em favor do soberano.

Para ele o contrato social cria um novo poder, uma emanação de uma totalidade objetiva que corresponde à vontade geral. A partir do momento em que se reúne em grupo, inicia o contrato social, o novo poder, ou seja, a ordem social. Onde a vontade é a da sociedade (voz coletiva, criando uma forma única de pensar) e uma vez estabelecido contrato social, a sociedade tende a se adaptar a ele (vontade coletiva),leis.

Hobbes estabelece que o estado de ordem decorra do contrato social. E que este contrato é uma forma de pensar o mundo próprio, é o resultado de uma relaçao-vontade coletiva e é isto que constrói a ordem e sua manutenção é o poder.

O poder é o fiador do contrato social e seu mantenedor. O poder esta com o estado e existe um ponto de concentração deste poder. E a liberdade não pode ser absoluta.

De fato o Estado pode ser monárquico, quando constituído por um governante, como pode ser desenvolvido por alguns, ou, por uma assembléia. Uma vez instituído o Estado não pode ser contrariado, ele é absoluto. Em suma, o homem abdica da sua liberdade dando plenos poderes ao Estado absoluto a fim de resguardar a sua própria vida.

Spinoza desenvolve uma teoria política que contrapõe à de Hobbes, por criticar o pacto, que para ele todo reconhecimento de um governo deve ser temporário e nada justifica que os homens renunciem seus poderes particulares. A sociedade civil é que devera dar maior poder a todos e que as ações aceitáveis pelas leis e assembléias é que levará a paz baseada no acordo. Levando o cidadão a ser livre para pensar e agir.

O Poder para Michael Foucault

Michel Foucault em seu livro “História da Sexualidade I: a vontade de saber” apresenta uma nova percepção de poder. O autor fala que essa visão do poder também é essencial para uma história da sexualidade.

De acordo com Foucault (1993),

Dizendo poder, não quero significar 'o poder', como um conjunto de instituições e aparelhos garantidores da sujeição dos cidadãos em um estado determinado. Também não entendo poder como um modo de sujeição que, por oposição à violência, tenha a forma de regra. Enfim, não o entendo como um sistema geral de dominação exercida por um elemento ou grupo sobre o outro e cujos efeitos, por derivações sucessivas, atravessem o corpo social inteiro. A análise em termos de poder não deve postular, como dados iniciais, a soberania do Estado, a forma da lei ou a unidade global de uma dominação; estas são apenas e, antes de mais nada, suas formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao domínio onde se exercem e constitutivas de sua organização; o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as transforma, reforça, inverte; os apoios que tais correlações de força encontram umas nas outras, formando cadeias ou sistemas ou ao contrário, as defasagens e contradições que as isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo esboço geral ou cristalização institucional toma corpo nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais. (FOUCAULT, 1993, p. 88-89).

É nesta citação que sugere um desafio que seria a analise do poder. E a análise genealógica do poder, lança de certo modo uma distinção com relação à ciência política, rompe com a concepção clássica de poder, a qual considera um tanto taxativa, pois na teoria clássica jurídica, o poder era acatado como algo que se pudesse possuir (bem), cujo ato é instituidora do direito, e corresponde a uma ordem contratual. Para Michel Foucault, o poder não é fundamentalmente criado pelo Estado, não é somente uma revelação do aparelho estatal. É conveniente observar que o tema que nos interessa profere respeito às relações de poder que não se compõem como objetos, como ambiente, que não pertence a nenhuma pessoa, ou seja, ninguém pode ter poder. É importante considerar que o poder é uma relação de regra da existência humana. Poder para o autor é uma estrutura da nossa humanidade, é a existência humana. Foucault fala do poder como sendo o resultado destas interações, pois onde há experiência humana há poder.

De acordo com FOUCAULT (1993),

O poder esta em toda parte; não porque englobe tudo e sim porque provém de todos os lugares. E o poder, no que tem de permanente, de repetitivo, de inerte, de auto-reprodutor, é apenas efeito de conjunto, esboçado a partir de todas as mobilidades, encadeamento que se apóia em cada uma delas e, em troca, procura fixá-las. Sem duvida, devemos ser nominalista: o poder não é uma instituição e nem uma estrutura, não é uma certa potencia de que alguns sejam dotados: é o nome dado a uma situação estratégica complexa numa sociedade determinada.

