Ensinar? O quê? A quem?
Ensinar? O quê? A quem?
Se eu quiser ensinar alguém, primeiro preciso descobrir o que ele precisa aprender. Ou melhor, o que ele deseja aprender. Neste processo não importa o que eu sei o que eu quero o que eu desejo.
Mais vale o que o outro sabe, o que ele quer, o que ele deseja.
Se eu quero ajudar alguém a evoluir devo entender aonde ele quer ir.
E o querer ir implica em perceber onde ele está.
Não há mágica no processo de ensino e aprendizagem.
Por isso se chama processo e não fato.
E por ser processo exige cuidado, atenção, dedicação, compreensão, sensibilidade, verdade, paixão, alegria, didática, querer, saber, desejar, abdicar, doar, zelar, pensar, refletir, nutrir, alimentar...
Refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem é dever de cada educador. E enquanto educador sei que essa não é uma tarefa fácil.
Em meio as nossas atribuições (e porque não dizer até atribulações), de forma natural nos preocupamos, inicialmente em adquirir conhecimentos, em organizar conteúdos em planejar nossas aulas.
Também somos cobrados a utilizar novos recursos, novas ferramentas, novas tecnologias. Aliás, cobrança é o que não falta a nós educadores.
O educador parece ser convocado a incorporar e assumir um ser sobrenatural para conseguir responder a tantos anseios, oriundos dos mais diversos segmentos da sociedade. Num sistema educacional ainda incipiente o educador é aquele que, muitas vezes precisa dar o que não tem para que muitos tenham o que precisam.
No entanto, nesta oportunidade, não quero originar uma discussão sobre as muitas dificuldades da nossa missão diária de educar.
Desejo exatamente refletir sobre o nosso cuidado em conduzir nosso oficio mirando o nosso maior e principal Foco que são nossos alunos.
Todo esforço, dedicação, investimento e conhecimento precisar findar no aluno. É ele nosso referencial, nosso maior indicador, nosso maior resultado.
Como já observamos precisamos compreender ensino e aprendizagem como um processo. E neste momento trarei para nossa discussão o processo da teoria da Comunicação. Meu objetivo é observar como o processo de ensino-aprendizagem se assemelha ao processo da comunicação.
Segundo a teoria da comunicação todo processo comunicacional irá necessitar da articulação de alguns elementos. Entre os principais estão descritos nas sequências:
1. Emissor – Receptor
2. Emissor – Mensagem – Receptor
3. Emissor – Mensagem - Canal – Receptor
4. Emissor – Mensagem Canal – Ruído – Receptor
Na sequência 1 percebemos o processo da comunicação da maneira mais singela. Aqui temos os dois elementos extremos da comunicação. Aquele que emite e aquele que recebe. Mais surge o questionamento: Emite o quê? Recebe o quê? Quem emite, emite alguma coisa e quem recebe espera o mesmo.
A sequência 2 responde com o elemento Mensagem. Ou seja, se eu desejo estabelecer uma comunicação com alguém devo ter o que comunicar que é exatamente a Mensagem. Neste ponto surge o segundo questionamento: Se agora possuo uma mensagem como posso transmiti-la para meu receptor?
A sequência 3 trás a luz com o elemento Canal. Se meu objetivo é enviar uma mensagem, para meu receptor preciso encontrar um meio, uma forma, um Canal.
Desta maneira estaria completo o processo da comunicação. Mais, como nada é perfeito a própria comunicação ressalta que nem sempre nosso receptor receberá perfeitamente a Mensagem que enviamos. Poderá então surgir o Ruído.
Ruído será tudo que, de alguma maneira, interferir para que o Receptor receba claramente a Mensagem enviada por um Emissor através de um Canal.
Este seria o processo da comunicação apresentado de maneira lacônica: Alguém emite alguma coisa, através de algo, com possíveis interferências, para Alguém. Ou, Emissor, Mensagem, Canal, Ruído e Receptor.
Agora vamos trazer este processo da Teoria da Comunicação para nosso tirocínio docente. Como o educador pode se apropriar deste processo em sua práxis?
Basta o educador visualizar e compreender que ao praticar o processo de ensino-aprendizagem ele também estará aplicando o processo da teoria da comunicação.
Assim, o educador ao adentrar uma sala de aula, sempre assumirá o papel de Emissor e como tal precisará ter e definir uma excelente Mensagem a partir dos seus conhecimentos específicos. Deverá também escolher um bom Canal capaz de conduzir sua mensagem sempre evitando Ruídos para que sempre consiga satisfazer seus Receptores que serão seus alunos.
O educador que não possuir conhecimento específico, não deverá assumir o papel de Emissor. Exatamente por que desta forma ele não terá uma boa Mensagem para enviar. E sendo assim, certamente ele não evitará ruídos e consequentemente não irá satisfazer seus alunos, seus receptores.
Minha visão é de que um bom educador deverá também ser um bom comunicador.
Assimilando os dois processos retomo meu desejo inicial que é ter como foco, tanto no ensino-aprendizagem quanto na comunicação, a satisfação do elemento final: o Receptor, o nosso Aluno.
Um forte abraço e até o próximo texto.
* Professor Jailson Pinheiro é Consultor nas áreas de comunicação e imagem pessoal. Colaborador de Portais de Comunicação no Brasil. Ministra cursos de Oratória, Gestão de Conflitos, Atendimento, Comunicação, Relações Interpessoais, Liderança e Motivação para Instituições Públicas e Privadas. Palestrante na área de Comunicação, Educação e Motivação. Aluno Especial do Mestrado em História da UFBA. Mestrando em Ciências da Educação pela UNINTER. Especialista em Docência no Ensino Superior e Bacharel em Relações Públicas pela UNIFACS. Em 2008 seu curso de Oratória foi o único reconhecido fora do eixo Rio-São Paulo pela Editora OnLine ed.64 Maio de 2008.
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