Educação, porta de entrada para se chegar à dignidade humana





Vive-se num mundo em que as desigualdades sociais marginalizam as pessoas, ao criar estigmas quanto à pobreza, à classe social, à escolaridade. A dignidade humana ferida pelo desrespeito à Declaração Universal dos Direitos do Homem chama a atenção pelo desinteresse ao cumprimento da Lei, no que diz respeito à educação, porta de entrada para se chegar aos direitos sociais.
A educação é caminho seguro para se obter o desenvolvimento econômico e elevar o indivíduo à condição de cidadão. Quem se educa não se deixa manipular, não aceita a subserviência, porque a escola deve ensinar a prática da liberdade, ensinar que todo homem é livre para escolher o que quer para si. Somos seres compreendidos como projetos e todo projeto implica um amanhã. Todo amanhã implica um sonho. Não há sonho sem esperança. A educação trabalha projetos e sonhos voltados para a melhoria de vida das pessoas. Portanto, falar de educação é falar da esperança, é falar da vida que pulsa dentro de nós, das emoções que vivemos e das que gostaríamos de viver. Negar, pois, a esperança, será negar a própria essência da vida. Na educação é mister que se exercite a pedagogia da esperança e que haja a crença de que o homem, com sua força de trabalho, sua capacidade criadora, sua inteligência, pode transformar-se...
A educação deve gerar indignação. Devemos ser educados para nos indignar com as mazelas que existem por aí. Quem não se indigna com os problemas que estão atingindo a sociedade e as famílias, provocando uma crise que é mundial? Quem não se indigna com esses resquícios de uma ditadura que castra as oportunidades, que exclui e que marginaliza as mulheres, as crianças, os idosos e os pobres? Quem não se indigna com o alto índice de desemprego que coloca as famílias em condições subumanas de vida? Quem não se indigna com o descaso dado à Mãe Natureza, que compromete a vida em todas as suas escalas?
É preciso, sim, provocar a indignação para formar a crítica e reivindicar uma educação de qualidade, capaz de colocar o ser humano no lugar que ele merece, por direito. É grande o número de pessoas que vive à margem dos bens sociais a que tem direito. Não reclama porque tem medo, não reivindica porque não aprendeu na escola a lutar por seus direitos. Quem não se indigna não pensa, não reflete, não sente. Vive na passividade que aliena o homem e o submete a uma vida vazia e sem perspectivas.
Participar da escola e dos projetos voltados à valorização da pessoa humana é estar na vanguarda dos grandes acontecimentos que convidam homens e mulheres a rever sua história de vida, a buscar soluções para problemas que colocam o ser humano à margem do “banquete universal”, da dignidade como princípio primordial para o exercício pleno da cidadania. Todos têm direito de viver com dignidade, amor e participar dos bens e das maravilhas criadas por Deus. Nenhum ser humano foi criado para ser excluído dessa situação. É preciso, no entanto, que todos estudem, que reconheçam seus direitos e exijam dos poderes constituídos a aplicação das leis que garantem a todo ser humano a sua dignidade plena.