Segundo o autor, o poder provem de todas as partes, entre um ponto e outro e essas relações são dinâmicas, moveis que podem manter ou destruir esquemas de dominação. Essas correlações de poder se relacionam sempre com inúmeros pontos de resistência que são ao mesmo tempo alvo e apoio, saliência que permite a preensão. Dessa forma devem ser vistas sempre no plural.

De acordo com Foucault (1985),

Ao longo de toda a história do ocidente as análises políticas do poder apresentam uma visão inteiramente negativa, “com respeito ao sexo, o poder jamais estabelece relação que não seja de modo negativo: rejeição, exclusão, recusa, [...] ocultação e mascaramento.” (FOUCAULT, 1985, p. 81). O poder seria aquele que rege por meio de imposição de regras, “aquilo que dita lei, no diz respeito ao sexo [...][reduzindo-o] a regime binário: lícito, permitido e proibido.” (FOUCAULT, 1985, p. 81) .

A crítica foucautiana busca enfocar a especificidade dos poderes que estão intrinsecamente arrolados com a produção de saberes, dentre os quais está o saber sexual, procurando avaliar como esses micro-poderes se relacionam com o poder do Estado. No Estado não está à ascendência ou foco absoluto de todo tipo de poder social, ao alcance que muitos micro-poderes se estabelecem fora do âmbito do Estado e de seus aparelhos. Não há qualquer lugar particular de poder na estrutura social, segundo Foucault o que se tem é conjuntos de dispositivos ou mecanismos.

O dispositivo de sexualidade para o autor é ressignificado no papel da burguesia, mas não é classista, o dispositivo não tem uma classe dominadora, ele permeia por toda parte, cria funcionamentos, uma lógica social e que nenhum grupo é capaz de controlá-lo.

O esclarecimento disso seria que o sexo foi e é reprimido para que a força de trabalho não se dilapide nos prazeres, reduzindo-o a um mínimo para reprodução. Seguindo a suposta coerção moderna, está à ostentação de um discurso destinado a dizer a verdade sobre o sexo e, dessa forma, subverter a lei que o conduz. O autor discursa sobre o prazer sentido por aqueles que acreditam na presunção repressiva e falam de forma majestosa sobre o sexo, com um ar de violação decidida e compaixão de que, assim, estão permitindo um póstumo de liberdade e de pleno gozo.

É importante ressalvar que Foucault não nega terminantemente a repressão sexual, mas que a própria não é um elemento essencial que defina a história da sexualidade, pois sua função discursiva corresponde a técnicas de poder. Vale ponderar na perspectiva foucautiana a sexualidade aparece como uma forma de poder, argumento que é demonstrada por uma análise histórica, a qual se confere pelo desenvolvimento de algumas linhas principais, entre as quais está à confissão, a propagação dos discursos, assim como a concepção do biopoder.

O biopoder é um discurso calcado de forças vitais e emana a redes de poderes com a produção da verdade e da vida.

A verdade para Foucault não corresponde a descobertas (científicas), mas é autenticada por um acondicionamento de poder, coexistindo uma relação direta entre poder e verdade.

Segundo Rouanet; da “vontade de saber”, agora assumindo a forma de poder confessional, que desde a pastoral cristã à psicanálise, longe de reduzir o sexo ao silêncio, encoraja ao homem a dizer, no sexo, a sua verdade. É nessa compulsão á forçar confissões, a dar sentido de produzir sujeitos e de produzir súditos. O homem é coagido pelo poder a constituir-se em sujeito, através do sexo. (ROUANET, 1987, p. 225)

É nesta citação acima, que podemos abranger sobre o sexo, o qual se sustenta ao vasto da história da humanidade, mas que por outro sentido instiga a uma explosão discursiva, que culminará na concepção de uma ciência da sexualidade. E essa trajetória é amparada significativamente pelos mecanismos de poder e saber, os quais visam à propagação de discursos que aparentemente tendem a ser verdadeiros. Contudo é possível perceber que Foucault não tem uma teoria especifica sobre o poder, nesta obra fala do poder que emana da sexualidade e busca abalar a rotina de grandes paradigmas existentes.

