REPRESENTAÇÕES IMAGÉTICAS DO AFRO-BRASILEIRO: AS CHARGES COMO LOCUS DA PERPETUAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO ÉTNICA

APRESENTAÇÃO

Este projeto propõe discutir o emprego de expressões metafóricas como recurso para a perpetuação do racismo através de charges. A análise conduzida sob este prisma aborda as relações híbridas entre os elementos verbais e imagéticos presentes no corpus selecionado – nove tiras retiradas da mídia digital.

A escolha em utilizar as charges como recurso reside no fato de que, m ais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e da sátira.

Neste sentido, trabalhar com charges presentes no meio digital _ a Internet _ nos confere maior acessibilidade aos educandos, pois os avanços tecnológicos das mídias digitais permitem novas conquistas para a sociedade e para a arte dos quadrinhos, mas consequentemente, também trazem novos desafios para o ensino e para os educadores.

Para a realização deste projeto contamos com a participação dos professores de Artes e de História.

A escolha em se trabalhar com a história é no sentido de que esta disciplina entende como se deu e se dá o desenvolvimento das civilizações, como era o seu processo de organização social, econômico, político e administrativo.

Assim, a relação entre a História e a Geografia está nítida em que é o ser humano que habita o território e o transforma processando ao longo do tempo uma organização complexa.

Em relação a Artes, pela sua espontaneidade ao falar de coisas, sentimentos e aspectos internos humanos que às vezes coincide com a preocupação da Geografia, tem a vantagem de não estar engessado pelas amarras do racionalismo científico. Assim, podemos permitir outras leituras de um mesmo fenômeno contribuindo para a internalização do conteúdo geográfico e da reflexão, resultando numa percepção mais humana.

JUSTIFICATIVA

Utilizando-se de conceitos midiáticos educacionais, pode-se orientar o educando para o desenvolvimento do seu desenho e sua aplicação na forma de mídia digital. Por meio do desenho, os educandos têm a possibilidade de produzir uma linguagem própria, traduzida em signos e símbolos cheios de significação subjetiva e social.

Assim, por intermédio da inserção dos mais variados tipos de procedimentos, produções, registros de materiais e suportes em sala de aula, incluindo momentos de desenho livre e dirigido, o educador terá espaço para atuar na perspectiva da mídia digital, transformando o desenho em história em quadrinho, ressignificando assim, a sua prática educativa.

PERFIL DA TURMA: ENUNCIAÇÃO DO DESAFIO PEDAGÓGICO

A turma de referência é um 2º ano do Ensino Médio, que é composta por educandos de 17 a 60 anos e, portanto, bastante heterogênea. Como a diversidade entre os educandos é muito grande e a turma é bastante desmotivada, o grande desafio é usar uma linguagem que consiga sensibilizá-los de forma abrangente.

COMPETÊNCIAS:

- Interpretar situações histórico-geográficas da sociedade brasileira referentes à constituição do espaço, do território, da paisagem e/ou do lugar;

- Compreender processos sociais utilizando conhecimentos histórico-geográficos;

- Relacionar os fundamentos da cidadania e da democracia, do presente e do passado, levando em consideração aspectos sociais;

- Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida;

- Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos artísticos.

COMPONENTES CURRICULARES:

- Geografia;

- História;

- Artes.

OBJETIVOS MIDIAEDUCATIVOS:

Discutir as relações de interdependência entre as linguagens verbal e visual, através da Internet, assim como, a utilização da mídia, enquanto um meio que perpetua a discriminação étnica e a esteriotipação do afro-brasileiro.

Espera-se que com essa abordagem, os educandos:

- compreendam que o meio digital, sobretudo a Internet, também é um aliado no que tange a esfera educacional;

- entendam as charges como uma forma de comunicação compacta que utiliza a linguagem verbo-visual como meio de expressão.

META:

Utilizar a mídia digital (Internet), através da interdisciplinaridade, obtida em atividades que contemplem espaço, tempo e imagem, ou seja, da relação entre as disciplinas de geografia, história e artes. Atividades estas, que estejam contextualizadas à realidade dos educandos.

ESTRATÉGIAS

A relação entre a comunicação e a educação estimula adultos, adolescentes e educadores a utilizarem a mídia como instrumento de mobilização e crítica social. Ao proporcionar um ambiente em que os jovens estão à frente dos processos de pensar e produzir comunicação, estes jovens são sensibilizados a tomarem consciência de sua realidade social e a agirem como cidadãos pensantes e ativos, capazes de dialogar com sua própria realidade - além de aguçar a crítica aos meios de comunicação.

Neste sentido, o objetivo principal dessas atividades é contribuir significativamente no processo de construção da cidadania a partir do exercício do direito à expressão e à comunicação.

Prazos: 6 meses, pois as turmas de EJA tem essa duração

Locais: sala de aula e auditório

Etapas: 2 etapas

Responsáveis e atribuições: Professores de Artes, História e Geografia

Recursos materiais: computador e datashow

Recursos humanos: professores e alunos

Providências para obtenção dos recursos: os recursos estão disponíveis na escola

Cronograma: etapa 1: 1º Bimestre e etapa 2: 2º Bimestre

Assim, através do uso do datashow, será montado uma apresentação que irá divulgar o projeto em relação à importância do uso das mídias digitais na educação.

AVALIAÇÃO

Pelas características de integração e capacidade de chegar a grandes contingentes de pessoas, a mídia é reconhecida como um patrimônio social, vital para que o direito à livre expressão e acesso à informação seja exercido. A legislação que orienta a prestação desses serviços ressalta a necessidade dos instrumentos de comunicação afirmarem compromissos previstos na Constituição Federal, em tratados e convenções internacionais, como a cultura de paz, tolerância e respeito às diferenças de etnia, raça, cultura e gênero, orientação sexual, política e religiosa.

Assim, o usa de mídias na escola deve adotar uma postura favorável à não-violência e o respeito aos direitos humanos, não só pela força da lei, mas também pelo seu engajamento na melhoria da qualidade de vida da população. E nada melhor do que o ambiente escolar para fazê-lo.

CONCLUSÃO

Na escola, é comum alunos serem discriminados por causa de sua aparência e seus hábitos.

A escola é também um espaço de reprodução de estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para outra.

Neste sentido, trabalhar com charges presentes no meio digital nos confere maior acessibilidade aos educandos, pois os avanços tecnológicos das mídias digitais permitem novas conquistas para a sociedade e para a arte dos quadrinhos, mas conseqüentemente, também trazem novos desafios para o ensino e para os educadores.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CITELLI, A.O. Educação e mudanças: novos modos de conhecer. In CITELLI, A.O. (coord.) Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. Coleção Aprender e ensinar com textos, v. 6, São Paulo: Cortez, 2000, p. 17-38.

COUPERIE, P. A história em quadrinhos e comunicação de massa . Tradução de José Fioroni Rodrigues e Luiz Sadaki Hossaka. São Paulo: Museu de Arte Assis Chateaubriand, 1970.

GHILARDI, M.I. Mídia, poder, educação e leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia, educação e leitura. São Paulo: Anhembi-Morumbi/ALB, 1999, p. 103-112.

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MELLO, J.M. de. Estímulos midiáticos aos hábitos de leitura. In BARZOTTO, V.H. e GHILARDI, M.I. (orgs.) Mídia, educação e leitura. São Paulo: Anhembi-Morumbi/ALB, 1999, p. 39-47.

VIVIANI MARCELINO
Enviado por VIVIANI MARCELINO em 30/06/2011
Código do texto: T3067251
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