Política e Poder para Bertrand Russell

Para Russell, o conceito de política é compreendido como forma de atividade ou de prática humana, que está estreitamente ligado ao conceito de poder. O filósofo britânico define o poder como "o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados". Um desses meios é o domínio do ser humano sobre a natureza. Outro é o domínio de alguns homens sobre outros homens.

Neste derradeiro sentido, podemos distender conceito de poder entendendo-o como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe a sua própria vontade ao outro, determina-lhe a maneira de se comportar. O comando sobre os homens, contudo, não é comumente um fim em si mesmo. De acordo com Russell, trata-se de um meio para obter "alguma vantagem".

Através deste livro estarei ocupado em demonstrar que o conceito fundamental em ciência sociais é o poder no mesmo sentido em que energia é o conceito fundamental em física. Como a energia, o poder tem muitas formas ,como riqueza,armamentos, autoridade civil, influencia sobre a opinião.nenhuma destas coisas se pode considerar como subordinada a uma outra, e não há forma alguma da qual as demais sejam derivadas.(Russell,p.09)

No entanto o poder político pertence ao conjunto do poder do homem sobre o outro homem (e não sobre a natureza). Qual relação de poder pode ser divulgada de mil maneiras, como a relação entre governantes e governados, entre soberanos e súditos, entre Estado e cidadãos, etc. Contudo, é importante ressalvar que há várias formas de poder do homem sobre o homem e que o poder político é apenas uma delas.

Há muitas maneiras pelas quais diferentes sociedades diferem em relação ao poder. Faz ressalvas em duas formas de poderes tradicionais e de grande importância tais como; a autoridade sacerdotal e a autoridade real,poderes estes revigorados em cada época. Bertrand Russel entende que o poder revestido com sua glória, permanece como a mais alta aspiração e a maior recompensa dos homens.

Para ele, o poder consiste na "produção dos efeitos desejados" e adquire três formas conspícuas: (1) poder físico da força, que se manifesta no poder militar; (2) o poder psicológico, que incide no uso de ameaças ou recompensas, para se obter o efeito almejado e cuja expressão mais característica é o poder econômico, e (3) o poder mental ou intelectual que se exerce através da afirmação ou da dissuasão e que se demonstra pelo conhecimento, a educação e a instrução.

Esta competência exprime sobretudo nas esferas política, militar e econômica, as quais, constituindo ainda que cada uma um universo referencial próprio, estão estreitamente interligadas e condicionadas reciprocamente, como explicara Russell. Este pensador britânico procuraria contornar a prevalecente idéia marxista de que a economia é o motor da História, apresentando como alternativa a sede de poder, condição sine qua non de toda a evolução política (B. Russell, 1938: 9). Na crítica que faz nos finais da década de trinta das várias siluetas de poder que marcaram até então o presente século, culparia não só as tensões existentes entre os interesses econômicos, o aumento territorial e a interferência militar, mas também — à semelhança de Foucault, mais tarde — o facto de a verdade laborar como o mais dinâmico instrumento do poder político.

Para este pensador a força coercitiva do Estado esta centrado no poder do direito, é comum que as comunidades civilizadas sofra a condição desta coerção física direta(com consideráveis limitações), e é prerrogativa do Estado e o direito é um conjunto de regras que o Estado tende exercer esse direito para com os cidadãos.

Para Max Weber, o Estado é a instituição poderosa da sociedade “ O estado é a instituição Política que, dirigida por um governo soberano, detém o monopólio do uso da força física, em determinado território, subordinando a sociedade que nele vive.

Mediante um sistema de regime democrático, Russell afirma que o poder, tende a permanecer a homens de tipo consideravelmente diferente e o mais sucedidos é os que se conseguem abolir a democracia e tornarem-se ditadores. "A Democracia como procedimento de governo debela algumas limitações que são eficazes, das quais, emerge duas situações: uma de decisões rápidas e outra que exige conhecimento especializado".

O autor complementa que mesmo naqueles assuntos em que a decisão deve ser tomada sem consulta à população, gestores e governos devem prestar contas por assumir tal ou qual postura.

O plano de qualquer ato de gestão se torna impossível sem que possua um direcionamento central que possa resolver cisões entre os distintos interesses que se apresentam em qualquer comunidade.

A interpretação de Locke, que não o entende como o meio o instrumento para se atingir o fim desejado, mas a competência que têm as pessoas de alcançar certos efeitos. Para explicá-lo, ele usa a metáfora de que, assim como o fogo tem o poder de fundir os metais, o soberano tem o poder de fazer leis e, ao fazê-las, influir na conduta de seus súditos. Nada obstante, esta pratica é utilizado pelos juristas, para deliberar o que é o direito individual: o poder que o ordenamento jurídico impõe ao cidadão de obter certas finalidades.

Voltando a Russell, "carecido a estas limitações eficazes, muitos dos assuntos mais importantes têm que ser confiados ao governo, pelo eleitorado". Constitui uma instância executiva, que precisa lidar com o funcionamento diário, a gestão mesma de uma organização, e uma instância "legislativa", que pode realizar projetos de mais extenso prazo. Cabe advertir que esta última pode laborar como assembléia (participação efetiva de todos) ou ser representativa. E o que se espera de todas as formas abordadas de poder para Russell é a produção dos resultados obtidos a partir do mesmo.

Poder ,Critica e Crise para koselleck

Ao analisarmos a obra Critica e Crise, é necessário uma retomada ao século XVIII para uma compreensão da colaboração do pensamento de Koseleck na proposição que faz no seu livro. Nele teria sido maquinada a concepção ainda hoje dominante do poder político. Com um acréscimo, que o conveniente título precipita às críticas da argúcia burguesa sugerida na obra.

Ao assimilar crítica e crise, o autor, está convicto de que os conceitos movimentados pelos iluministas na denúncia do absolutismo são reféns de uma lógica dualista, que ambicionaria a princípio de pressuposto subentendido e irrefletido no titulo o advento político da burguesia.

Percebe-se a justificativa para pôr abaixo uma estrutura política corroída, concebida pelo Estado absolutista. Decorrem as causas que no fim, nos tornaríamos ofuscados para a verdadeira natureza da política. A razão iluminista, evocada para abater o Antigo Regime, teria se tornado incapaz de avistar, sob seu próprio umbigo, o poder político de um só golpe duplicado em elemento de crítica e de promessa. Vendo-se categoricamente privado de sua integração essencial. Levando-nos a pensar em uma situação de critica progressista, oriunda de esclarecimento, abrigando um processo de crises teóricas- lógicas..

A interpretação que Habermas fez da esfera pública burguesa e dos limites impostos a ela a partir do século XIX, seguiu refletindo sobre a produção de acordos aptos a legitimar o poder político no contato da teoria do agir comunicativo — avaliação contrario a atualidade do questionamento de Koselleck. Pois, admitidas suas premissas, intrinsecamente em pensar criticamente a política, acabaríamos nos afastando afastados de sua normatividade própria.

Ao termino da guerra fria, além de ter bancado a supressão da crítica, organizou o terreno para o aprofundamento daquele paradoxo para o qual Rousseau representou mais do que simples pressentimento. Com finalidade, há boas razões para crer que a queda do muro, ao invés de desconjuntar o dualismo da inteligência burguesa consagrou-o na forma de duas vertentes adversas e complementares. De um lado, arraigou o pedido da negatividade pura, que rejeita conscientemente a prática política a fim de questioná-la à meia distância, como sua alma. Assumindo o caráter apolítico da crítica, este declive, privado de qualquer desígnio edificante, será oposição constante ao poder. Ela é capaz de apresentar sua ascendência: de Rousseau à lógica negativa adorniana, passando pelo Marx que fez a análise das contradições do capitalismo, sem aventurar a prenunciar o fim dos fatos ocorridos, do século XVIII, aos dias atuais, uma memória que tira do paradoxo sua jurisdição, encerrada na negatividade inerente à crítica.

Procedido da mesma matriz dualista, origina-se sua figura gêmea. Aos olhares de um partidário de Koselleck, esta outra vertente também desapossa a política de sua realidade específica — mediante a partir do exercício do poder. Pois ao executar em nome da crítica, este exercício percebe-se que não quer se isentar de toda análise propriamente política.

Com efeito, não são outras as prerrogativas do governante neocrítico: embora lance mão dos expedientes mais tradicionais da política, justifica-os por estar do lado certo da História; compondo com o que diz ser o que há de refratário na vida pública, alega fazê-lo em nome da emergência do novo; e, quando desqualifica seus oponentes como visionários que ignoram aquilo que afinal está em jogo, define a política como a arte do possível. Toda impossibilidade que a definição da política como esta mesma arte comporta nos põe diante da figura do Príncipe que não decide — o que só não reverte em seu prejuízo porque a crítica que ele monopoliza impede que seja responsabilizado por sua inação. Uma inteira casuística surge, assim, aos olhos de um partidário do divisionismo, para quem o problema se resume, afinal, a isto: "O Estado presta-se a pôr fim à guerra civil; o que não põe fim à guerra civil não é Estado" (SCHMITT, 1997, p. 97).

O autor remete aos paradigmas em que este estado se encontra e as conseqüências previstas as suas ações.

Segundo Koselleck,a concepção de mundo dualista, associada à tomada indireta do poder, repercute ate no contorno de frases insignificantes. Ela era uma força invisível, corrosiva, lenta, mas letal, pela qual os burguês-conscientes ou inconscientemente- destruíam o sistema absolutista desde dentro. (Koselleck,p.132)

Esta ameaça é, sem dúvida, o alvo de maior alcance nas análises de Crítica e crise. O dualismo constitutivo da crítica a tornaria inábil de entrar na trajetória própria daquilo que critica, já que a reprovação moral da política promove a exultação de categorias normativas que são sempre desconjuntadas para fora do alcance de toda armação política efetiva. A lógica entre moral e política, enraizando pela conexão de intranqüilidade sucessiva, conduziria o fundo do plano no qual decorre a moralização da política: Uma vez que se consegue politicamente, a crítica se arrebata do existente e articula nova crise. A mesma razão que, em prol do governo da revolução, levou Robespierre a declarar ser imoral o que for impolítico, corruptor o que for contra-revolucionário, terminou por fazer dele um contra-revolucionário. Segundo o autor, os cidadãos se deram conta de que o poder do espírito, o poder da moral, havia crescido de tal forma que deveria ser posto à sabatina no campo aberto da política.

O século da critica e do progresso moral não conheceu a “crise” com ou um conceito central,alias,compreende-se isso em virtude da dialética inerente ao pensamento antiético que servia para encobrir a decisão exigida por essa estrutura de pensamento. (koselleck,p.137)

A critica não é simplesmente oriundo da crise, a Crise não pode se reaplicada das relações objetivas. A crise depende do posicionamento critico.

Quando falamos em Crise pressupomos uma inviabilidade entre sujeito histórico e a realidade que ele vive. A crise deriva da crítica, como forma de encarar a realidade, é o reconhecimento do real através da critica. O estado de crise é permanente, o descompasso do agora é o desconforto do que esta por vir.

A critica não pode ser enleada meramente com a satisfação de outrem, mas pressupõe uma relação de grandes proporções e no mundo burguês podemos pensar que esta critica é o próprio pensamento liberal burguês. A critica é o modelo de apresentação (visão de mundo) conceito que envolve relação do homem como mundo-modo de surgimento denso. A critica é uma articulação do pensamento que pressupõe em ultima estância uma “classe”. Podemos dizer que a critica é uma posição de poder ( te da uma posição de autoridade).

A impressão que se abrace à leitura de Crítica e crise reflete-se nesta dúvida e se, ao invés do boato sobre a utopia possível, nos deliberássemos ao ínfimo real? Isto é na forma brutal que a provocação de Koselleck excita em sua obra. Visamos apenas uma abordagem rápida sobre o pensamento deste autor direcionado a nossa proposta de trabalho, entretanto a obra permite perambular em várias situações de contexto.

Bem como a compreensão de Poder abordada também com os demais pensadores citados neste artigo.Pois estas reflexoes acerca das relaçoes de poderes, varia no período e em função da corrente de pensamento abordada pelos diferentes pensadores. Os autores mencionados aqui trataram dessa questão e cada um deles entendeu o Poder de uma maneira mais peculiar. Alguns lhe deram uma definição e outros uma abordagem apenas mediante os acontecimentos vivenciados em seu tempo.

Citamos apenas alguns destes pensadores, mais recorrentes sobre a questão do Poder. Contudo o tema proposto abre espaço para uma busca maior e de forma mais aprofundada, levando a varias vertentes de pesquisa.

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drica alves
Enviado por drica alves em 01/08/2011
Código do texto: T3133511
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